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Alta de 92% em 2017 e estratégia “à prova de turbulência”: Localiza mostra como ainda pode surpreender o mercado

Ações da companhia sobem forte neste ano - e ainda podem ter mais um motivo para subir no ano que vem
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

 SÃO PAULO – Mais uma vez, a execução vem sendo apontada como o grande diferencial para a Localiza (RENT3), ação que caminha para fechar o ano com ganhos superiores a 92% na bolsa (no acumulado até agora de 2017). Os analistas de mercado não julgam a capacidade da companhia de entregar bons números, mas a questão passou a ser: a ação já precificou toda a visão positiva na bolsa ou ainda há mais espaço para subir?

Para o UBS, a ação RENT3 poderá subir ainda mais na B3. Em relatório da última sexta-feira (15), os analistas Rogerio Araujo e Lucas Barbosa revisaram a recomendação de neutra para compra, com um novo preço-alvo de R$ 25,40, ao apontarem que os fortes números apresentados pela companhia no terceiro trimestre de 2017 ainda não foram totalmente digeridos pelo mercado. As ações, inclusive, estão na carteira InfoMoney de dezembro, com a maior participação no portfólio, de 15,1% (para ver a carteira completa, clique aqui). 

A Localiza, com foco em venda de seminovos e aluguéis de carros, encerrou o terceiro trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 139,5 milhões, receita de R$ 1,56 bilhão e Ebitda de R$ 332,3 milhões, superando as estimativas do mercado.  Operacionalmente, no segmento de aluguel de carros, foram registradas 6,6 milhões de diárias, alta de 35,9% na base anual.

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Em meio a esses bons números, uma das questões que é vista com maior atenção pelo mercado a partir de então é a capacidade de expansão da companhia, em um mercado que ainda é visto como de baixa penetração entre as três principais empresas do mercado (além de Localiza, Movida e Unidas).

O UBS ressalta que, contrariamente à visão geral, vê a penetração nas regiões do país já tendo atingido um ponto considerado razoável, com uma penetração maior dependendo de um desenvolvimento econômico mais robusto daqui para a frente. Mas, de qualquer forma, a Localiza é uma das candidatas a ganhar participação de mercado. 

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Como visto em ciclos anteriores, a empresa se beneficiou relativamente nos últimos anos em um ambiente de crise econômica, uma vez que a economia em queda afeta mais os competidores menores ou aqueles que enfrentam problemas de execução. 

Além disso, aponta o UBS, a Localiza tem significativo espaço para continuar expandindo a participação de mercado, já que o mercado de aluguel de carros no Brasil ainda parece muito fragmentado em comparação com outras nações (principalmente em agências fora do aeroporto).

Nos últimos anos, além do cenário de crise econômica, dois outros fatores possibilitaram a consolidação do mercado, apontam os analistas: i) uma expansão acima da média da demanda nos aeroportos (com mudança de cultura no Brasil e redução de tarifas), com os maiores players registrando maiores participações; ii) redução nas tarifas de aluguéis de carros, primeiro por conta da Movida buscando maior participação e depois pela Localiza mantendo as tarifas mais baixas por conta da redução de juros. 

E a partir de agora?

Já para os próximos anos, o UBS aponta: embora os pares possam sobreviver, será difícil para eles remunerar os acionistas e continuar crescendo ao mesmo tempo, ao contrário da Localiza. As principais diferenças da empresa ante seus pares vêm: i) do maior poder de barganha com OEMs ( fabricantes originais) em compras de automóveis; ii) marca forte de seminovos, levando a melhores condições de venda (vendendo mais carros por loja e/ou a preços mais elevados); e iii) custos de financiamentos inferiores.

Com todo esse cenário desenhado, os analistas do banco acreditam que a companhia poderá aumentar a sua participação no mercado, tanto em cenários macroeconômicos positivos (devido a sua flexibilidade de crescimento maior em um cenário benigno) quanto nos cenários negativos (quando os pequenos players deixam o mercado). Assim, a expectativa é de que, a Localiza alcance 45% de participação de mercado, ante 25% em 2017 e 10% em 2005 – ou seja, ainda há muito espaço para a Localiza crescer. 

E isso que está sendo mal precificado pelo mercado, segundo o UBS. O mercado está precificando um CAGR (taxa de crescimento composta anual) de 8% em volume de alugués de carros, implicando uma fatia de mercado esperada em 2025 (18,5 pontos percentuais abaixo do esperado pelo UBS e 1,5 ponto acima dos 25% atuais). 

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Também otimistas com a companhia, os analistas do Bank of America Merrill Lynch destacaram o último Investor Day da empresa, apontando ainda a visão positiva sobre os planos de sucessão da empresa, que está trabalhando em uma estratégia de transição de nomes estratégicos da Localiza.

Assim, companhia deve continuar se beneficiando do forte dinamismo, dos fundamentos robustos, de um ambiente de mercado mais benigno e da queda de juros. Independentemente do cenário, a empresa pode ser ganhadora. 

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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