Na crise, mude!

Em momentos de contração econômica, ouvimos histórias de pessoas que estavam bem há pouco tempo e, de repente, passam por uma séria crise pessoal. Perder o padrão de vida, por exemplo, torna-se um motivo de grande constrangimento, tristeza e muito estresse.
Por  Silvio Celestino
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Em momentos de contração econômica, ouvimos histórias de pessoas que estavam bem há pouco tempo e, de repente, passam por uma séria crise pessoal. Perder o padrão de vida, por exemplo, torna-se um motivo de grande constrangimento, tristeza e muito estresse.

Não é fácil ter de fazer mudanças indesejáveis na vida, mas o pior é o que vai acontecer com você, se insistir até o fim em algo que não está funcionando. O fato de um evento ter causado uma contração econômica violenta não significa que você é o culpado por não ganhar o mesmo que anteriormente. O que também não quer dizer que você não precisa fazer nada, apenas aguardar as coisas melhorarem.

Procure refletir e identificar ações que o auxiliem a sair dessa situação de maneira inovadora. Não pense que conseguir mais dinheiro seja sempre a única solução. Pois bancos, amigos e familiares podem ajudá-lo, mas, se você não gerir sua vida de maneira diferente, não conseguirá pagá-los no futuro. E o auxílio pode se transformar em uma dor de cabeça ainda maior.

Portanto, seja brutalmente honesto ao analisar sua situação. Essa crise, de fato, é passageira para seu mercado, empresa ou carreira? Ou é um fim definitivo e você precisará tomar medidas para mudar de rumo?

É preciso analisar que outras pessoas, como os gestores de sua empresa, podem ter tomado decisões que tenham tornado a crise mais aguda. Há também o contexto do País, provocado pela inépcia e pelos escândalos de corrupção no governo federal.

Entretanto, você deve saber qual é a sua responsabilidade na situação e mudar. Talvez você tenha demorado a tomar uma decisão importante. Por exemplo, cortar custos drasticamente em sua família, aprender a ver sinais de que sua empresa, mercado ou carreira não tinham futuro e acreditar que o mundo nunca iria mudar. Ou então você deixou-se seduzir pelo sucesso, e isso provocou o orgulho que causou sua ruína.

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Seja qual for o seu caso, deve focar o futuro. Você precisa acreditar que vai sair dessa. Não pense somente no curto prazo, pense em dois, cinco ou dez anos. Assim como no futebol, não existe chute que vale dois gols, você tem de reverter a situação de maneira persistente e paciente. Pode ser que tenha de mudar de área, reorganizar totalmente sua vida antes de voltar a crescer.

Essa experiência poderá ser muito dura, mas não a perca se lamentando. Ela pode servir para aprimorá-lo, ser uma oportunidade de reconstrução mais sólida para enfrentar o futuro. Não a desperdice culpando o mundo, as pessoas bem-sucedidas do momento ou a vida. Veja como uma oportunidade de vivenciar uma história que poderá servir de inspiração para as gerações futuras. Pense diferente, abra-se para novas possibilidades e persevere.

Vamos em frente!

Silvio Celestino É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.

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