Opinião: Como nossas crenças podem limitar a atuação no trading

O conforto do nosso “bolsão de ar seguro” é proporcional à dor que se pode ter com seu rompimento. Podemos nomeá-lo como “crenças”
Por  Danuza Machado
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Trader,

Nosso estado mental fundamenta comportamentos e atitudes corriqueiras baseado em perspectivas de que algo seja mais provável ou verdadeiro.

Dificilmente tais perspectivas são confrontadas. Quando surge a possibilidade de que isso ocorra, nossa mente fornecerá argumentos, nem sempre plausíveis, para continuarmos afundados no “bolsão de ar seguro” formado por nossos recursos psíquicos.

O conforto desse “bolsão” é proporcional à dor que se pode ter com seu rompimento. Podemos nomeá-lo como “crenças”.

As crenças interferem na percepção da realidade do mercado, agindo no gerenciamento das informações por ele fornecidas: temperamentos, possibilidades, probabilidades, qualidade etc.

A limitação mental trazida pelas crenças só poderá ser quebrada a partir do seguinte questionamento: “Já que não posso controlar o que o mercado faz, qual é a opção?”.

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A única opção é a compreensão individual da dinâmica das crenças e de como elas distorcem a realidade do mercado. Isso é possível porque temos a vantagem de saber que elas deixam rastros, sempre se repetem.

Sabendo que a mudança eficaz exigirá a compreensão do funcionamento das crenças e de como elas atuam no mercado, o passo seguinte é pontuar as atitudes indesejadas que lhe acometem no ambiente do trading. Isso tornará tangível a dinâmica mental das crenças limitantes.

Concretizar essas atitudes permitirá compreender o próprio comportamento, aprender técnicas para controlar as atitudes decorrentes da dinâmica mental limitante e direcionar as atitudes coerentes aos objetivos previamente estabelecidos, além de monitorar possíveis deslizes de incoerência entre a realidade e a percepção.

Em suma, para performar com sucesso no ambiente de negociação será necessária a autocompreensão do funcionamento mental; identificar quais mudanças é preciso fazer; adaptar-se às constantes mudanças do mercado; neutralizar algumas crenças culturais comuns sobre o sucesso; e, por fim, desfazer qualquer dano psicológico que pode ter se sustentado a partir de negociações anteriores frustrantes.

Danuza Machado Psicóloga há 25 anos e trader há quase 10 anos. Já trabalhou como Oficial Psicóloga nas Forças Armadas no Controle Emocional para Pilotos do Exército Brasileiro, também como facilitadora no processo de Desenvolvimento de Comportamentos Empreendedores para Empresários no SEBRAE-SP

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