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Acredita que a transformação da Vale vai se refletir em alta na Bolsa? Então invista em outra ação

Ainda dá para aproveitar o movimento da maior ganhadora com a transformação da Vale - a holding da mineradora, a Bradespar 
Por  Lara Rizério -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Mesmo em meio ao cenário de “completa transformação” a todo vapor com o processo de conversão das ações PN em ON na última quarta e possível entrada acelerada no Novo Mercado, as ações da Vale (VALE3;VALE5) ainda geram muitas divergências sobre se são ou não uma boa opção de investimento no curto prazo na Bolsa.

Isso em meio à alta recente e ceticismo sobre o desempenho do minério de ferro nos próximos meses. As commodities podem ser imprevisíveis e afetar o resultado da companhia apesar de sua boa execução, pesando mais sobre os papéis do que outros fatores internos da empresa.

O BTG Pactual, por exemplo, destacou os eventos recentes como bastante positivos, em uma análise em linha com a de muitos do mercado de que a “empresa será realmente privatizada” após o processo de reestruturação, aumentando sua governança corporativa e podendo representar o fechamento do desconto em relação aos seus pares. Porém, somente por conta da visão dos analistas sobre o minério de ferro, a recomendação segue neutra para os ativos.

Já para o Bank of America Merrill Lynch, a recomendação é de compra para os papéis da empresa, acreditando que a potencial fraqueza de curto prazo no minério de ferro é uma oportunidade, prevendo a tonelada do minério de ferro a US$ 55 a tonelada no quarto trimestre. Porém, os próprios analistas do banco avaliam que há riscos, como cortes na produção de aço e potencial desestocagem do minério. A sessão desta quinta foi bastante representativa neste sentido: enquanto o noticiário sobre a empresa foi positivo, as ações da Vale registram queda em meio à baixa da commodity, após o presidente chinês Xi Jinping dizer que o país manterá planos para desalavancar e cortar capacidade das siderúrgicas.

Para quem está com uma visão positiva para a empresa, contudo, a melhor opção para apostar nesse cenário de transformação não é investir nas ações da Vale, segundo aponta o BTG Pactual em relatório, reforçando uma avaliação já abordada algumas vezes no blog O Investidor de Sucesso (confira em: Uma nova Vale está surgindo – e a grande vencedora na Bolsa será a sua holding).

Desconto excessivo…

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Apesar de uma alta maior no ano, os analistas do BTG apontam que a ação da holding da companhia, a Bradespar (BRAP4), ainda sofre de um desconto excessivo em relação a sua controlada. O desconto em relação ao NAV (Valor presente líquido) é de cerca de 24% em relação à Vale, ou de R$ 2,5 bilhões, o que é considerado como muito significativo para a companhia.

Com o Novo Mercado no caminho e baixa alavancagem e com expectativa de venda da fatia que detém na CPFL (CPFE3), os analistas do banco acreditam que o desconto deveria ser de 15%. Desta forma, afirmam continuar gostando da operação long and short entre BRAP4 e VALE3. Ou seja,  entrar comprado nos ativos BRAP4 e vendido nos ativos VALE3.

Mas por que a Bradespar é beneficiada? Com todo o processo de reestruturação, a estrutura corporativa da holding ficará simplificada, tornando-se um veículo de investimento único e direto na Vale e aumentando a liquidez da companhia.

Cabe lembrar que as ações da Bradespar chegaram a sofrer fortemente entre o final de 2015 e o início de 2016 em meio aos temores sobre os rumores de uma possível “reestatização” da Vale com o fim do acordo de acionistas, tese essa que caiu por terra com os termos do acordo de reestruturação. Porém, o desconto da holding com relação à controlada, mesmo que tenha diminuído, segue bastante significativo.

Além da questão Vale X Bradespar, como apontado acima, outras questões sobre a aprovação da conversão de ações foram destacadas pelo mercado. Em nota, a analista do BB Investimentos, Gabriela Cortez, apontou que essa medida vai permitir à Vale antecipar entrada no Novo Mercado, inicialmente esperada para 2019. A expectativa do Itaú BBA, por exemplo, é que a listagem no novo segmento de governança corporativa pode ocorrer até final do quarto trimestre deste ano ou início do primeiro trimestre de 2018.

O BB Investimentos aponta ainda que, ao se tornar uma corporação, o desconto existente da Vale com relação aos seus pares deve diminuir, considerando que um dos pontos questionados pelos investidores sobre a interferência em sua governança deva ser minimizado. “O processo deve também aumentar a liquidez das ações da empresa e melhorar o acesso ao mercado de capitais. Além disso, ao ter o controle disseminado, Vale aumentará a influência do Corpo Diretivo na administração da companhia, o qual deverá ser composto, em nossa visão, por especialistas com melhor visão e experiência de mercado”, pontua a analista do banco.

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Assim, com tantas questões positivas, a visão sobre o minério de ferro passa a ser relevante para definir o cenário de otimismo ou cautela com a Vale. No caso de ânimo com a companhia, a sinalização do BTG é clara: invista em Bradespar.

Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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