A Super-Quarta da Inflação

Olho no CPI. E no CPI. Tem o CPI também

Alexandre Aagesen

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Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que sabem que seus próximos meses serão amplamente impactados pelo CPI de hoje e as que serão impactadas, mas não sabem. Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que acham que inflação é um crescimento generalizado dos produtos e as que sabem que, na verdade, é a queda do valor da moeda em si. Há registros que, em 301 d.C., o imperador romano Diocleciano teria imposto um teto ao preço de centenas de mercadorias devido à “ganância (…) que delira e arde e não impõe limites a si mesma”. Pouco depois, ele cai e o imperador Constantino assume o trono. Deve ser coincidência, claro. Bem, existem dois tipos de pessoas no mundo. Evite ambos.

Mas nem só de CPI vive o mercado. Hoje também tem o CPI… da China. E o CPI… do Brasil – digo, IPCA. A China ainda pode fazer algum preço, já o Brasil vai ser bem difícil. Mas pode ser, vale acompanhar, claro. E, amanhã, tem decisão de política monetária na Zona do Euro. A expectativa é de manutenção agora, com corte só na próxima, em junho, mas já tem espaço para surpresa – ou, no mínimo, uma mudança de tom. Vai Lagarde, ajuda aí, só para gente fazer um teste aqui.

E, por fim, um fim, finalmente. Um ponto final na finalidade que o governo tem em relação à finalização do emprego do Prates. Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que ele fica. Pelo menos por enquanto, claro. Nada escrito em pedra. Afinal, qualquer influencer vai te dizer que você não é CEO da Petrobras, você está CEO da Petrobras e seu crachá é emprestado. Enfim, um fim (com reticências). O ponto alto, para mim, foi o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, finalizando com o atestado de ruído: “Que a Petrobras tenha um pouco de paz para continuar ganhando valor de mercado”. Achei o tom lúgubre. Quase um tom de engorda para o abate. Mas deve ter sido impressão minha, claro.

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