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O Dia Mundial da Poupança e a importância de abandonar as formas antigas de poupar

Poupar é essencial se queremos construir nossa independência financeira. Mais importante ainda é aprender como e onde poupar
Por  Thiago Godoy -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

No passado, não havia o dinheiro como conhecemos hoje. Os seres humanos praticavam o escambo, trocando os seus pertences. Um saco de sementes poderia ser trocado por uma cesta de frutas, por exemplo. Uma ferramenta sofisticada de metal valeria algumas ovelhas, e assim por diante.

Se você quisesse poupar para tempos de incerteza, poderia estocar sementes e usá-las para obter outras coisas, quando precisasse.

Outra forma primitiva de poupar era criar porcos, animais baratos que se alimentam de restos de comida e se reproduzem rapidamente, além de viverem por bastante tempo.

Em momentos de maior dificuldade, esses animais funcionavam como uma reserva de emergência, uma moeda de troca – e, caso a situação apertasse mais, ainda havia a opção de irem para a panela!

Criar porcos ficou tão vinculado à poupança que, depois que inventamos o dinheiro, usamos o “porquinho” para guardar nossos recursos financeiros. Curioso, não?

Alguns também atribuem o uso do porquinho como cofrinho por causa da alta fertilidade dos suínos. É, faz todo sentido guardar dinheiro ali sabendo que os bichinhos sabem se multiplicar.

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Aprenda os conceitos iniciais sobre finanças e comece a investir

Depois da invenção do dinheiro, desenvolvemos outras formas de poupar. Para além do cofrinho, começamos a esconder dinheiro pela casa ou até mesmo enterrá-lo no jardim. As histórias de tesouros enterrados surgiram aí.

Em uma época em que não existiam bancos, uma maneira discreta de guardar dinheiro com segurança era enterrando-o em um lugar que ninguém pudesse adivinhar.

Com o passar do tempo, o sistema financeiro foi criado e surgiram os bancos. No Brasil, com a chegada da Família Real Portuguesa em 1808, nasceu o Banco do Brasil, fundado pelo imperador D. João VI.

Em 1861, seu neto D. Pedro II criou a Caixa Econômica Federal e, junto com ela, a caderneta de poupança.

Então, já que estamos falando de maneiras arcaicas de se investir, saibam que a caderneta de poupança foi criada por um imperador, quando nosso governo ainda era uma monarquia.

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Para você ter uma ideia, em 1861 a luz elétrica não havia sido inventada, a população nesse país era majoritariamente analfabeta e era permitido a uma pessoa ter escravos. Sim, quando a caderneta de poupança foi criada ainda existia a escravidão no Brasil.

No decreto n.º 2.723, de 12 de janeiro de 1861, que criou a poupança, fixou-se um rendimento para ela: 6% de juros ao ano, garantidos pelo Tesouro Imperial.

Se você coloca seu valioso dinheiro na caderneta de poupança, saiba esta informação valiosa: seu dinheiro rende, hoje, muito menos do que renderia em 1861!

O Dia Mundial da Poupança foi comemorado neste último 31 de outubro. Mas esse dia não é sobre a caderneta de poupança, um produto financeiro criado no Brasil, mas sim sobre o hábito de poupar.

O “World Savings Day” (Dia Mundial da Poupança) foi instituído em 31 de outubro de 1924, durante o 1º Congresso Internacional de Bancos de Poupança (World Society of Savings Banks) em Milão, Itália.

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A data foi criada para conscientizar as pessoas de todo o mundo sobre a ideia de economizar seu dinheiro em um banco em vez de mantê-lo sob o colchão, até então o hábito comum da população.

Poupar é essencial se queremos construir nossa independência financeira. Mais importante ainda é aprender como e onde poupar.

Se há alguns milênios estocavamos sementes, há alguns séculos enterrávamos moedas no quintal e há 160 anos colocavam dinheiro na poupança, não significa que você tenha que fazer igual.

Em pleno 2020, posso te dizer com segurança, temos formas tão fáceis e seguras – e certamente mais rentáveis de investir – do que a poupança.

Destrave a sua mente da inércia dos métodos antigos de poupar. Cultive cada vez mais esse hábito e comemore: chegamos a um novo tempo e essa é hora de você aprender como investir.

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Thiago Godoy É head de educação financeira da XP Inc. e especialista em psicologia do dinheiro e bem-estar financeiro. É mestre pela FGV – Tese em Educação Financeira, especialização em Sustentabilidade (University of British Columbia), tem MBA em Marketing (FGV) e graduação em administração (UFJF). Foi diretor de mobilização de recursos e relações governamentais da Associação de Educação Financeira do Brasil, atuando especialmente com populações de baixa renda e escolas públicas. Também atuou com desenvolvimento institucional na Dialogue Direct e Children International (EUA), Fundação Vida Plena (Bolívia), Projuventude e Comitê para Democratização de Informática (Brasil). Instagram: @papaifinanceiro

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