Adeus ano velho…. feliz ano novo???

As vendas de veículos, como prevíamos, encerraram com queda. Mas o que podemos aprender com tudo isso?
Por  Raphael Galante
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Como vocês devem ter acompanhado na mídia, e insistentemente aqui no blog, o setor automotivo encerrou o ano com queda nas vendas de -1,62%, praticamente dentro dos -2% que a gente vinha falando desde o final de 2011…

Tivemos a Fiat como líder de vendas, o Gol como o carro mais vendido e o mesmo blá, blá, blá de sempre…

A nossa abordagem vai ser um pouco diferente: neste cenário de queda, vamos falar do que foi destaque. Do que realmente aconteceu de bom para o setor.

Mesmo em queda,  tivemos vários pontos positivos. Todos mencionam a Hyundai e a Toyota como as marcas que roubaram – no bom sentido – o mercado dos outros.

Sim, isso ocorreu! Mas o grande destaque para nós, foi o desempenho de outras marcas. Vamos começar:

Como já havíamos abordado (em textos aqui no blog), as marcas de luxo (importadas) bombaram!! Começando por ordem alfabética: A Audi encerrou o ano com 6,6 mil carros vendidos, tendo um crescimento de 38% sobre o ano passado. A BMW (que futuramente terá fábrica aqui), vendeu quase 14 mil veículos, tendo assim uma incrível evolução de 60% sobre o ano passado. A Dodge teve crescimento de +30%, assim como Land Rover com seus 10,6 mil carros vendidos e crescimento de 32%. A força da marca alemã novamente foi representada com os 13,1 mil carros vendidos da M. Benz e 25% de crescimento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E porquê estamos focando no segmento de importados? Bem, todas as marcas de luxo tiveram bom desempenho no ano de 2012 e também em 2013. Se considerarmos que tivemos um mercado adverso, o resultado delas foi sensacional! Outro fator, é a movimentação que estamos verificando. Atualmente, temos no Brasil dois grandes grupos de concessionárias de veículos que são administradas por empresas americanas do ramo automotivo, que possuem capital aberto, e ações negociáveis na bolsa! Da mesma forma que tivemos o anúncio do investidor americano, Marshall Cogan, juntamente com um fundo asiático, de investir a bagatela de R$ 1 bilhão na abertura de novas concessionárias das marcas (BMW, Audi e M. Benz), que, por acaso, anunciaram a intenção de produzir localmente os seus veículos. O que acreditamos é que,  no médio prazo, o setor de distribuição de veículos terá alguma participação no mercado acionário brasileiro, assim como já existe nos EUA.

Outro ponto positivo, foi que, o setor, mesmo vendendo -1,62% a menos, teve crescimento em seu faturamento de 2,11%. Ou seja, vendi menos e faturei mais! No ano de 2013, estimamos que o setor movimentou (apenas na venda de carros novos) o montante de R$ 161,3 bilhões (recorde) contra os R$ 158 bilhões do ano de 2012. Em 2013, as montadoras de veículos conseguiram vendem R$ 3,33 bilhões a mais, mesmo vendendo quase 60 mil carros a menos.

Como vocês puderam ver, tivermos muita coisa positiva e saímos um pouco da mesmice de falarmos quem foi líder de vendas e qual foi o carro mais vendido.

Porém, novamente, não acreditamos em melhora nas vendas de veículos. Acreditamos que, neste ano, o mercado irá encerrar com retração de vendas entre -3% e -5%, conforme tabela abaixo:

O destaque deste ano continuará sendo para o trio “filé-mignon” (Honda, Hyundai e Toyota) e definitivamente para as marcas de veículos importados de luxo, segmento este que dificilmente passa por crise.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

  

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

Compartilhe

Mais de O mundo sobre muitas rodas