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Vendas de carros desabam 23%, e Volkswagen cai quase 60%

Para encerrarmos esse ano no 'zero-a-zero', teríamos que vender daqui para frente 183 mil carros por mês, ou 43% a mais do que a média deste 1º quadrimestre
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras: findado o primeiro quadrimestre do ano, tivemos as vendas de pouco mais de 507 mil unidades (média de 127 mil carros/mês). Isso implicou numa retração de 23,27% sobre o mesmo período do ano passado, quando tivemos 662 mil veículos vendidos (média de 165 mil carros/mês).

Infelizmente, o setor continua a sangrar sem parar e ninguém consegue estancar esse sangramento!

Se formos utilizar aquela nossa “crássica” visão “Poliana” de ser, podemos afirmar que as vendas de veículos no mês de abril registraram seu terceiro mês consecutivo de crescimento, o que indicaria uma possível retomada do setor (o que não deixa de ser verdade). Mas, a nossa base inicial de vendas, é muito ruim! Crescer alguma coisa sobre quase nada é um pouco mais fácil!

Para encerrarmos esse ano no “zero-a-zero”, teríamos que vender daqui para frente 183 mil carros/mês, ou 43% a mais do que a média deste primeiro quadrimestre. Sabe qual é chance disso acontecer? É a mesma da Gisele Bündchen me chamar para sair: “ZERO”!

Mas, para não ser tão agorento, vamos às coisas boas que conseguimos extrair deste ano.

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Reforçando a virada de chave que aconteceu no ano passado, o mercado automotivo brasileiro está centrado nas vendas de SUV’s. Praticamente 4 em cada 10 veículos novos vendidos foram para esta categoria. Com o preço dos veículos na estratosfera, os “veículos de entrada” (hatch pequenos), focados para uma classe média, vêm definhando ao longo do tempo.

O que chama a atenção nesse cenário, é o desempenho das vendas de Furgões (retração de 3%). O Furgão é tipo um “bem de capital”. Ele tem a sua funcionalidade clara: transporte de mercadorias. No atual cenário econômico, esse decréscimo é até comemorável! Além disso, o tipo de produto mudou… não é que as vendas da Fiat/Fiorino estão bombando — pelo contrário… os furgões pequenos (tipo ela) estão com forte queda e, os furgões maiores, tipo: Fiat Ducato (+80%); Peugeot Expert (+35%) e Citroen Jumpy (+34%), estão puxando o crescimento. Ou seja, estou vendendo menos veículos desta categoria, mas, aumentando a venda de furgões maiores (com maior volume de carga a ser transportada), e bem mais caro!

Outro ponto que chama atenção é o renascimento do segmento de Hatch médio (por causa do Honda/City). No mercado de veículos (até ano passado), existia um hiato entre os SUV’s e qualquer outro produto. Se eu tivesse, sei lá, R$ 120 mil para comprar algum carro, ou comprava um SUV com todo aqueles “paranauês”, ou então tinha que penar para achar um outro veículo (o consumidor migrava para um Sedan médio e/ou picape grande).

A Honda deu uma sobrevida a este segmento que estava em inanição e quase morto (veja o desempenho das peruas no quadro acima). Só esperamos que outras marcas vejam como ela (Honda) está surfando sozinha neste nicho, e decidam entrar no mesmo.

Quando falamos em marcas, neste ano, apenas cinco montadoras (de volume) estão com desempenho positivo. O nosso TOP 5 é composto pela Peugeot (+90%); CAOA-Chery (+43%); Citroen (+34%); Toyota (+22%) e Mitsubishi (+3%).

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O que verificamos é que o surgimento do grupo STELLANTIS foi extremamente benéfico para a Peugeot e Citroen. Assim como existe o toque de midas do grupo CAOA na operação da Chery. A Toyota apostou e vai vencendo no lançamento do seu SUV de entrada (Corolla Cross) e na questão dos motores híbridos. Já a Mitsubishi… entrou no TOP5 de abelhuda mesmo!

Quando falamos de modelos, o carro mais vendido no Brasil é a nossa Fiat (pato) Strada, com quase 30 mil unidades vendidas ou share de 6%. Depois entra a Hyundai com o seu HB20 (25 mil unidades) ocupando o posto de Hatch Pequeno mais vendido, desbancando o GM Onix (23 mil unidades), que ocupa a terceira posição; e na quarta colocação temos o VW T-Cross (20 mil unidades), liderando as vendas de SUV’s.

E, já que encerramos essa primeira parte do texto exaltando o sucesso do T-Cross da Volkswagen, também vamos ao grande ponto negativo deste ano, que vem sendo a sexagenária Volkswagen, caindo mais do que JACA MADURA!

E quando JACA cai, caros leitores, o estrago é feio.

Com quase 22 milhões de veículos vendidos pela VW em sua trajetória no nosso mercado, a marca possui história de amor com grande parte dos consumidores brasileiros. Praticamente metade de todos os carros vendidos nos anos 60, 70 e 80 eram da Volks!

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ERAM!

O grande problema (das empresas e pessoas) é quando a soberba domina grande parte do seu lobo frontal. Eu, no alto do meu pedestal; me considerando a última coca-cola do deserto; sendo um semi Deus todo “cheio de si” vivendo os dias de glória de outrora, não vejo as mudanças passando bem debaixo do meu nariz.

Mas, afinal de contas, o que quero dizer?

Que, apesar da VW ter o carro líder nas vendas de SUV’s, ela encerrou o mês de abril de 2022 com o pior resultado dos últimos 64 anos.

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Se a gente considerar que o primeiro ano da marca aqui no Brasil (em 1957) não foi um “ano cheio” de vendas e ela tinha praticamente acabado de se instalar em terras tupiniquins, aí podemos afirmar que o resultado deste ano é o pior da marca ao longo da sua história!

A “ex-lider” de mercado, encerrou esse ano na quinta posição. O nosso TOP 5 é: Fiat (22,3%); GM (14%); Toyota (11,1%); Hyundai (10,7%) e VW (9,2%). Neste último mês (abril) ela acabou na sexta posição, atrás da Jeep.

Ela que, entre janeiro a abril de 2021, tinha o segundo (Voyage) e o terceiro (Virtus) carros mais vendidos dentro da categoria de Sedan Pequeno, neste ano, apresenta queda média de 85%, ficando na nona e décima posição. Lembrando que, neste subsegmento, só existem 10 modelos.

Lógico que existem “n” explicações plausíveis para a queda da JACA. Existe a falta crônica dos semicondutores (apesar de uma Toyota estar com crescimento de 22%); houve algumas parada nas fábricas da VW para adequação de produção e para implementação de uma nova gama de produtos; tem o alinhamento de Marte em Mercúrio retrógado; eu posso hipoteticamente não ter me preparado direito para o L7 (legislação que obriga motores mais eficientes), que entrou em vigor neste ano… e, aí, vai que, hipoteticamente ficaram uns 5-7 mil carros (GOL — ou qualquer outro veículo) lá no meu pátio e não se sabe o que fazer com isso…

Enfim, vários fatores a analisar!

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O mundo dá voltas. Mas, no mercado automotivo, ele capota! Da mesma maneira que num passado não tão distante a gente exaltava a VW (aqui; aqui e aqui); hoje a gente coloca o dedo na ferida… e aperta. Afinal de contas, pau que bate em Chico, bate em Francisco!

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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