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Como escolher um Robô de Investimento com base nos backtests

O melhor ponto de partida para seleção de um Robô de Investimento é o chamado backtest, que analisa a performance do robô, com cotações do passado.
Por  Álvaro Velloso
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O backtest nada mais é, do que o resultado de um processo de testes de uma determinada estratégia – entenda-se robô + seus parâmetros de configuração (ou setup) – aplicada a um ativo e, normalmente, é fornecido pelos desenvolvedores sérios de estratégias automatizadas, também chamadas de Robôs de Investimento.

A primeira e mais importante regra a ser seguida é: jamais utilize uma estratégia sem antes analisar o seu backtest.

É fato que ganho passado não é garantia de ganhos futuros, mas o backtest é a informação mais palpável que podemos ter sobre o comportamento de uma determinada estratégia, ao longo do tempo. E é exatamente por este motivo, que backtests realizados por períodos muito curtos – 1 a 3 meses, por exemplo – não podem ser considerados confiáveis. Os backtests devem levar em consideração períodos de amostragem bem mais longos, superiores a 1 ano.

De qualquer forma, o tempo de amostragem não é o único indicativo de que um backtest seja confiável. Na verdade, existe uma série de outras condições que devem ser observadas pelo desenvolvedor de estratégias, ao realizar um backtest. Sendo assim, procure desenvolvedores de robôs sérios e que forneçam resultados de backtests consistentes e confiáveis, pois são muitas – e muito úteis – as informações que podem ser extraídas de um backtest bem feito. As principais são as seguintes:

Curva de Capital: Este é o gráfico mais clássico gerado por um backtest e mostra a capacidade que a estratégia tem de multiplicar o capital aplicado. É um gráfico praticamente auto explicativo: Para saber quanto a estratégia ganhou ou perdeu, basta traçar uma linha de ganho constante, ligando o capital inicial ao final – obviamente, uma reta ascendente significa lucro, enquanto uma descendente significa prejuízo.

Cruva de Capital

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Sobre a curva de capital, é também muito importante traçar as chamadas linhas de perda, as quais refletem o drawdown absoluto e o relativo. É importante não confundir estes dois conceitos: o drawdown absoluto ocorre quando há perda efetiva de parte do seu capital inicial, enquanto o drawdown relativo é quando você obtém ganhos sobre o capital inicial e perde algum dinheiro mais adiante, mas o total ainda permanece acima do capital investido inicialmente.

Linhas de perdas

Ganhos e Perdas: Uma outra forma de ver o resultado da estratégia, é através de um gráfico que compara ganhos e perdas – normalmente medidos mês a mês – onde o ideal é que as barras relativas aos ganhos (azuis, na figura abaixo) sejam, de uma maneira geral, maiores do que as de perdas (vermelhas), muito embora isto nem sempre aconteça todos os meses – afinal, esta é a natureza da renda variável, que é uma sucessão de perdas e ganhos.

Ganhos e Perdas

Outra fonte de informação valiosa é a Planilha de Resultados, que guarda indicadores importantes. O primeiro e mais óbvio deles é o lucro líquido – resultado da subtração do valor total ganho pelo total perdido no período. Tenha em mente que, apesar do nome, este lucro líquido não leva em conta os custos da sua operação (como os de corretagem, por exemplo).

Resultados

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Desta forma, outro parâmetro importante da planilha é o total de deals. Isso é o que vai gerar o seu custo de corretagem, o qual também depende do quanto sua corretora cobra por cada operação realizada. Muitas vezes, em função de um elevado número de deals realizados, só o custo de corretagem pode “comer” todo o lucro líquido gerado pela estratégia – então é muito importante estimar quanto a estratégia tende a gerar de custo de corretagem.  Multiplique o total de deals pelo valor que sua corretora cobra por operação, para ter uma estimativa do seu custo total de corretagem.

Também deve ser dada atenção especial ao pay-off, que é o lucro líquido dividido pelo número de trades. O resultado, claro, deve ser sempre maior do que o custo, caso contrário, a estratégia será apenas uma grande geradora de receita para a sua corretora, mas não para você…

Porém, dentre todas as informações da planilha de resultados, a mais importante é o balance drawdown relative (drawdown relativo em dinheiro), que reflete quanto a estratégia perdeu no período (percentual perdido) e que representa o tamanho do seu risco. Se a estratégia é extremamente lucrativa, mas tem um drawdown relativo alto, será que você seguraria o “tranco”? Aceitaria uma perda tão grande – 30% ou 40%, digamos – e aguentaria esperar firme por uma possível recuperação, lá na frente? Se a resposta for não, significa que estratégias com um balance drawdown alto não servem para você. Fuja delas – mesmo que sejam extremamente lucrativas.

Uma outra autoanálise que você deve fazer é baseada nos indicadores de trades ganhos e trades perdidos. Algumas pessoas preferem ganhar mais vezes – mesmo que um pouquinho a cada dia – mas não querem saber de perdas. Outras aceitam ficar perdendo um pouco por vários dias seguidos, até obter um grande e recuperador ganho. E você? Como você se comportaria após 2 semanas seguidas só de perdas, por exemplo? Você “pediria pra sair”? Se sim, a estratégia em questão não serve para você. Procure uma outra, que apresente melhor relação entre trades ganhos e perdidos.

Ao analisar todos os parâmetros acima, tenha sempre em mente que não existe uma estratégia perfeita, com baixo risco e altos lucros garantidos com qualquer ativo e a qualquer tempo. Infelizmente, isso não existe. Desta forma, use os indicadores acima para selecionar as estratégias que mais se adequam ao seu perfil de investidor. Veja bem: não procure simplesmente as estratégias mais lucrativas. Procure as estratégias que são melhores para a sua forma de agir como investidor, com base nos principais indicadores que comentamos.

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Procure definir também se você se sente mais confortável em trabalhar com day-trade ou swing-trade. A operação em day-trade pede menores margens e permite que você opere com valores menores e diversifique mais. Lembre-se do velho mote sobre investimentos: diversifique! Trabalhe com mais de um robô de investimento e em ativos diferentes. Converse com o seu Assessor de Investimentos a respeito.

Para finalizar, depois de escolher as suas estratégias, opere um tempo em conta demo. Aproveite esta experiência para confirmar se sua escolha realmente foi a correta, antes de partir para operação em conta real.

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