De quem é a culpa?
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Não é apenas a presidente Dilma que tem a mania de colocar a culpa nos outros pelos problemas que estão sob sua responsabilidade. Nas empresas, também encontramos profissionais preocupados em desviar a atenção do real problema, negar sua responsabilidade, apontar os culpados e dar explicações estapafúrdias. Se for alguém em cargo de liderança, é um péssimo exemplo para os demais.
É um comportamento que destrói a credibilidade do profissional, mas, acima de tudo, causa enorme desgaste para quem trabalha com ele. Afinal, seu comportamento gera muito desentendimento, estresse, perda de energia e frustração naqueles que o cercam.
Essa atitude demonstra que o indivíduo tem uma visão distorcida da realidade e que foge de suas obrigações.
Por esse motivo, a solução passa por compreender que os problemas são as razões pelas quais alguém é contratado. Na verdade, ninguém consegue um emprego ou é promovido por fugir deles, mas por solucioná-los. E, quanto maior a questão que a pessoa for capaz de resolver, maior será o seu valor.
O que nós precisamos é de profissionais capazes de, conscientemente, analisar o problema sob um prisma que possibilite sua solução. Existem muitos modos de chegar a isso, mas, sob o ponto de vista comportamental, é importante que o indivíduo comece por sua responsabilidade na questão. Ou seja, procurar saber quais ações ou omissões suas causaram a situação atual.
Ninguém gosta de cometer erros, mas não há como amadurecer sem eles. Ser capaz de ver seus próprios erros, assumi-los e consertá-los é um passo importante para ser percebido como alguém maduro e capacitado a assumir responsabilidades. Se há outra pessoa que, de fato, teve uma atitude que contribuiu para o problema, então essa pessoa deve ser alertada e solicitada a reparar o dano.
Aqui, é mais fácil falar do que fazer. Pois há empresas nas quais os próprios líderes não aceitam que são a causa de muitos dos problemas que eles mesmos reclamam da existência. Se a liderança não é capaz de ouvir um feedback verdadeiro, não pode esperar uma cultura organizacional em que as pessoas assumam suas responsabilidades pelos acontecimentos, por piores que sejam.
Por último, o bom profissional deve reconhecer o contexto no qual o problema aconteceu. Afinal, não só as crises, mas também as disputas políticas e os assuntos estratégicos causam ou tornam mais grave um problema. E, portanto, a pessoa deve saber avaliá-lo sob esse ângulo para solucioná-lo.
O importante é que o indivíduo seja visto como alguém de credibilidade. E a forma como confronta as questões diz muito a seu respeito. As empresas, os países e o mundo estariam em melhores condições, se fossem cuidados por pessoas e líderes preparados para encarar e resolver problemas de maneira madura e responsável.
Vamos em frente!