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Saúde financeira e produtividade nas empresas

É essencial que as empresas entendam o impacto potencial da Covid-19 nos seus colaboradores, tanto no âmbito da saúde mental e emocional, quanto em relação à sua saúde financeira
Por  Thiago Godoy -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A Covid-19 não apenas desafia a maneira como vivemos diariamente, mas também traz ameaças significativas ao bem-estar emocional e financeiro das pessoas no curto, no médio e no longo prazo.

Nas empresas, o cenário não é diferente. Segundo a pesquisa “Employee Financial Wellness Survey”, realizada anualmente pela PwC, as questões financeiras são a maior causa de stress entre os colaboradores.

Como já falei por aqui, há uma estreita ligação entre a saúde emocional e mental e a saúde financeira.

A questão é circular: pessoas endividadas estão mais propensas a ter problemas de saúde mental e as pessoas com problemas de saúde mental têm maior probabilidade de ficarem endividadas.

E esse impacto que o estresse financeiro tem sobre a saúde mental das pessoas traz complicações nos relacionamentos interpessoais e uma maior distração no trabalho.

A queda no bem-estar mental e financeiro pode aumentar o presenteísmo e o absenteísmo nas empresas. Mas, em que nível?

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Bem, hoje, cerca de 1 em cada 3 funcionários estão perdendo mais de 3 horas no trabalho por semana, todas as semanas, tentando lidar com seus problemas financeiros.

Como um dos pilares básicos do bem-estar, o bem-estar financeiro dos colaboradores deve ser uma preocupação crescente para as empresas. De acordo com a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido, 67% de seus colaboradores estão atualmente com dificuldades financeiras.

E a má saúde financeira também terá um impacto na capacidade das pessoas de se aposentarem.

A mesma pesquisa mostrou que 59% das pessoas acham que não estão economizando o suficiente para o futuro e 37% das pessoas que se aproximam da idade de se aposentarem não possuem nenhum plano de aposentadoria.

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Cerca de 62,5% das empresas acreditam que o bem-estar financeiro dos funcionários é responsabilidade do empregador – e a grande maioria (98%) afirmou que essa é uma área na qual elas gostariam de melhorar seu engajamento.

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E o que a pesquisa da PwC também mapeou é que, de forma geral, as pessoas estão despreparadas para enfrentar uma recessão e, nas empresas, muitos colaboradores já estavam em um estado financeiro frágil, sem preparo algum para enfrentar imprevistos financeiros.

Um programa de saúde financeira na empresa deve inicialmente se concentrar em ajudar seus colaboradores a entenderem com maior clareza suas receitas e despesas mensais e se preparar para imprevistos financeiros, com a construção de uma reserva de emergência.

Posteriormente, pode promover maior autonomia do colaborador para decisões de aposentadoria, poupança e investimentos e resultar em menor estresse financeiro e endividamento

Uma vez que muitos funcionários ainda esperam para buscar ajuda financeira quando já estiverem em crise, caberá aos programas engajar os colaboradores de forma contínua.

Segundo a PwC, a ansiedade financeira dos colaboradores continuará a aumentar e é essencial que as empresas entendam o impacto potencial da Covid-19 nos seus colaboradores, tanto no âmbito da saúde mental e emocional, quanto em relação à sua saúde financeira.

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Com este conhecimento, podem orientar melhor e apoiar seu maior ativo, o capital humano, em suas decisões financeiras, principalmente em um período de incerteza.

Thiago Godoy É head de educação financeira da XP Inc. e especialista em psicologia do dinheiro e bem-estar financeiro. É mestre pela FGV – Tese em Educação Financeira, especialização em Sustentabilidade (University of British Columbia), tem MBA em Marketing (FGV) e graduação em administração (UFJF). Foi diretor de mobilização de recursos e relações governamentais da Associação de Educação Financeira do Brasil, atuando especialmente com populações de baixa renda e escolas públicas. Também atuou com desenvolvimento institucional na Dialogue Direct e Children International (EUA), Fundação Vida Plena (Bolívia), Projuventude e Comitê para Democratização de Informática (Brasil). Instagram: @papaifinanceiro

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