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Só as locadoras salvam!

A lógica era que tivéssemos o 7º mês de queda de vendas no setor automotivo em 2022. Mas eis que, nos últimos dias de julho, nosso “anti-herói” favorito apareceu para salvar (mais uma vez) o segmento
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Na montanha russa que é o setor automotivo, havíamos encerrado o primeiro semestre amargando seis meses consecutivos de queda nas vendas.

A lógica mais que natural era que, em julho, tivéssemos a nossa sétima queda consecutiva.

Mas eis que, nos últimos dias do mês, o nosso “anti-herói” favorito apareceu para salvar (mais uma vez) o setor automotivo!

Sim, caros leitores: estamos falando dos grandes compradores de carros (logicamente que tudo na “bacia das almas”) do setor automotivo, o nosso TRIO CALAFRIO (LOCALIZA; UNIDAS e MOVIDA).

O que registramos neste mês de julho que acabou de se encerrar?

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Tivemos 169 mil carros vendidos, o que representou um aumento de 2,2% sobre junho, quando vendemos 165,4 mil veículos. Sobre o mesmo período do ano passado, quando houve a comercialização de 162,4 mil unidades, o crescimento foi de 4,1%.

Mesmo com esse crescimento em julho, o setor ainda registra retração de 13% no acumulado do ano. Nestes sete primeiros meses de 2022, vendemos 1,02 milhão de unidades contra 1,17 milhão sobre igual período de 2021. Em resumo, estamos com um mês de vendas de defasagem.

Mas o ponto a se comemorar é que, após seis meses de queda consecutiva, o setor automotivo conseguiu colocar o nariz (um pouco) para fora d’agua e dar um breve suspiro.

A grande ressalva é: até que ponto essa “recuperação” do setor é sustentável?

O que registramos foi a absurda quantidade de carros emplacados lá na terra das locadoras (“Belzonte”). Dos 169 mil carros vendidos no mês de julho, 20% foram direto (?) para Belo Horizonte.

As vendas no Brasil, neste ano, estão com queda de 13%. Já Belo Horizonte (cidade que mais emplaca carros) viu as suas vendas apresentarem crescimento de 4%.

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Outro ponto é que as montadoras já perceberam que quem vai salvar a vida delas neste ano são as locadoras, frotistas e afins – o chamado público PJ (pessoa jurídica).

E, nesse tipo de modalidade, as vendas são feitas “diretamente” pelas marcas.

Pela primeira vez na história do setor automotivo, as vendas para o público PJ foram superiores às vendas para PF (pessoas físicas). Quase 51% das vendas de carros no mês de julho foram para PJ, como locadoras, frotistas e afins.

O buraco no setor automotivo está tão grande, mas tão grande, que as montadoras começaram a apelar! E eles estão desesperados atrás do pessoal PJ. Com isso, as vendas diretas das montadoras chegaram a proporções nunca imaginadas.

Sente o drama:

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O percentual de participação da venda direta de algumas montadoras sobre o total foi o seguinte: Nissan – 90%; GM – 81%; VW – 64%; Fiat – 60%; Mitsubishi – 55%; Renault – 53%.

Tanto que isso gerou algumas “distorções”!

Por exemplo: o carro mais vendido em julho foi o “novíssimo” VW GOL, que já tem 42 anos de vida e se encontra em processo de eutanásia para o final desse ano.

Fico aqui imaginando quanto o nosso “trio calafrio” pagou neste carro – deve ter sido um negócio da China para as locadoras…

O grande ponto para o setor automotivo é saber se o apetite das três grandes locadoras irá se manter até o final do ano ou se isso foi apenas uma miragem no deserto.

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O setor precisa se reinventar urgentemente! O parque fabril tem capacidade de produção de uns 5 milhões de unidades e nem com reza brava chegaremos aos 2 milhões de unidades. A ociosidade fabril é próxima a 60%.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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