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Vai viajar? Então vá realmente protegido de imprevistos

Revise se as coberturas e valores ofertados realmente evitarão um caos financeiro e emocional
Por  Denise Bueno
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Tentado em viajar com tantos feriados pela frente (Páscoa, Tiradentes, Dia do Trabalho…) e aproximação das férias escolares em julho? Ainda mais agora, que o ministro do Turismo anuncia um pacote para estimular o segmento no dia 11 de abril. Pensando em gerenciar riscos, melhor entender um pouco mais sobre o seguro viagem. O produto pode te proteger, como afirmam as centenas de ofertas que chegam aos que pesquisam hotel ou voo no Google. Ou não.

Como a venda de seguro viagem disparou nos últimos três anos, o que atraiu investimentos de seguradoras e empresas de assistência 24 horas, além de diversas startups com oferta de venda em três cliques, o consumidor têm dúvidas diante do imenso leque de ofertas.

Esse post tem a intenção de tentar te ajudar a ficar atento. Mas conselho mesmo terá de pedir ao corretor de seguros ou ao agente de viagens. Ao explicar a eles o motivo da sua viagem, eles podem indicar uma apólice que prevê cobertura para acidentes relacionados ao seu destino e ao seu propósito de viagem e assim sugerir a contratação de uma cobertura eficiente, básica ou desenhada sob medida para o seu perfil.

A jornalista Adriana Aguilar, por exemplo, teve de pesquisar muito para entender qual seria a melhor proposta para o caso dela. Ela viajou para San Diego, Estados Unidos, onde participou de  uma prova de triatlo no mês de março. “Posso viajar apenas com a cobertura de um seguro viagem ofertado pelo cartão de crédito? A organização do triatlo tem um seguro sob medida para o grupo de atletas? Qual valor devo contratar?, questionava ela em suas buscas na internet. Ela se preocupava com o imprevisto de um acidente que gerasse atendimento médico de urgência, se a valiosa bike despachada no Brasil chegaria no destino em perfeitas condições ou mesmo com as nevascas em Nova York, ponto de conexão, a impedisse de chegar no local da prova.  Sem respostas, arriscou ir somente com o seguro viagem dado pelo cartão de crédito como benefício aos clientes preferenciais. A sorte estava a seu favor. Deu tudo certo e o medo de correr o risco de passar por um caos financeiro e emocional acabou assim que pegou sua bike inteira na esteira do aeroporto internacional de São Paulo.  A memória que tem é de total felicidade de ter  realizado seu primeiro triatlo.

Já a fonoaudióloga Isabela Gomes Perrucci teve dúvidas de como orientar seus pais que estavam de malas prontas para irem visitá-la na Suíça. No dia do embarque, seu avô paterno faleceu. “Liguei para a central de atendimento da companhia e para o agente de viagem. Em vão. Era madrugada no Brasil e feriado. Não consegui contato com ninguém. E precisava saber se deveria cancelar a passagem ou remarcar para ser enquadrada em “no show” pela companhia e perder o tíquete aéreo. Procurei nos contratos do seguro, nas informações dos portais e nada encontrei de forma clara. Optamos por remarcar o vôo. Quando pedimos o reembolso, fomos informados de que a indenização só seria possível se a passagem tivesse sido cancelada e não remarcada”, conta desapontada com a falta de clareza dos contratos e precário atendimento das companhias em horários emergenciais.

Diante do exposto, é bom saber um pouco mais sobre os detalhes do seguro viagem para aqueles que não querem, por nada deste mundo, ver seu passeio se transformar em um caos financeiro e emocional. O preço de muitos pacotes realmente compensa. A partir de R$ 100 já é possível contratar uma cobertura de R$ 60 mil para morte acidental e de R$ 20 mil para despesas médicas para sete dias de viagens pelos Estados Unidos. Mas cheque as coberturas.

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Eu mesma tenho dúvidas. Ainda mais quando o preço é convidativo. Minha filha viajou para intercâmbio na Alemanha, por 40 dias, com cobertura de 200 mil euros por evento (ou seja, o seguro poderia ser acionado diversas vezes, de uma dor de barriga a uma perna quebrada). Paguei menos de R$ 50 pelo seguro viagem incluído no pacote da agência. Por ser muito barato, liguei diretamente para a seguradora para saber se havia uma pegadinha nisso. Não havia. A justificativa para um preço tão menor do que o ofertado no Mercado era que a agencia tinha um ótimo histórico, com alto volume de compra e praticamente zero de pedido de indenização

O consumidor deve ficar atento às coberturas e condições de contratação. Existem as coberturas vendidas pelo cartão/ banco/ administradora e aquelas em que o cliente tem o seguro como um benefício. “Em ambas é preciso ficar atento se as coberturas garantem os riscos a que este viajante está exposto e também se atendem às exigências dos países de destino”, enfatiza Mario Luiz Rolim de Almeida, gerente de marketing e produtos da Allianz Global Assistance.

