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Por que os investidores de varejo têm muito o que comemorar neste ano

Nossas “meias de Natal” foram preenchidas com BDRs de ETFs e a audiência pública da Lei da Liberdade Econômica – e há mais por vir
Por  Francine Balbina -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O Natal é uma data repleta de magia, emoção e, principalmente, símbolos, como os presépios, banquetes, enfeites, músicas e rituais.

Eu, que amo o Natal, sempre programo passeios com temas natalinos (neste ano, descobri que existem alguns no estilo drive-in) e procuro seguir várias tradições para, aos poucos, ensinar ao meu filho, Vicente, de cinco anos.

Uma delas é a montagem da árvore de Natal. Lá em casa, esse evento é sempre uma festa: eu, meu marido e nosso filho montamos a árvore ao som de músicas natalinas e inclusive contamos com uma escadinha para que o Vicente possa subir e colocar as bolas e enfeites nos lugares mais altos.

Também espalhamos vários adornos pela casa. Um deles é a tradicional meia de Natal, com o nome do meu filho bordado nela.

Talvez você já tenha visto esse tipo de meia em algum lugar como decoração, mas saiba que existe uma simbologia por trás dela, ligada à atração de prosperidade, riqueza e boa sorte.

De acordo com a lenda, nos tempos do Império Romano, três garotas pobres passavam por necessidades e não tinham como arcar com seus dotes, exigidos à família da noiva naquela época quando se pretendia casar.

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São Nicolau (que inspirou a figura do Papai Noel) era conhecido pela generosidade e, quando ficou a par da situação, decidiu jogar moedas de ouro pela chaminé da casa das garotas a fim de ajudá-las.

Essas moedas acabaram caindo nas meias delas, que eram penduradas na lareira para que secassem com o calor.

Para manter essa tradição, sempre penduro a meia de Natal do Vicente em algum cantinho da casa e, em todos os dias de dezembro até o Natal, meu marido e eu depositamos pequenas lembranças, como docinhos, balinhas e brinquedinhos de plástico ou madeira – nada muito caro.

Finalmente, no dia 25 de dezembro, ele pode abrir a meia e receber todos os presentinhos lá depositados.

E hoje, inspirada por essa tradição, eu quero encher a sua meia de Natal de investidor ou investidora de varejo com dois presentes, ou melhor, com duas novidades incríveis para o mercado de investimentos brasileiro.

O primeiro presentão são os vários BDRs de ETFs que chegaram ao Brasil. No último dia 30 de novembro, foram listados na B3, a Bolsa brasileira, mais de 30 BDRs, instrumentos que permitem comprar e vender ativos correspondentes a ações de empresas negociadas no exterior.

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Já os ETFs são fundos que têm suas cotas negociadas nas Bolsas, como se fossem ações; por meio deles, você consegue comprar uma “cesta de ações”.

Entre esses BDRs de ETFs já disponíveis no Brasil, vários são regionais, inclusive com acesso a índices de países emergentes, como China e Índia, e de commodities, como ouro.

Mas a magia natalina não vai se limitar apenas ao período de festas: para encher ainda mais a sua meia fora de época, a B3 já afirmou que pretende listar mais cem recibos de fundos no primeiro trimestre de 2021.

Dessa forma, agora você tem mais opções para poder investir, via BDRs, em índices globais de ações ou de renda fixa, a fim de facilitar sua diversificação de portfólio.

Já o segundo presente é a abertura da audiência pública da nova Lei da Liberdade Econômica, realizada no último dia 1º de dezembro.

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A lei propõe, entre diversas normas na atividade econômica do país, mudanças significativas para o funcionamento dos fundos de investimento no Brasil. E as três mais relevantes para o investidor ou a investidora final – no caso, você – são:

1. A limitação de responsabilidade dos cotistas do fundo de investimento. Isso quer dizer que existe uma proposta de determinar o limite da responsabilidade de cada investidor ou investidora ao valor de suas cotas, a fim de proteger quem investe de responder por obrigações do fundo que excedam a sua participação.

2. O estabelecimento de classes de cotas com direitos e obrigações distintos, com possibilidade de constituição de patrimônio segregado para cada classe, assim como acontece no exterior. Isso elimina a necessidade de criação de fundos espelhos, algo que só acontece no mercado brasileiro.

3. E a minha favorita: a possibilidade de investidores do varejo, os investidores comuns, terem acesso aos fundos com carteira 100% alocada no exterior e aos fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). Vale lembrar que ambos atualmente são restritos a investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão em investimentos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai receber as considerações até o dia 2 de abril de 2021, para finalmente aplicar as mudanças que julgar necessárias.

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No entanto, acredito que a abertura de audiência pública em si já seja bastante simbólica.

A questão é que os dois fatores abrem caminho para uma maior exposição do investidor ou da investidora ao mercado de investimentos internacionais e, mais importante, vai equiparar o mercado brasileiro aos grandes polos de investimentos mundiais.

Independentemente de você gostar ou não de investir em ações ou fundos de investimento, o mercado brasileiro mostra que está se modernizando cada vez mais: um presentão para as nossas carteiras de investimentos.

É como se as nossas meias de Natal continuassem penduradas pela casa depois do fim do Natal, cheias de presentes sempre, como bons retornos, mitigação de riscos e redução de volatilidade que só uma carteira bem diversificada pode trazer.

Um abraço,

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Francine Balbina

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Francine Balbina Especialista em investimentos globais da Spiti, formada em Relações Internacionais e pós-graduada em Consultoria Empresarial. Tem 15 anos de experiência em prestação de serviços de governança e compliance para gestores de investimentos independentes, assets, bancos, family offices e investidores institucionais globais. A expertise adquirida nos anos em que viveu nas Ilhas Cayman e em Nova York, bem como sua atuação na Irlanda, Luxemburgo, Londres, EUA, Hong Kong e Cayman são sua fonte de inspiração para trazer conteúdo que cobre todo o mercado financeiro internacional.

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