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Descrédito em relação a pesquisas e dados está a serviço das fake news

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, afirma que País vive processo de desmonte dos mecanismos que permitem observar a realidade da população e do território nacional
Por  Um Brasil
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Enquanto ruma para a que pode ser a eleição presidencial mais polarizada de sua história, o Brasil vive um processo de descrédito em relação a ciência, dados e pesquisas, cenário que, além de favorecer a proliferação das fake news, também contribui para a piora das políticas públicas, o que, consequentemente, prejudica a vida do cidadão comum.

Na avaliação de Renato Meirelles, fundador do instituto de pesquisa Locomotiva e do instituto Data Favela, o País vive um desmonte dos mecanismos que permitem observar, com mais precisão, a realidade da população, citando o atraso de dois anos do Censo Demográfico e os cortes de verbas de instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Uma das maiores consequências deste processo de polarização que vive o Brasil, de pouca escuta, é um desprezo pelos dados, pelas informações e por um conhecimento concreto da realidade brasileira”, afirma, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, produzida em parceria com a Brazilian Student Association (BRASA), a maior associação de brasileiros estudantes no exterior, e a Revista Problemas Brasileiros.

Meirelles também ressalta que o questionamento das pesquisas eleitorais está ligado a um processo maior de desconfiança nas organizações que trabalham com dados e fatos.

“O descrédito da pesquisa vem junto do descrédito do jornalismo tradicional e das instituições como um todo. E, quando isso existe, cada um fica acreditando na própria história, na própria versão. Deixa-se de partir de uma verdade factual”, pontua. “A serviço de que está essa desconfiança generalizada? Está a serviço das fake news”, frisa.

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Além disso, Meirelles destaca que o adiamento da pesquisa de recenseamento, que estava prevista para ser realizada em 2020, compromete a implementação de políticas públicas eficientes, ainda que isso venha a interessar determinados grupos.

“Imagine entrar numa mesa de operação sem ter feito um exame de sangue ou um raio-x. É mais ou menos o que significa desenvolver políticas públicas sem ter um retrato preciso da realidade brasileira”, salienta.

“Quem ganha com a demora do Censo? Ganham aqueles que defendem os orçamentos secretos e investimentos públicos no que lhes é conveniente politicamente, e não no que realmente interesse para o cidadão”, ressalta.

O presidente do Locomotiva ainda diz que é ilusão pensar que o eleitor que não demonstra preferência por nenhum dos dois candidatos líderes das pesquisas de intenção de voto à Presidência da República – Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva – goste de alguém classificado como mais ao centro do espectro político.

“Vemos um brasileiro cansado de anos e anos de crise econômica, um brasileiro com muita dificuldade de enxergar um futuro promissor para o País”, aponta. “[No caso da eleição] é muito mais importante para o eleitor a resposta para a pergunta: ‘A minha vida está melhor hoje ou era melhor antes?’”, conjectura.

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