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Receita avança sobre o setor automotivo

Carros brasileiros estão absurdamente caros e situação vai piorar, ainda no curto prazo
Por  Raphael Galante -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Acredito que uma das únicas unanimidades aqui do espaço é o conceito geral de que todos acham os preços dos carros brasileiros caros. Absurdamente caros!

Voltando quase ¼ de século, na época do digníssimo presidente Itamar Franco, quando foi lançado o chamado “carro popular”, o preço do quase falecido Uno (Mille) era de aproximadamente R$ 8,5 mil.

Considerando um IPCA acumulado de uns 400%, hoje o carro deveria estar com preço de venda próximo a uns R$ 33 mil.

Como o Fiat Uno se encontra na faixa de R$ 67 mil, a Fiat (e qualquer outra montadora) só errou em 100% nesse reajuste.

Somente neste ano, o aumento médio dos carros novos está girando por volta de 15%.

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E qual é a explicação (por parte das montadoras) para esses aumentos?

A desvalorização do real é um dos principais motivos. Como grande parte dos componentes do veículo são importados, qualquer medida (palavra) do atual (des)governo, gera impacto imediato na cadeia de custos. E, logicamente, em se tratando de BraZil, sempre podemos piorar a situação um pouco mais.

Além do fator câmbio, por causa da pandemia, tivemos o aumento dos custos dos insumos – e aqui o impacto foi geral, como mostra o IGP-M batendo 25% em 12 meses.

Então, neste ano, estamos com a tempestade perfeita formada!

A composição do preço de um veículo, grosso modo, é mais ou menos assim:

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Ok, mas o que você trouxe de novo para nós? Nada!

Mas seguem agora duas notícias fresquinhas:

1 – Mais aumentos à vista!

O que eu vos trago é que a situação irá piorar, ainda no curto prazo! Conversando com algumas montadoras, elas se mostraram preocupadas (para não falar desoladas) com as negociações sindicais que estão ocorrendo.

O pleito dos sindicatos é um reajuste médio nos salários entre 11% a 13%. Isso para as montadoras, o que deve um aumento por volta de 1% (no mínimo) nos preços dos carros.

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Devemos levar em consideração que o pessoal de autopeças está na mesma dinâmica, assim como as concessionárias. Ou seja, estimamos um aumento no preço dos carros (no final das convenções coletivas) por volta de 2,5%.

E isso vai vir na veia! Ou, como o pessoal me comentou: “Eles estão irredutíveis!”

2 – Incidência do Imposto de Renda:

Exatamente isso que você leu! Dependendo de quando e como você comprou o seu veículo, você poderá pagar Imposto de Renda na hora da venda.

Vou explicar melhor: isso aconteceu com o amigo de um amigo meu.

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Em outubro de 2019, o “dito” comprou um VW T-Cross Highline por R$ 112,3 mil. Como o carro fez dois anos e quase 25 mil Km, ele decidiu vender e comprar outro. Hoje, esse carro (o usado) pela tabela Fipe é cotado por volta de R$ 117,3 mil. Ele conseguiu vender por R$ 120 mil.

Gente, conta de padoca: 120 – 112,3 = 7,7 * 15% = R$ 1.150,00

PessoALL, o cabloco morreu com mais de R$ 1.000 em Imposto de Renda a título de “ganho de capital” na venda do seu carro.

Pensa se o pessoal da Receita Federal não vai ficar de olho grande nessa conta?

Sendo sincero, quando foi que você viu uma aberração dessas? Pagamento de IR na venda do seu carro do dia-a-dia…
Não estou vendendo aquele Ford Mustang Steve McQueen, um carro antigo de colecionador. É o carro que você usa para “levar as crianças ao colégio”.

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Sabe quando isso acontecia? Um produto usado (como um carro) valorizar tanto assim?

Na época da inflação alta.

É pessoal…. já dizia a placa:

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

Ou me segue lá (onde sou menos perdido) no Facebook, Instagram, Linkedin e Twitter.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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