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Bolsonaro está destruindo tudo o que foi construído por FHC, Lula e Dilma, diz Fernando Limongi

Para cientista político, agenda política do presidente se resume a evitar o impeachment e proteger a sua família
Por  Um Brasil -
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Embora alguns possam achar que o governo de Jair Bolsonaro não esteja pondo em prática a agenda para a qual foi eleito, o presidente, na verdade, está realizando o que, de fato, se trata o seu projeto político, que é destruir o que os antecessores construíram, afirma o cientista político e professor titular do Departamento de Ciência Política (DCP) da Universidade de São Paulo (USP), Fernando Limongi.

Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Limongi avalia que “o fato de Bolsonaro não conseguir criar um partido político é sintomático e exemplar” de que o mandatário não consegue “fazer nada de positivo”.

“Essa é a realidade. Esse é o nosso problema. Você tem um cara que sabe destruir e foi lá [para a presidência] para destruir. Ele entrou para destruir, essa era a agenda dele e que uma parte das pessoas acreditou que era boa”, analisa o cientista político. “Ele está acabando com tudo não porque sabe o que quer fazer. Ele sabe o que quer destruir”, complementa.

De acordo com Limongi, a proposta do presidente “casa bem com a política hiperliberal” do ministro da Economia, Paulo Guedes, por não considerar “qualquer papel positivo para o Estado na gestão do mercado”.

“Achar que a agenda do Guedes vai andar… qual é a agenda do Guedes? O que ele propôs desde que chegou ao ministério de concreto? Nada. É sempre para semana que vem, não é? Não se sabe nem a posição dele com relação à Reforma Tributária, e nunca houve tamanha unanimidade nesse País a respeito dessa pauta”, salienta.

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Limongi, também professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), observa a aproximação do presidente com o Centrão – conjunto de partidos desapegados de ideologia política – como uma forma de Bolsonaro usar a política para interesses familiares.

“Com o Centrão, ele garantiu que a sua agenda é defender a sua família de ir para onde deveria ir. A agenda dele é não ter impeachment e tentar bloquear as investigações contra o Flávio [senador e filho do presidente] lá no Rio de Janeiro. Ele está atuando para segurar esses processos, é a única coisa que ocupa a mente do Bolsonaro”, destaca.

Na visão do cientista político, mesmo que o presidente não seja reeleito em 2022, o próximo chefe de Estado brasileiro encontrará uma “terra arrasada”.

“O que esse governo vai deixar de legado de destruição na educação, na saúde, nos direitos humanos, na [questão] ambiental é uma barbaridade. Tudo o que foi construído da constituinte para cá pelo Fernando Henrique, pelo Lula e pela Dilma está indo para o brejo, está sendo desmontado, destruído, sem nada para entrar no lugar. O legado que esse governo deixará será muito pior do que o que [o ex-presidente João] Figueiredo deixou”, assegura.

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