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A dificuldade de começar a investir

Investir não é tão simples quanto parece, exigindo conhecimento, análise e compreensão dos diferentes tipos de investimentos e seus riscos
Por  Ariane Campolim -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Quando falam que investimento é algo simples, logo ficamos empolgados em aprender. São tantos vídeos e exemplos mostrando que se você tivesse investido R$ 1.000 em determinada ação, teria tido um super lucro. Parece fácil investir em um fundo imobiliário e receber dividendos todos os meses. O Tesouro Direto também parece bem acessível, nos traz a sensação de que o rendimento é certo. Se você já caiu nessa história de que para saber investir basta comprar um livro, curso ou ver um vídeo, este texto é para você.

Existem muitos tipos de investimentos, cada um com uma particularidade diferente. A verdade é que quando fui aprender sobre o assunto não achei nada simples e fácil. Cada pessoa possui uma forma diferente de analisar o mesmo investimento — o que acabava por nos deixar muito confusos.

Simples é dizer que a população brasileira não tem educação financeira, quando até entre os especialistas não existe um consenso sobre como analisar cada investimento e prever seus riscos.

Conheço muitas pessoas que fazem investimentos sem nem mesmo conseguir calcular o risco que estão correndo. É preciso cautela.

Quando um iniciante começa a investir, queremos a resposta para essas perguntas:

1. Quanto dinheiro preciso?
2. Quanto posso ganhar ou perder?
3. Quanto tempo esse investimento ficará aplicado?
4. Posso ter acesso a esse investimento se precisar?

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Para a primeira pergunta a resposta é: você pode começar a investir com pouco dinheiro, mas não espere ganhos espetaculares. Investir, na minha visão, requer sim um capital e, principalmente, constância ao fazer aportes todos os meses. É verdade que do jeito que os preços estão subindo cada dia mais fica difícil manter a constância de aportes e economizar. Então, guardar dinheiro todos os meses (com um salário que raramente ganha da inflação) está bem complicado. Contudo, o esforço é necessário.

A segunda pergunta era aquela que mais me deixava confusa com as respostas, pois esperamos sempre uma resposta objetiva. Aqui, alguns especialistas ao utilizar siglas e mostrar possíveis cenários da economia, etc, criam a expectativa de um lucro que não temos certeza de ganhar — nem mesmo quando investimos em renda fixa. Na minha cabeça, se eu investisse, por exemplo, R$ 1.000 em dois anos com uma taxa ‘X’, receberia o valor montante, mas nunca foi assim. Ainda é preciso checar se não há taxas e impostos a serem descontados quando você receber o valor final.

A terceira pergunta é sobre o tempo, parece simples essa parte, né? Mas descobri que não! Existe a data do vencimento de um investimento em renda fixa, por exemplo, mas também há a marcação à mercado, ou seja, renda fixa acaba nunca sendo fixa. Contando com a melhora ou piora de alguma taxa, a renda fixa vai sofrer oscilações e você não precisa levar o seu investimento até o final, podendo retirar antes, quando achar que o cenário está favorável.

Então, não é apenas colocar o dinheiro lá e ver rendendo uma taxa fixa por mês. Conforme a economia muda, as taxas mudam e nunca sabemos quando vai subir ou cair. Temos apenas projeções de possíveis situações — muitas vezes não sabemos quanto tempo esse investimento ficará aplicado, temos apenas a data limite de final.

Já quanto a resposta para quarta pergunta, será que posso aplicar o dinheiro e se precisar, em uma emergência, posso usá-lo? Depende do tipo de investimento. Alguns deles, se retirados antes do prazo, você terá que pagar tributos. Outros você consegue sim ter acesso, mas são poucos, e alguns ainda tem dia certo para que você consiga ter acesso ao dinheiro.

Não sei se esse artigo abriu sua cabeça ou te deixou mais confuso. Espero que você tenha entendido que investir não é assim tão simples. É preciso estar atento e buscar conhecimento. Concordo que precisamos de educação financeira, mas, até quando estamos tentando aprender, nos deparamos com dúvidas, não consenso entre especialistas e infinitas formas de análises. Então, não vou fazer como todo mundo e dizer que é simples, eu não acho.

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Ao escolher um fundo que conta com a ajuda de um gestor para tomar as decisões por você, é necessário conhecimento e análise da performance para saber qual, dentre os diversos fundos que existem, casa com o seu perfil de investidor. Então, busque conhecimento e aprenda a tomar as decisões para investir e ter rentabilidade.

Ariane Campolim É influencer e produtora de conteúdo da XP

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