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Virada de chave na B3: será que veremos a Bolsa tomada por jovens investidores?

A democratização dos investimentos e da informação através das redes sociais revolucionou o modo com o qual o investidor aplica o seu dinheiro. Cada vez mais, fica evidente que esse fenômeno está só começando
Por  Filipe Fradinho -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Hoje, são quase 4 milhões de investidores pessoas físicas na bolsa de valores brasileira, a chamada B3. Parece um número alto, mas se compararmos com o total da população do país, apenas cerca de 2% investem em ações.

Comparado a nações desenvolvidas como Estados Unidos e Japão, temos um caminho longo a trilhar, já que esses países possuem aproximadamente metade de suas respectivas populações investindo em Bolsas de Valores.

Mas uma mudança parece se delinear na estrutura de entrantes da B3. Se fizermos um recorte do perfil de CPFs na B3 nos dois últimos anos — que coincide mais ou menos com o início da pandemia —, percebemos um movimento forte da entrada de jovens no mercado de capitais do Brasil.

Quem é o público entrante?

De acordo com informações divulgadas pela B3, a média de idade do público entrante gira em torno dos 32 anos — os que não tem filhos são 60%, 56% possuem renda mensal de até R$ 5 mil e 62% trabalham em tempo integral.

Outro fenômeno que continua a ganhar força é o aumento exponencial do número de mulheres investindo (26%), apesar de a maioria dos investidores ainda ser formada por homens (74%). Elas saíram de 179.392 em 2018 para 809.533 em 2020, um aumento, em termos percentuais, bem superior ao dos homens.

Como esse público investe?

Com o movimento iniciado pela Clear de democratização dos investimentos a partir da redução das taxas operacionais e diminuição das margens de garantia, podemos ver uma grande alteração do perfil dos investimentos no curto prazo, com o valor do primeiro investimento entre os investidores pessoa física em forte queda.

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De outubro de 2018 para cá, esse montante caiu 58%, saindo de R$ 1.916 para R$ 660, em outubro de 2020. Se formos observar ainda a faixa mais jovem, os valores são ainda mais modestos, com o valor médio do primeiro investimento na casa dos R$ 225 entre os investidores de 16 a 25 anos de idade.

Outro fator interessante de se observar é o nível de diversificação dos investidores: dos entrantes, 46% abriram posição em mais de um produto de renda variável. Para se ter uma ideia, no final de 2016, 78% das pessoas físicas detinham somente ações.

O poder da educação no mercado financeiro

Segundo Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes-Pessoa Física da B3, “a educação e a busca por mais informações sobre os produtos levam à diversificação, o conhecimento do investidor sobre o perfil dele e do seu apetite para o risco. Esse dado de manutenção das posições e contas mesmo nos períodos mais críticos de volatilidade comprova que não é uma questão pontual. É uma mudança de mentalidade que está se consolidando entre os jovens brasileiros e, por isso, uma mudança geracional na forma de investir no país”.

Essa conclusão tem origem na pesquisa feita pela B3 com investidores, dos quais 64% afirmaram que apenas resgatariam os valores investidos na bolsa caso precisassem do dinheiro. A perda de capital seria motivo de saque para apenas 28% dos entrevistados, o que mostra um amadurecimento do investidor por meio da busca por conhecimento cada vez mais acessível.

Grande parte dessa criação de conteúdo educacional pode ser atribuída aos influenciadores digitais, pois 73% dos entrevistados pela B3 informaram que obtêm informações sobre investimentos na internet e 60% o fazem por meio de influenciadores.

Um fator que vale chamar a atenção é para o cuidado que se deve ter ao coletar essas informações da internet.

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O investidor deve buscar profissionais atrelados a grandes instituições, como a XP Inc (entre elas, Rico e Clear), e sempre com as certificações necessárias para a execução dessa função. Dentre aqueles que afirmaram ter influenciadores como fonte de informação, somente metade (32%) diz que toma decisões de investimento baseadas nas recomendações deles.

Ainda segundo Paiva, “a transformação digital trazida pelo avanço da tecnologia e o maior acesso à informação foram cruciais para que o mercado de investimentos se desenvolvesse muito nos últimos anos no Brasil”.

O conjunto universo da pesquisa envolveu 1.371 investidores de todo o Brasil, com idades entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C, que investiram pela primeira vez na bolsa de valores entre abril de 2019 e abril de 2020.

Portanto, a democratização dos investimentos e da informação através das redes sociais revolucionou o modo com o qual o investidor aplica o seu dinheiro. Cada vez mais, fica evidente que esse fenômeno está só começando.

Eu te aguardo nos meus canais do Instagram e do YouTube, com conteúdo de qualidade sobre daytrade e swingtrade de ações e de mercado futuro.

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Filipe Fradinho É analista CNPI da Clear Corretora, formado em administração de empresas pela PUC-RIO. Acumula passagens por empresas como Ágora Corretora, Órama e Ativa Investimentos. Atuou como trader profissional, operando Day Trade e Swing Trade de Ações, mas se especializou em operações de Day Trade no mercado futuro de índice e dólar. Atualmente, faz parte do #TeamClear e é responsável pela sala educacional de Análise, a EducaClear, no canal da Clear no YouTube.

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