Petra: tu és pedra!

Como pode uma civilização inteira viver no meio do deserto e, ainda por cima, praticamente sem água? Como pode construir cidades monumentais, talhadas em rocha bruta sem a mínima tecnologia? É o que você vai se perguntar(e se espantar) quando estiver em Petra, a antiga monumental cidade dos Nabateus.

Paulo Panayotis

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A primeira sensação quando cheguei à Petra foi de choque! A gigante cidade vermelha, encravada no meio do deserto da Jordânia, surpreende antes mesmo de chegar perto. Me senti um autêntico Indiana Jones interpretando a última cruzada *. Sempre quis conhecer a colossal cidade de pedra fundada por uma extinta civilização de nômades árabes, os Nabateus. Deles, além desta obra chocante, pouco restou.

Uma das maravilhas do mundo
Para chegar até ela atravessei um labirinto estreito todo esculpido em pedra, uma espécie de defesa natural, com encostas de mais de 80 metros de altura.A história deste sítio arqueológico considerado uma das maravilhas do mundo começou antes de Cristo. Ninguém sabe ao certo como nômades, sem tecnologia e água, há mais de dois mil anos, construíram um colosso destes no meio do nada!E olha que levou cerca de 200 anos para ser erguida!

Sensação de insignificancia humana
Por mais que eu fale ou escreva sobre Petra, é difícil reproduzir aqui a sensação. Após o estreito desfiladeiro, cheguei à antiga entrada da cidade. Novamente a sensação de ser insignificante diante da grandiosidade da obra me arrebatou. Todo o complexo é gigantesco e se você quiser conhecer esta cidade única com calma vai precisar de dois ou três dias. Mas se quiser travar intimidade apenas com sua obra mais conhecida, ou o “tesouro”, como é chamada, um dia é suficiente.                                            

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Construção camaleonica
Só o caminho para chegar até lá já vale a pena: as pedras mudam constantemente de cor, oscilando entre o rosa e o amarelo ouro. Quando me deparei com a colossal fachada do “tesouro” (Al Khazneh), um túmulo gigantesco com mais de 30 metros de altura por 43 de largura, tremi!    

Construção eterna!                          
Tudo ao seu redor parecia pequeno, passageiro. Todo esculpido em pedra rosa, o antigo túmulo foi edificado para acolher, por toda a eternidade, o corpo de um poderoso rei Nabateu. Petra sempre me atraiu e fascinou, pois possivelmente foi a primeira cidade internacional da antiguidade. Vocês podem imaginar, há milhares de anos, mais de 20 mil pessoas morando no meio do deserto? Petra conseguiu tal façanha por estar na rota das especiarias e da seda, por onde milhares de mercadores carregavam produtos da Ásia para Europa e vice-versa.   
            
Uma verdadeira cidade cosmopolita
Por lá coexistiram gregos, árabes, sírios, egípcios, enfim, todo o mundo civilizado ou não daquela época. E Petra só não cresceu mais por conta da fortíssima limitação de água potável, que somente era encontrada a centenas de quilômetros dali. Nada disso impediu que o mundo antigo se encontrasse e se cruzasse por lá…   

Exclusividade tem preço!        
Foi uma das atrações mais caras que me lembro de ter pago: US$ 50 por pessoa, cerca de R$ 200,00 apenas para entrar. Asseguro: vale cada centavo!Seguramente, é um dos lugares mais fascinantes que conheci até hoje… Como testemunha de uma era grandiosa, esta cidade perdida (e achada pelos turistas) merece ser conhecida, visitada, vivida…  

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Dicas:
Quando for visitar Petra não deixe de ficar uns dias na antiquíssima Amã, capital da Jordânia, considerada uma das mais antigas cidades habitadas continuamente pelo ser humano. Também não deixe de ir ao Mar Morto, lugar único onde, por causa da altíssima salinidade das águas, você nunca afunda. Gostou? Quer mais dicas? Então vai lá em www.oquevipelomundo.com.br

*Filme de aventuras: “Indiana Jones e a Última Cruzada”, interpretado pelo ator Harrison Ford, que foi rodado na cidade de Petra, Jordânia. 


Em frente ao tesouro – Petra, Jordania | Crédito: PAULO PANAYOTIS

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Este colunista no desfiladeiro para chegar à Petra | Crédito: PAULO PANAYOTIS


Petra em todo seu esplendor | Crédito: PAULO PANAYOTIS