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A recomendação BM&FBovespa-Cetip deu certo: mas vale a pena seguir com o call B3?

Essa semana marcou a consolidação da fusão entre BM&FBovespa e Cetip - que rendeu muito aos investidores; qual será o futuro da companhia? 
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – O final de março marcou a conclusão de uma novela que durou mais de um ano e meio no mercado: a fusão entre a BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip. A nova empresa resultante da fusão se chama B3 e já nasceu gigante: é a quinta maior operadora de bolsas do mundo em valor de mercado, conforme destacou o presidente da companhia, Edemir Pinto. Ele, aliás, permanecerá no cargo até o fim de abril, quando será substituído por Gilson Finkelsztain, então CEO da Cetip.

Antes da análise e de contar mais sobre a história dessa fusão, vale destacar que o call Cetip-BM&FBovespa esteve sempre na Carteira InfoMoney, com os papéis da Cetip ficando na carteira ficando nos dois primeiros meses de 2016, saindo em março e voltando em agosto até o final do ano, sendo substituída nestes períodos em que saiu pelos papéis da BVMF3. No começo do ano passado, a opção era por um papel defensivo em um cenário de forte incerteza política e queda da atividade econômica e, desta forma, o call se justificaria uma vez que o papel CTIP3 ficaria praticamente imune à volatilidade devido às negociações para a fusão. Mesmo com a Cetip subindo menos (+39%) que o Ibovespa (+49%) no período, a ação subiu mais que o dobro do CDI no período (+17,3%). Ou seja, com uma tranquilidade comparação ao investimento em renda fixa, quem investiu em Cetip ganhou bem mais. 

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As ações da BM&FBovespa se intercalaram no período com a Cetip na Carteira InfoMoney, em meio às perspectivas de que os papéis se beneficiariam num cenário de queda de juros, retomada da economia e volta de IPO (Initial Public Offering), conforme destaca o analista responsável pela Carteira, Thiago Salomão. Assim, havia outros fatores além do cenário de fusão com a Cetip, levando os papéis a subirem 71% no mesmo período. Mas, após a conclusão da fusão, os papéis da agora B3 vão seguir na carteira de abril?  Os alunos do curso “Como Montar Uma Carteira de Ações Vencedora” saberão se a ação continuará na carteira do próximo mês hoje, após o fechamento da Bolsa (para fazer parte do grupo de alunos do curso, clique aqui). Quem não é aluno do curso saberá das ações da nova carteira na próxima sexta-feira (7), em evento ao vivo no InfoMoneyTV às 14h (horário de Brasília). 

A história da fusão e as perspectivas

A história da fusão entre as duas empresas começou em novembro de 2015, quando a BM&FBovespa apresentou a sua primeira oferta pela Cetip, no valor de R$ 39,00 por papel. Após alguns meses de negociação, no dia 7 de abril de 2016, a câmara depositária de títulos aceitou a proposta da Bolsa, o que iniciou uma nova etapa, que durou mais ou menos um ano e foi concluída esta semana. 

A última etapa antes da conclusão da fusão foi a aprovação da fusão no Cade, concluída na semana passada com “alguns remédios”, como o compromisso delas de viabilizar o acesso de interessadas em prestar serviços de compensação e liquidação no mercado à vista de ações, assim como de depositário central. A BM&FBovespa e Cetip também se comprometeram a dar tratamento isonômico a eventuais concorrentes na central depositária, especialmente sobre política de custos, assim como obedecer a uma política de governança sobre preços de produtos e serviços. A aprovação pelo Conselho foi considerada positiva pelo mercado, uma vez que os remédios ficaram dentro das expectativas. 

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Além disso, analistas apontam para um cenário mais positivo tendo em vista o  futuro da companhia. “Acreditamos que a aprovação e os resultados da fusão devam trazer mais compradores para o papel, já que muitos não estavam dispostos a assumir o risco da fusão”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI logo após a decisão do Cade.

Conforme ressalta a equipe do Deutsche Bank, liderada por Tito Labarta e Kaila Lopez, muitos frutos positivos podem surgir no longo prazo. Eles colocam uma recomendação de “manutenção” das ações diante da visão de um negócio inicialmente dilutivo, mas veem potencial para o futuro. Para os analistas, a modesta diluição do negócio pode ser compensada por benefícios de goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura). 

“Estimamos uma redução potencial de 4% do lucro por ação em 2017, com base na perda de receitas financeiras de R$ 8,3 bilhões que a BM&FBovespa pagará em dinheiro, bem como a emissão de 244 milhões de novas ações”, afirmam em relatório. Por outro lado, eles apontam que isso deve ser compensado pelo lucro líquido esperado da Cetip de R$ 521 milhões para os nove meses restantes de 2017. (veja mais detalhes clicando aqui). 

Em encontro com jornalistas na última quinta, a nova companhia ainda informou que o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos da B3 deverá ficar entre 70% e 80% do lucro líquido societário, conforme informou o diretor executivo Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores da companhia, Daniel Sonder. Ainda para que a empresa volte a ter sua alavancagem em torno de 1 vez o Ebitda anual, a empresa não realizará nos próximos anos o seu tradicional programa de recompra. 

O Brasil Plural aponta ainda que, com a economia brasileira se movendo na direção certa, a B3 pode se beneficiar de aumento de volume de negociações. Nesse sentido, apontam os analistas, a fusão BM&FBovespa-Cetip deve consolidar a presença da companhia na região. Os analistas do banco possuem recomendação overweight para o papel, com preço-alvo de R$ 21,00. 

Isso também foi destacado por Edemir Pinto na última quinta, apontando que o projeto de internacionalização da BM&FBovespa pela América Latina seguirá como prioridade da B3, empresa fruto da fusão de Bolsa e Cetip. A BM&FBovespa anunciou no fim de janeiro a aquisição de uma fatia minoritária na bolsa de valores do Peru, dando um dos passos finais para sua internacionalização na América Latina. Com isso, a Bolsa brasileira passa a deter uma participação em quatro bolsas regionais – além do Peru, já estão no seu portfólio Colômbia, México e Chile.

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Desta forma, um call pode ter acabado com a conclusão da fusão entre Cetip e BM&FBovespa. Porém, outro call pode ter nascido agora com o nascimento da quinta maior Bolsa de Valores do mundo. 

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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