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Fora Temer ou “Temer Forever”?

Em meio a uma das maiores crises políticas que nosso país já enfrentou, Michel Temer assumiu a Presidência e mudou radicalmente as políticas públicas. Em sete meses de governo fez mais do que muitos anos, senão décadas, de Presidências anteriores. Fora Temer ou “Temer Forever”?
Por  Cid Oliveira
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

“Never let a good crisis go to waste.”, Winston S. Churchill

(“Nunca desperdice uma crise.”, Winston S. Churchill) 

 

Em meio a uma das maiores crises políticas que nosso país já enfrentou, Michel Temer assumiu a Presidência da República, primeiro interinamente em Maio de 2016, e depois definitivamente em Agosto de 2016, com o fim do julgamento do processo de impeachment de Dilma Roussef.

Em sete meses de governo, Michel Temer não só mudou radicalmente as políticas públicas, mas fez mais do que muitos anos, senão décadas, de Presidências anteriores. Ele teve o cuidado de selecionar uma equipe econômica séria que goza de credibilidade, nomeou diretores de empresa e bancos estatais profissionais com reputação e históricos invejáveis, conduziu a aprovação da reforma do teto dos gastos na Câmara e no Senado, enviou propostas de reformas microeconômicas que visam desburocratizar obrigações trabalhistas e tributárias, facilitar acesso ao crédito e diminuir o custo de financiamento para o pequeno e micro empreendedor, colocou a reforma da previdência em discussão e em pauta prioritária no Congresso, além de diversas outras medidas que contribuem para a melhoria da eficiência e produtividade da sociedade e economia Brasileira.

Todas essas medidas tem importância ímpar na recuperação econômica do país. A aprovação do limite do teto dos gastos do governo abre caminho para a volta da confiança na capacidade do governo Brasileiro controlar o gasto público e manter o nível da dívida pública em patamar aceitável quando comparado ao Produto Interno Bruto (PIB). Reforma da Previdência ainda não foi aprovada, mas está a agenda prioritária do governo e do Congresso. Outro incentivo ao crescimento é a desburocratização trabalhista e fiscal, pois facilita a vida da iniciativa privada. Ajuda o micro e pequeno empreendedor fazer o que fazem de melhor que é produzir, gerar empregos e alocar recursos de forma mais eficiente que o Estado. Algumas das medidas reduzem o custo do empréstimo incentivando a economia, pois destrava o crédito público e privado que é similar à função lubrificante do óleo em um motor. O conjunto destas medidas influencia o Banco Central na sua tomada de decisão com relação à queda de juros. Com juros e spread de crédito menor sobra mais dinheiro no bolso do empresário para honrar seus compromissos financeiros, investir e contratar.

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É muito fácil criticar o governo (Fora Temer!) olhando para o estado da economia atual. Por que focar na fotografia e se recusar a assistir o filme desde o início? O que esperar de um governo que recebeu uma herança maldita deixada pelo PT? O que esperar de um governo que pegou um país estraçalhado por políticas públicas equivocadas como as do governo anterior? Mais do mesmo? Não! Basta de barbeiragem política e econômica vinda de filosofias intervencionistas e estatizantes elucubradas nos porões da Unicamp. Não deu certo!

Quanto à questão de falta de legitimidade tão comentada por muitos, por que devemos arcar com as consequências de nossos atos, mas quando se trata de eleições para Presidente da República isso não vale. Quando se elege um Presidente, a lei diz que o Vice-Presidente assume em caso de ausência do Presidente, pelo motivo que for. Se por um acaso a sociedade não considerar mais adequado que o Vice assuma em caso de impeachment, que mude as leis e que esta entre em vigor na a próxima legislatura, mas não é prudente mudar as regras do jogo com a bola rolando.  

Michel Temer está sofrendo pressões de tudo quanto é lado. Em Brasília já se falam abertamente de quem seria o novo Presidente se Temer não ficar até o final do mandato. Isso é um desserviço à Nação. Se Michel Temer está envolvido em algum esquema de corrupção incompatível com a sua posição ou não, não sabemos. Se por um acaso existem suspeitas, que estas sejam apuradas dentro das instâncias apropriadas para tal. O que não dá para acontecer é prejulgar o Presidente e condená-lo, desestabilizando o governo, antes do julgamento sem que todo o rito jurídico necessário tenha transcorrido de acordo com a Lei.

Esperamos que Michel Temer mantenha o tom conciliador na política, firmeza em suas tomadas de decisões na condução das políticas públicas e que não caia na tentação da “solução fácil” de interferência e simplesmente aumentar gastos públicos, que vimos que não dá certo. As sementes foram plantadas para uma renovação na economia, mas a sociedade terá que ter paciência dado a dimensão do estrago causado por governos anteriores. Quem dera que outros “Temers” se apresentem como candidatos e sejam eleitos para dar continuidade ao excelente trabalho que está sendo feito por Michel Temer a frente da Presidência da República em tempos tão conturbados.

 

Cid Oliveira Cid Maciel Monteiro de Oliveira CEO e sócio-fundador da startup invest.pro, Cid tem 18 anos de experiência, tendo atuado em instituições financeiras e gestoras no Brasil e no exterior. Graduou-se em Engenharia Civil pela UFRJ e concluiu mestrado em Finanças pela Manchester University na Inglaterra

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