Fechar Ads

Testamos: Fiat 500 elétrico, um carro vintage com os equipamentos do mundo moderno

Por  Raphael Galante
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Dando sequência a nossa série sobre o mercado de veículos eletrificados, tivemos a oportunidade de testar o icônico Fiat 500 elétrico.

E por qual motivo o testamos?

Um dos pontos centrais foi a guinada de rumo que o grupo Stellantis deu na eletrificação de veículos lá nas “Zoropa”.

Neste primeiro semestre, o grupo vendeu mais de 105 mil carros elétricos, tornando-se o segundo que mais comercializou esse tipo de veículo, ultrapassando (com muita folga) a Tesla (78 mil carros) e cavucando no cangote da VW (116 mil carros).

De fato, o grupo Stellantis vem numa pegada forte para encerrar este ano como o maior grupo vendedor de carros elétricos na Europa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E por que o Fiat 500 elétrico?

Ok, os carros da Tesla (Model YS e Model 3) foram os carros mais vendidos na Europa. Mas o terceiro carro mais vendido foi o Fiat 500. E o melhor: ele foi o carro elétrico mais vendido no árduo mercado alemão e no mercado italiano (mas aqui, ele é café-com-leite).

Nada contra os carros da Tesla, mas o sucesso do Fiat 500 no mercado europeu, com seus centros urbanos ainda um tanto quanto medievais, deu-se de forma natural, já que os consumidores optam por carros mais compactos, com um visual clássico e elétrico (para aproveitar os benefícios financeiros).

Além disso, pelo menos para este vil estagiário, ele é um dos carros mais charmosos que existem!

O Fiat 500 não é aquele “carro família”. Ele é carro de nicho para um público específico. E é nesse conceito que ele precisa ser avaliado. Se você é católico e trabalha no conceito “crescei e multiplicai-vos”, esse não é o carro para você. Mas se você é um “faria limer” que quer pagar de diferentão, este é o carro para você.

Além disso, o carro é para uso 100% urbano. Mas, como o pessoal aqui é meio “zé ruela”, é lógico que a gente foi fazer, digamos assim, uma trilha com ele – sente o drama:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E – apesar de ser uma trilha leve – ele não fez feio!

Mas vamos ao carro.

Como todo carro elétrico, ele não cabe no bolso de qualquer um. Pela bagatela de 1/4 de milhão de reais você pode ter um na sua garagem.

O primeiro ponto que chamou a nossa atenção (diferente de todos os outros carros elétricos) é que o pessoal da Fiat matou qualquer vestígio de um câmbio! Você entra no veículo, olha para baixo e não o encontra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Normalmente, carro elétrico possui um câmbio com quatro funções (R: Ré; N: Neutro; D: Drive e P: Parking). Mas o câmbio do Fiat 500 passou a ser uns botões no painel. Para um carro “muito compacto”, qualquer espaço adicional é lucro!

E quanto dá para rodar com ele?

Segundo o pessoal da Fiat, o 500 consegue rodar 320 quilômetros com a carga completa. É lógico que é naquele conceito de “Conduzindo Miss Daisy”, não na versão “pé de chumbo”. Além disso, a Fiat (como todas as outras montadoras de carros elétricos) colocou um limitador de velocidade de 150 Km/h.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, na real, o Fiat 500 é o veículo hatch mais econômico que existe no mercado brasileiro, segundo estudo divulgado pelo Instituto Mauá de Tecnologia junto com o pessoal da Folha. O pessoal da Mauá calculou que, para o Fiat 500 elétrico rodar 100 quilômetros, o custo de energia seria de aproximadamente R$ 7.

Mas e a dirigibilidade? Ela não é assim “nenhuma Brastemp”. O Fiat 500 tem potência máxima de 118 cavalos. Mas, se você considerá-lo como um carro “urbano”, ela tá “de boas”!

O ponto positivo que surpreendeu foi o torque (como todo carro elétrico) de 22 kgfm, que ajudou um monte quando o colocamos para subir naquelas estradinhas de terra. Mas sentimos falta quando estávamos na estrada e precisamos de um pouco mais de potência para fazer as ultrapassagens. Ele definitivamente é um carro para centros urbanos ou para pequenos deslocamentos rodoviários.

Outra vantagem é que, por ser um carro compacto, o ar-condicionado funciona super-rápido para fazer a refrigeração do veículo.

E para carregar o carro? Aí é aquela epopeia de sempre…

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na sua residência, em tomada normal, vai lá umas 10 horas. Mas como “nóis é” da quebrada e não teríamos onde deixar o carro carregando, fomos verificar como é usar aquele mega-ultra-blaster carregador elétrico da Porsche de 350 kWh. E aí o bicho é bom!

O lado ruim é que, apesar de a Porsche ter o carregador de 350 kWh, no caso do Fiat 500, ele só aceita, no máximo, 85 Kw. Mesmo assim, em menos de meia hora deu para deixar o carro carregado para a nossa jornada.

O Fiat 500 é um carro “vintage”, mas com todos os paranauês do mundo moderno. Agradabilíssimo para se dirigir na cidade, e nem tanto na estrada. É um carro para duas pessoas, apesar de a Fiat falar que é para quatro ocupantes (só se os outros dois forem oompa loompas). É um veículo de nicho, ou então – no máximo – serve para ser o 2º ou 3º carro da família.

Mas o carro é extremamente charmoso e encantador! Para finalizar, eles colocaram até um teto solar para aumentar a firula do veículo.

Uma pena que a bolsa-auxílio do estagiário não comporta esse tipo de carro…

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

Ou me segue lá (onde sou menos perdido) no FacebookInstagramLinkedin e Twitter.

Newsletter InfoMoney
Insira um email válido.
done Sua inscrição foi feita com sucesso.
error_outline Erro inesperado, tente novamente em instantes.

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

Compartilhe
Mais sobre

Mais de O mundo sobre muitas rodas