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O futuro do carro é elétrico – Parte 1: esqueça o que você achava que sabia sobre baterias

Além da redução do custo das baterias, temos ao mesmo tempo o aumento da autonomia dos veículos (que já foi mais do que duplicada) e a redução no tempo de carregamento
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Após um longo e tenebroso inverno, no qual ficamos em quarentena sem qualquer tipo de viagenzinha ou evento de grande porte, eis que, para felicidade geral do estagiário, começou nesta semana em Lisboa o Web Summit 2021.

Para quem não conhece, o Web Summit é um dos mais importantes eventos mundiais de tecnologia, empreendedorismo e inovação. Com isso, focaremos os nossos próximos textos nas tendências que estão sendo debatidas por aqui na parte de veículos.

Um dos principais pontos que têm sido abordados é a descarbonização do setor automotivo. Traduzindo: o mercado caminha a passos largos para a eletrificação dos seus produtos.

Ou seja, talvez você não tenha um carro eletrificado nesta vida, mas seus filhos e netos provavelmente terão!

Neste primeiro texto aqui de Portugal, vamos falar sobre o uso da bateria do veículo – com todos os preconceitos que ela gera.

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Quando falamos em carros elétricos, um dos primeiros problemas que vem à cabeça é a durabilidade das baterias. Afinal, se você leitor for como eu, já percebeu que a vida útil da bateria do seu celular é de uns três anos (isso se você cuidar bem dela).

No nosso imaginário, é de se supor que algo similar aconteça com as baterias dos carros. Como o assunto (eletrificação) é novo, ainda não temos informações estatísticas suficientes para isso.

Contudo, o pessoal da Tesla fez um estudo que ajuda mais ou menos a identificar essa perda: eles acompanharam 900 clientes reais da montadora, donos de modelos S e X, para verificar qual foi a degradação das baterias ao longo do tempo.

E qual foi a grande conclusão?

Para os clientes da Tesla, chegou-se à conclusão que a bateria perde 5% do poder de armazenamento após 50 mil Km rodados. Mas o lado “mais melhor de bom” é que, após essa barreira dos 50 mil Km, a perda de eficiência passa a ser de 1% a cada 50 mil Km.

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O estudo acima mostra que, ao andar mais de 270 mil Km, a bateria estaria com uma vida útil de 91%. Considerando aquele número mágico de 80% como o prazo final da vida da bateria (e fazendo aquela clássica conta de padoca), você poderia rodar com um Tesla por 800 mil Km antes de precisar fazer a troca das baterias.

O ponto do estudo da Tesla é que, além dele já ter alguns anos, a evolução das baterias vem acontecendo com uma rapidez gigante. Provavelmente, se eles realizassem um novo estudo desse tipo, o resultado seria ainda mais animador.

Já um estudo da Bloomberg mostra que se em 2010 o custo de armazenamento por kWH rondava na casa de US$ 1.000, em 2018, ele chegou à cifra de US$ 179. E a pesquisa projeta um valor médio de US$ 70 para 2030.

Ou seja, imaginemos um pack de 50 kWH que, em 2010, tinha custo de US$ 50 mil. Em 2030, ele deverá custar por volta de US$ 3.500. Essa redução constante dos custos das baterias é um forte sinalizador de aumento na demanda/produção de veículos eletrificados.

Mas não é só isso. Além da redução do custo das baterias, temos ao mesmo tempo o aumento da autonomia dos veículos (que já foi mais do que duplicada) e a redução no tempo de carregamento.

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A consagração dos carros eletrificados vai gerar uma série de novos negócios que ainda não foram explorados. Por exemplo: mercado de carros seminovos, reciclagem e reutilização das baterias, sem contar os novos serviços ligados aos veículos elétricos.

Mas isso é assunto para os próximos textos.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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