Do conteúdo ao negócio: como dados e cultura digital constroem marcas relevantes hoje

Cultura e BI estão redesenhando o papel do conteúdo na estratégia de marca. A inteligência criativa será o ativo mais valioso de 2026.

Renata Turlão

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Em um mundo mediado por algoritmos, a promessa de alcance virou padronização. A busca por performance, uma armadilha de fórmulas.

O conteúdo se tornou onipresente, mas corre o risco de se tornar invisível justamente por se parecer demais entre si. Ele não é apenas um meio de comunicação, mas uma linguagem viva, expressão de uma cultura em constante transformação.

Mais do que uma ferramenta de divulgação, o conteúdo se consolidou como ativo estratégico de negócio, decisivo na forma como marcas criam conexões, constroem reputação e geram valor real.

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Conteúdo, BI e decisão criativa: o triângulo estratégico da relevância

Enquanto o mercado exige cada vez mais justificativas quantitativas para cada criação, o verdadeiro diferencial não está no volume de dados, mas na capacidade de interpretá-los com sensibilidade e transformá-los em direcionadores criativos.

A criatividade não deve ser refém do dado. Assim como a subjetividade não pode ser apagada pelas métricas.

Métricas importam, claro. Dados isolados não contam histórias. Eles precisam de contexto e de interpretação para apontar caminhos. E é a leitura crítica, combinada com repertório expandido, que transforma esse terreno em solo fértil para a criatividade.

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Não se trata de escolher entre liberdade criativa ou performance. Trata-se de construir pontes entre a intuição e os dados. É aí que o Business Intelligence criativo ganha protagonismo, como área que antecipa movimentos, conecta sinais e orienta decisões com mais potência.

Essa interseção entre escuta ativa, dados comportamentais e timing cultural forma o que chamamos de inteligência criativa. A capacidade de criar não só com base no que está acontecendo, mas com o direcionamento sobre o que pode acontecer.

A nova inteligência de marca é cultural

Cultura é uma rede de teias de significados. E é isso que permite que dados, criatividade e narrativas se encontrem em campanhas memoráveis. Transformar atenção em valor de negócio exige entender o que é relevante para as pessoas.

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No Play9 Content Group, temos uma área chamada Cultural Reacts que, com metodologia própria, busca posicionar marcas como perfis atentos às tendências e inseridos nas conversas das redes. Com um squad de Conteúdo e B.I. dedicado ao monitoramento em tempo real de tendências e eventos culturais, nosso objetivo é atuar com autenticidade e agilidade, da identificação de trends e pautas estratégicas à produção de conteúdos com timing e tom precisos.

Esse modelo nos permite criar com mais impacto, unindo dados à criatividade para gerar campanhas culturalmente conectadas. É essa união que transforma conteúdo em ativo de valor para a marca.

Creator Economy 2026: conteúdo como economia, não só como comunicação

O papel dos criadores tem se transformado dentro das estratégias das marcas. Em 2025, 83% dos anunciantes disseram preferir deixar os influenciadores como principais responsáveis pelo processo criativo das campanhas, segundo o estudo ROI & Influência 2025, da YouPix em parceria com a Nielsen. O dado evidencia uma migração real do controle criativo para quem está mais próximo da audiência.

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Nesse contexto, conteúdo precisa ser pensado como produto e também como serviço. Não se trata apenas de informar ou entreter, mas de guiar decisões. Tanto que um em cada três brasileiros já usou o TikTok para decidir uma compra, de acordo com o DataReportal Digital 2026.

Esse avanço exige uma nova maturidade na mensuração. A contagem de seguidores ou curtidas já não responde às demandas atuais. O estudo da YouPix e Nielsen reforça que o futuro do marketing de influência está nos indicadores de impacto real, aderência cultural, poder de influência e capacidade de transformação de comportamento.

Do engajamento ao pertencimento

O algoritmo aprendeu a nos dar o que queremos, ou pelo menos é o que parece. Mas o real diferencial criativo está em antecipar o que ainda não sabemos que queremos. Marcas que tratam conteúdo apenas como performance acabam repetindo mais do mesmo. Já aquelas que tratam conteúdo como cultura, com tempo, dados e escuta, constroem algo maior: pertencimento.

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Equilíbrio como potência criativa

Os dados são fundamentais, sim. Mas, isoladamente, não contam toda a história. Conexão real, repertório cultural, sensibilidade e subjetividade ainda escapam das métricas, mas são elementos essenciais para análises profundas e resultados relevantes.

Expandir o olhar e buscar o equilíbrio entre dados e criatividade talvez seja o caminho mais promissor para produzir conteúdo com propósito, impacto e performance.

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Renata Turlão

Renata tem mais de 15 anos de experiência em estratégia, planejamento e inteligência de conteúdo. Atualmente, é Diretora de Estratégia de Conteúdo e BI Playground, onde lidera projetos que conectam marcas e criadores com foco em performance e audiência. Formada em Publicidade e Propaganda, possui MBA em Gestão de Negócios e Inteligência Competitiva, com especialização em Marketing Digital. Na Globo, liderou a estratégia digital dos canais GNT e Viva. Na Webedia, gerenciou o ecossistema de conteúdos e redes sociais de marcas como AdoroCinema, TudoGostoso, IGN, Hypeness, Seara, Sony e Qualitá, consolidando sua expertise na transformação de dados e narrativas em resultados de impacto.