Por que você trabalha?

Estive no IV Congresso Latino-Americano de Recursos Humanos e fui surpreendido pelo resultado de uma análise que comparava a cultura comunicadora do brasileiro e uma pesquisa sobre os fatores que mais os motivam na carreira.
Por  Silvio Celestino
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Estive no IV Congresso Latino-Americano de Recursos Humanos e fui surpreendido pelo resultado de uma análise que comparava a cultura comunicadora do brasileiro e uma pesquisa da Catho sobre os fatores que mais os motivam na carreira. A comparação foi feita pelo Grupo Solides e apresentada por sua diretora executiva, Mônica Houck.

O fator declarado como o mais importante foi: “Ter um bom relacionamento com as pessoas com quem trabalho”. Os dois seguintes foram, respectivamente, “Ser reconhecido como um bom profissional pelo meu chefe e pelos meus subordinados”; e “Fazer o que eu gosto”.

A lista possui 12 fatores e, em último lugar está: “Enriquecer, acumular dinheiro e bens”.

Uma pessoa adulta que não se preocupa com seu nível de renda passiva e patrimônio cria condições para ter sérios problemas pessoais. Afinal, se você deseja ter filhos, por exemplo, precisa saber quanto irá custar uma casa maior, cuidar da saúde de mais pessoas, escola, alimentação e transporte. Como você vai conseguir sustentar tudo isso, por décadas, preocupando-se somente em ter bons relacionamentos no trabalho?

Por essa razão que algumas pessoas não entendem o que acontece com suas carreiras e vidas. São queridas no trabalho, mas nunca são escolhidas para uma promoção relevante. As oportunidades, que no início da carreira eram muitas, se tornam escassas até sumirem completamente. Sem perceber estão no ocaso de suas vidas e com sérios problemas financeiros.

A causa deles está na falta de foco no valor de seu trabalho para a empresa e o mercado. É ótimo ter bons relacionamentos no emprego, mas você precisa preocupar-se genuinamente em entregar aquilo que é esperado de você. Para isso, precisa conhecer como é seu desempenho em comparação com pessoas que fazem o mesmo que você.

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É verdade que sua produtividade depende de gerentes com melhor preparo, empresas que invistam mais e governos menos ávidos por impostos e mais interessados em servir a população. Mas, você precisa conhecer a sua parte. Saber os números a seu respeito e comparar seu desempenho, por exemplo, com a média nacional e internacional. Sugiro, inclusive, que localize os principais centros que formam os melhores profissionais em sua área de atuação, conecte-se com eles, mantenha-se atualizado e antecipe tendências.

Não basta estar empregado hoje, você precisa preparar-se continuamente para estar empregado sempre. E isso requer que você agregue valor para a empresa e, principalmente, seus clientes, hoje e amanhã.

O importante é que você construa uma carreira sólida em termos financeiros, de realização e que o possibilite ter uma vida feliz e com paz de espírito. Ter o propósito de agregar valor ao mundo ainda é a melhor forma de relacionar-se com ele e encontrar sua verdadeira motivação para o trabalho e a vida.

Vamos em frente!

Silvio Celestino É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.

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