Dez dicas para ser um profissional nota 10

Os líderes empresariais deveriam refletir e comunicar com maior clareza o que esperam de seus profissionais. As deficiências nessa comunicação geram muitas dúvidas nas pessoas, sobre seu desempenho e suas possibilidades de promoção. Afinal, o que seria um profissional nota 10? É claro que essa resposta varia de acordo com as demandas de cada companhia, mercado e cargo. Entretanto, algumas competências devem ser desenvolvidas por quem deseja ser percebido como um profissional de alto nível pelas empresas.
Por  Silvio Celestino
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Os líderes empresariais deveriam refletir e comunicar com maior clareza o que esperam de seus profissionais. As deficiências nessa comunicação geram muitas dúvidas nas pessoas, sobre seu desempenho e suas possibilidades de promoção. 

Afinal, o que seria um profissional nota 10? É claro que essa resposta varia de acordo com as demandas de cada companhia, mercado e cargo. Entretanto, algumas competências devem ser desenvolvidas por quem deseja ser percebido como um profissional de alto nível pelas empresas.

Refletir com abrangência sobre o que as empresas precisam no longo prazo pode nos trazer referências de como um funcionário deve pensar e agir em sua carreira para tornar-se um profissional nota 10. 

1.  Qual o seu propósito? A maioria das pessoas não está feliz na empresa em que trabalha. E não estará feliz em lugar algum. Simplesmente porque não possui um propósito, na carreira e na vida. Empresas têm propósitos. Se um profissional também tiver um, será capaz de escolher melhor o local que permita cumpri-lo, ter maior energia e possibilidade de se realizar no trabalho e dedicar-se a ele. 

2.  Capacidade autônoma de aprendizagem constante. O mundo, os mercados e as empresas se transformam o tempo todo. Por essa razão, o bom profissional deve ser capaz de adaptar-se e aprender constantemente. Quem espera que a empresa lhe ensine tudo que precisa para os próximos anos ficará para trás. O indivíduo deve, ele mesmo, buscar o conhecimento, investir no seu autodesenvolvimento para que, quando o futuro chegar, estar preparado. 

3.  Persistência. Alguns profissionais mal chegaram à empresa e desejam ser diretores, se possível hoje à tarde. Apesar da velocidade do mundo, não há como acelerar a maturidade, o domínio emocional e a experiência dos anos de vida. Um indivíduo precisa passar por ciclos de expansão e contração na economia, nos mercados e na sua própria carreira, para desenvolver todas as habilidades necessárias para alcançar postos elevados e relevantes na organização. Isso leva tempo e, portanto, persistência é uma competência fundamental. 

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4.  Maturidade nas relações interpessoais. Indivíduos que relutam em fazer networking, em se interessar pela estratégia e pela política que existe em toda organização humana dificilmente conseguirão ter compreensão de elementos sutis e que são necessários para a tomada de decisão dentro das empresas. E uma pessoa que não domina esses elementos não conseguirá compreender certas decisões empresariais que precisam satisfazer interesses de diversas áreas, pessoas e clientes. Além disso, terá dificuldade para gerir sua carreira apropriadamente, pois, às vezes, é necessário recuar em suas demandas para não romper relacionamentos importantes e necessários ao seu desenvolvimento no longo prazo. 

5.  Ética. As decisões que um indivíduo toma, principalmente aquelas que podem favorecê-lo e, simultaneamente, prejudicar outras pessoas, devem ser dirigidas por fundamentos. A ética é o que diferencia, ao longo do tempo, aqueles que são capazes de absorver e traduzir os valores da empresa em comportamentos e decisões observáveis. As companhias perenes são aquelas que não abrem mão de seus valores, especialmente, da ética em suas escolhas. Você deve fazer o mesmo. 

6.   Tolerância a feedbacks e frustrações. Um profissional de alto desempenho é aquele que é capaz de absorver e tolerar uma grande quantidade de feedbacks. É muito difícil ter de lidar com críticas, algumas até inapropriadas, e com feedbacks duros e constantes. Mas, pior que isso, é não ter consciência de sua capacidade em relação a outros profissionais com a mesma idade, profissão ou o mesmo cargo que o seu. A maior frustração é perceber tardiamente que não está à altura daquilo que almeja em sua carreira. 

7.  Não apenas saber qual é sua missão, mas ter consciência dela. Muitos profissionais sabem quais são seus direitos e seu job description. Poucos atentam para o fato de que a empresa possui uma missão perante seus clientes, e também para seus acionistas e a comunidade. Saber qual é a missão é importante e ter consciência dela é o que diferencia um profissional maduro de um júnior. Ter consciência significa fazer o que for necessário para entregar aquilo que é pedido, dentro das especificações, com excelência, no prazo e no orçamento estipulado.  Nada menos que isso. 

8.   Excelência. O bom profissional não entrega duas vezes uma tarefa com a mesma qualidade, ele se aprimora constantemente. A cada vez que executa uma tarefa, procura descobrir como fazer melhor, como fazer em menor tempo, como fazer de forma mais segura e, se tiver consciência de qual é o resultado esperado, como obtê-lo suprimindo a tarefa. Ou seja, pensar e agir com excelência exige que você se bombardeie constantemente com perguntas que o façam sair de sua zona de conforto e, simultaneamente, aumentar seu desempenho. Um desafio tremendo. 

9.  Visão do futuro. O indivíduo deve ser capaz de ler as tendências que vão pelo mundo e avaliar quais capacidades deverá desenvolver para, quando o futuro chegar, estar preparado. Isso somente é possível para aquelas pessoas que não apenas são antenadas nas notícias, mas também sabem interpretá-las de modo a gerar valor para suas carreiras e para a empresa.

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10. Senso de contribuição. O profissional deve expandir sua visão e conhecer como seu departamento complementa e afeta a operação dos demais. Um profissional nota 10 vê além do horizonte de suas tarefas e observa como elas se encaixam no todo que é a empresa. Do momento em que uma venda é realizada até a entrega, implementação do produto ou serviço e o pagamento por ele. E procura contribuir com o todo, pois sabe que o sucesso deve ser alcançado em equipe, e a companhia é a equipe maior da qual faz parte, não somente sua divisão ou departamento.

O mais importante é que o profissional entenda que sua carreira se desenvolve em ciclos, e que ele deve exercitar essas competências continuamente para ser bem-sucedido hoje e amanhã.

E que seu sucesso contribua decisivamente para o sucesso da empresa, da comunidade que a cerca e do mundo. Afinal, melhor que ser um profissional nota 10, é contribuir para que o mundo seja nota 10.

Vamos em frente!

Silvio Celestino É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.

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