Simone Libonati, responsável pelo seguro viagem da Zurich Brasil, diz o mesmo. A especialista explica que o seguro viagem, pelas regras atuais da Superintendência de Seguros Privados (Susep), deve conter no mínimo as coberturas de despesas médicas hospitalares e odontológicas por acidente e doença, traslado de corpo, traslado médico e regresso sanitário. Além destas coberturas que são consideradas principais, o mercado oferece coberturas adicionais e as mais utilizadas são de cancelamento e/ou interrupção de viagem, extravio ou roubo de bagagem entre outras. Há também os serviços ao viajante como localização de bagagem, adiantamento de fundos, assistência jurídica entre outros. 

Há as coberturas básicas e as “premium”, que seriam contratadas à parte. “O consumidor muitas vezes entende que uma cobertura básica é uma cobertura simples, mas na verdade trata-se daquela que no mínimo ele deve ter, como o caso da despesa médica, que no seguro viagem é disparado a mais acionada”, conta a executiva da Zurich.

Outras coberturas adicionais como cancelamento “Plus Reason”, garantem mais de vinte motivos de cancelamento, e dependendo do perfil do consumidor ou motivo da viagem, fazem total sentido à sua necessidade, como por exemplo um passageiro que compra sua viagem de lua de mel e tem o casamento cancelado antes da viagem. Em caso de atleta, existe uma cobertura para Perda de Compromisso, ou seja, se o vôo atrasa ou existe perda de conexão e o atleta não chega a tempo, o seguro reembolsa eventuais multas pelo não comparecimento ao evento. 

Há coberturas específicas para eventos especiais, como triatlo, maratona, intercâmbio, ano sabático e lua de mel. Para esporte amador e lazer há uma grande variedade de opções de coberturas e capitais. Intercâmbio é um dos produtos mais procurados na categoria viagem, pois alguns cursos e países exigem a apresentação do seguro para poder estudar fora, como a Austrália, por exemplo. Para ano Sabático um plano de longa estadia, que é perfeito para este tipo de viagem. 

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Muitos consumidores ficam tentados em viajar somente com o seguro ofertado pelo cartão de crédito, válido como benefício de algumas bandeiras para clientes “platinum” e “black”. São interessantes, porém é importante checar se os valores estão de acordo com os custos médicos hospitalares que o viajante estará exposto.

Alguns países exigem que os turistas contratem um seguro para a viagem. A maior parte deles fica na Europa e é signatária do Tratado de Schengen, que exige que o turista tenha um seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Irlanda, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça.

Olho vivo nos custos de saúde fora do Brasil

Para ter ideia do valor a ser contratado no seguro viagem se a preocupação é com a saúde, veja as dicas de Mario Luiz Rolim de Almeida, gerente de marketing e produtos da Allianz Global Assistance:

O seguro viagem é o mesmo que um seguro saúde internacional?

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O seguro-saúde internacional é destinado principalmente a expatriados que vivem fora de seu país de origem durante um período de tempo prolongado. Alguns planos incluem cobertura para despesas cotidianas tais como consultas médicas, e para cirurgias programadas, tratamentos emergenciais, cobertura de maternidade, tratamentos ambulatoriais e planos odontológicos, dependendo do nível de cobertura selecionado. Além disso, há planos que incluem cobertura para diversas doenças preexistentes, na maioria das vezes sem exclusões adicionais e sem custos extras. 

Qual é a diferença do seguro de viagem?

O seguro de viagem é destinado principalmente a indivíduos que realizam uma ou diversas viagens de curto prazo ao exterior, incluindo férias e viagens de negócios. Este tipo de seguro geralmente cobre emergências ou acidentes inesperados que surgem durante viagens curtas fora de seu país de origem, assim como outras emergências relacionadas a viagens como voos perdidos ou extravio de bagagem.

Como saber o valor que devo contratar para poder ter atendimento no exterior?

Nos Estados Unidos o custo médio de qualquer procedimento médico é, pelo menos, oito vezes maior do que o mesmo procedimento no Brasil. Uma consulta simples em um hotel não sai por menos de US$ 400. Caro para os  nossos padrões mas administrável. Entretanto se a pessoa precisar de um atendimento hospitalar vai se arrepender se não tiver um seguro. Uma apendicite não complicada, com um dia de internação, não sai por menos de assustadores US$ 40 mil. Uma simples internação por uma gastroenterite custará a um brasileiro a bagatela de US$ 5 mil somente para receber hidratação e sintomáticos.  

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E na Europa?

Na Europa os custos são menores ficando parecidos ou até mais baratos do que os que são praticados aqui. A mesma apendicite custará em torno de 8 mil euros em países como França, Alemanha ou Espanha.

Caso aconteça um óbito no exterior, qual o valor para trazer o corpo para o Brasil?

Além dos custos hospitalares, a pessoa pode precisar de uma repatriação com acompanhamento médico o que não custará menos do que US$ 20 mil ou 20 mil euros. 

E se a pessoa tiver problemas com os dentes, algo cada dia mais comum?

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Uma restauração dentária, nos Estados Unidos custa em torno de US$ 600 e na Europa em torno de 100 euros. Ninguém viaja pensando que terá que desembolsar estes valores extras no meio de suas férias. Portanto, o seguro viagem, além de ser obrigatório para se entrar nos países do mercado comum europeu, por exemplo, é um grande investimento em tranquilidade e pode gerar uma grande economia.

Denise Bueno Jornalista especializada em seguros, resseguros, previdência e capitalização, é fundadora do blog Sonho Seguro

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