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Antes de começar esse novo post (e levando em consideração o histórico dos comentários daqui do blog), quero dizer que concordo com vocês! Os carros brasileiros são demasiadamente caros; a carga tributária é abusiva; existe uma margem de lucro exagerada por parte das montadoras e por aí vai…
Mas como vamos tratar sobre o mercado de carros de luxo, deixaremos de lado esses conceitos.
Então, vamos lá!
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Um dos pontos que analisamos, aqui no escritório, nas últimas semanas, era a revisão das nossas matrizes de projeções de carros de luxo.
E, sinceramente, trabalhar nesse nicho de mercado, é altamente rentável! Voltando para a faculdade e se debruçando nos livros de microeconomia, a curva de vendas desses veículos seria quase que uma “demanda praticamente inelástica”.
O que acompanhamos ao longo dos últimos anos, é que, por mais que esse setor tome porrada (como a sobre taxa de 25% de IPI, oscilações de câmbio ou uma economia fraca), as vendas de carros deste segmento parecem que são imunes.
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E isso é normal! Afina de contas, no maravilhoso mundo de CARAS, para os ricos e famosos não existe crise. E, mesmo se eles passarem por alguma, não seria por isso que deixariam de comprar o seu BMW.
Vamos quantificar isso. A tabela abaixo vai explicar um pouco melhor:
Em resumo, o mercado automotivo está péssimo! Estamos com retração nas vendas de -7,43% e provavelmente terminaremos esse ano com uma queda entre -9% e -11%. As 12 principais marcas estão no mesmo ritmo. Já todas as demais marcas registram queda de -4,54%. Mas quando fazermos algumas subdivisões, percebemos que o mercado das marcas de luxo está na contramão. As marcas importadas chinesas estão com queda próxima ao do mercado, já as marcas de luxo registraram crescimento de 8,72%. Mostrando aqui que o mercado de carros importados é bem dividido entre carros de luxo e, praticamente o resto.
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Mas quando entramos em algumas marcas específicas, o desempenho é animador!
A Audi (uma das que terão fábrica no Brasil) com 6,1 mil carros vendidos nos primeiros seis meses do ano, registrou crescimento de 120% nas vendas, sobre o mesmo período do ano passado. A BMW – outra com futura fábrica – teve 7,12 mil carros vendidos neste semestre (ela já vende mais que a JAC) e teve evolução de 16,3% neste semestre. A clássica M. Benz teve um desempenho um pouco mais modesto, evolução de 6,56%.
Até marcas de um único carro tiveram bom desempenho. Por exemplo, a inglesa MINI registrou crescimento de 36% neste período.
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Mas não são só as marcas de luxo que estão tendo esse bom desempenho; modelos de luxo das demais marcas também estão alavancando vendas. Por exemplo, o Toyota Camry está com crescimento nas vendas de 27%, da mesma forma que o VW Touareg: 133%. Assim como o Honda Accord e o GM Malibu, que praticamente não venderam nada no primeiro semestre do ano passado, neste ano apresentam também crescimento.
Resumindo, o mercado de luxo (independentemente da marca) é anti-crises, e sempre terá demanda para os seus produtos e, com as novas fábricas chegando, só tende a melhorar. Ou seja, aqui não tem aquele mimimi que a gente está acostumado a ver!