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Por que os carros seminovos estão vendendo tanto em plena pandemia?

Mesmo com a crise econômica, venda de carros usados e seminovos cravou um crescimento de 10% sobre o mesmo período do ano passado
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras: quem acompanha este espaço sabe que, sempre que falamos sobre o mercado de veículos, em geral, abordamos o mercado de veículos novos.

OK… a bem da verdade, o mercado de carros novos sempre foi mais glamoroso que o de veículos usados – ou de veículos “seminovos”, para dar um “ar” mais sofisticado.

Mas, nos últimos anos, o carro “seminovo” transmutou! Na verdade, todo o mercado em volta dele mudou…

Os primeiros movimentos partiram das próprias montadoras. Aqueles veículos – na época dos seus pais – que quando saíam de fábrica com garantia de seis meses ou um ano, acabaram!

O basicão agora são três anos de garantia, e as marcas mais TOP dão, em média, cinco anos de garantia. Marcas de alto volume (como a Hyundai) já chegaram a vender o seu “queridinho” (HB20) com seis anos de garantia!

Então, neste primeiro aspecto, para aqueles carros “seminovos” com até cinco/seis anos de uso, existe uma grande probabilidade de que as manutenções foram feitas na concessionária autorizada com o aval de toda técnica da montadora, dando assim, uma garantia maior para o veículo.

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O segundo ponto que mudou: o mercado de carros usados era um mercado de gente “safa”! Aquele velho ditado de que você comprava gato por lebre no mercado de carros “seminovos”, era um mantra. Conhecer pessoas que tiveram problemas com fraude, adulteração de chassi, comprar um carro roubado/clonado/salvado, problema de documentação entre uma infinidades de outros perrengues era normal…

ERA!

Aí, entraram todos os avanços tecnológicos!

Em algumas localidades/estados é necessário ter um laudo cautelar para você fazer a transferência do veículo. O laudo cautelar verifica aquilo que meros mortais não conseguem apurar para ver se tudo se encontra “ok”, como atenção ao teto, coluna, longarinas, itens de segurança, além de verificar se o carro possui os mesmos números de motor-chassi.

Outro avanço foi o surgimento de novas empresas/tecnologias (como o Tecnobank) que possuem um produto que realiza um raio-x do veículo por meio de vários recursos, como consulta da placa, decodificação, laudo veicular, informações de leilão e avaliação de garantia, entre outros (para saber mais, veja aqui).

No caso dessa ferramenta da “cablocada” do pessoal da Tecnobank, o cerne central foi que eles (além de outros dados) aumentaram a segurança das instituições financeiras para a tomada de decisões “menos erradas”.

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E aqui entra o nosso terceiro ponto.

O crédito!

Como diria o amigo do Bob Esponja (se você não o conhece, é o Lula Molusco): nunca antes na história desse país, no mais profundo processo recessivo, os agentes financeiros liberaram crédito para a compra do carro de forma constante, sustentável, com prazos alongados e taxas baratas.

Neste ano, tivemos mais de R$ 122 bilhões em concessões para o financiamento de veículos. E sabe o que é o mais interessante? De todos os carros que foram financiados, quase 78% foram carros “seminovos”.

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Acho que, em toda a cadeia automotiva, o principal ponto positivo deste ano foi o crédito. Antigamente, quando a economia “dava ruim”, os agentes financeiros eram os primeiros a sair… neste ano, não. Eles ficaram e apostaram nas suas posições.

E, para fechar o ciclo, temos o grande deslocamento do preço do carro novo frente ao do usado. O carro novo – para nós – é como se fosse uma commodity, igual ao minério de ferro, soja, milho e afins.

Mas, como assim?

Veja bem, devido à alta tecnologia embarcada, além de plataformas e fornecedores globais, a formatação do preço do carro novo (aqui em Terra Brasilis) é toda feita em dólar!

Então, não é que o preço do carro novo é caro: nós que ficamos mais pobres, simples assim!

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Afinal de contas, em um levantamento recente, o Real era a moeda que mais tinha se desvalorizado no mundo.

Com tudo isso, mesmo o mercado de veículos novos mostrando recuperação, as vendas de carros “seminovos” já se se recuperaram. E, nos últimos três meses (setembro-novembro), apresentaram um crescimento médio de 10% sobre o ano de 2019.

Gente… em plena pandemia, a venda de carros “seminovos” – nestes últimos três meses – cravou crescimento de 10% sobre o mesmo período do ano passado! Isso é um baita resultado!

Outro ponto a se notar é que, neste ano, de todos os carros que foram vendidos, menos de 1/5 foram de carros novos.

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E “o mais melhor de bom” é que esse conceito do consumidor brasileiro optar cada vez mais pelo carro “seminovo” veio para ficar!

Lógico que o sonho de qualquer um é sempre comprar um carro novinho. Mas, dentro do atual cenário, a maioria percebeu que o carro usado tende a dar o mesmo grau de satisfação.

Além disso, o bolso agradece!

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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