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Melhores e piores do ano no setor automótivo: crédito

Com o fim do ano vamos aproveitar para fazer aquela nossa retrospectiva dos melhores e piores do ano no setor automotivo. O primeiro tema que vamos abordar será a dinâmica do crédito automotivo
Por  Raphael Galante -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Como só temos mais duas semanas para finalizar o infame ano de 2022, chegou a hora de mudarmos nossa playlist do Spotify, trocando o “psy trance” do dia a dia pelos clássicos natalinos de George Michael, Simone e Mariah Carey. Afinal, “então é Natal”!

Assim, vamos aproveitar para fazer aquela nossa retrospectiva dos melhores e piores do ano no setor automotivo.

O primeiro tema que vamos abordar será a dinâmica do crédito automotivo.

Se, em um passado não tão distante, a gente batia no peito para falar bem do crédito, no atual cenário, a vontade foi pegar a vara de marmelo e bater neles!

Como estamos falando sobre venda de veículos, o crédito é um fator mais que importante! Afinal, carros são bens de alto valor agregado! E, sem uma linha de crédito decente, o mercado vai às mínguas!

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Qual era a importância do crédito automotivo?

Fazendo uma média do período de 2010 até 2021, notamos que 58% dos carros novos vendidos eram financiados. Num dos últimos “excelentes” resultados para o setor, em 2010, essa participação foi de 67%, ou seja 2/3 de todos os carros vendidos foram financiados!

E em 2022?

Os dados de financiamento até novembro apontam para uma penetração inferior a 37%. No mês de novembro, registramos a pior marca do setor: menos de 1/3 dos carros novos vendidos foram financiados!

A participação dos financiamentos em 2022 está 20 pontos percentuais abaixo da nossa média histórica e mais de 30 pontos abaixo do recorde no ano de 2010.

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Para piorar, os dados sequer mostram qualquer tipo de reação… zero! Ou seja, estamos indo ladeira abaixo e qualquer tipo de reviravolta na parte do crédito virá quando o novo desgoverno entrar em ação, em 1º de janeiro. Mas aí, como tem aqueles 100 dias de colher de chá para o “novo” governo, e o país só volta a funcionar efetivamente depois do Carnaval, mudanças positivas no crédito automotivo (se tivermos) só a partir do segundo semestre, com sorte!

Na real, a gente está mais ou menos como aquele meme:

Mas qual foi o grande problema do pessoal do crédito?

As taxas de inadimplência e o atraso nas carteiras de crédito automotivo passaram a casa dos 10%, voltando assim ao patamar de 2017. Ou seja, o sinal de alerta está mais que ligado!

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Mas não se preocupe com este agourento estagiário… também trazemos notícias positivas sobre o crédito.

Um ponto “menos ruim” é que o volume de liberação de crédito para o setor automotivo continua “indo bem”. Neste ano, estamos com um total de R$ 162 bilhões em créditos liberados contra R$ 163 bilhões do ano passado.

O volume de crédito está praticamente igual ao ano passado. Mas como o preço do carro novo está orbitando lá na estratosfera, o que pega mesmo é o volume de carros financiados, que diminuiu uma barbaridade!

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Mas qual foi a grande novidade do setor?

Caros leitores, o que veio “matando a pau” neste ano foi o Sistema de Consórcios!

Sim, eu sei… o consórcio é aquele produto amado por muitos, odiado por vários e incompreendido por todos!

Também sabemos que a melhor maneira de comprar um veículo SEMPRE é à vista! Mas na atual conjuntura, com os juros lá na orbita e os bancos cada vez mais tirando o pé na liberação de crédito, aquele produto 100% brasileiro sempre acaba se destacando em momentos de crise!

O grande ponto é que a venda de cotas de consórcio de veículos leves deverá registrar recorde histórico! Enquanto o crédito automotivo vem definhando, a venda de cotas fechará esse ano com mais de 1,56 milhão de cotas vendidas, o que representará um aumento de 7,6% sobre o ano passado.

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Mas o melhor vem agora! Há quase um mês, explicamos o motivo pelo qual o mercado de caminhões vem andando de lado, naquele que deveria ter sido “o ano”.

Mas dados do sistema de consórcio apontam para uma FORTE retomada do setor daqui uns 2-3 anos. Se o crédito é importante para o setor de quatro rodas, para caminhões ele é mais que vital. E aí, todas as explicações que demos aqui servem para o setor de pesados, mas com intensidade dobrada.

Do outro lado, o consumidor de caminhões é um “planilheiro” nato! Ele não é aquele consumidor que acordou lindo e radiante com os cantos dos passarinhos e diz: “Hoje vou sair e comprar um Actros! (caminhão com preço acima de R$ 1 milhão)”.

Pelo contrário. Esse consumidor é aquele que já está planejando (em algum momento do espaço-tempo) fazer a troca (renovação) dos seus caminhões. E aí o produto consórcio tende a cair super bem para eles.

Explicando melhor: a venda de cota de consórcio de veículos pesados não só bateu o seu recorde histórico – ela cravou “O RECORDE” histórico.

Neste ano, deveremos ter mais de 315 mil cotas vendidas, o que representará um crescimento de quase 73% sobre o ano passado, quando tivemos 182 mil cotas vendidas.

E o melhor de tudo é que a grande maioria destas cotas vendidas hoje tenderão a virar um crédito para o caminhão daqui a 2-3 anos.

Por mais que setor tenha a tendência de chutar latinha ano que vem, o futuro é ligeiramente promissor para eles!

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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