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Torcida pelas reformas ignora a realidade: o governo já admitiu a sua incompetência

 Uma constatação desponta como inescapável: para o governo, a reforma da Previdência e a agenda econômica como um todo não são prioritárias
Por  Mario Vitor Rodrigues
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Devo admitir, lamento pelo cenário que se descortina em face à aprovação da reforma da Previdência e demais agendas defendidas pela equipe econômica.

Lamento porque o país necessita como nunca de ajuste fiscal e clama por uma Previdência adequada à realidade. Porque, se a União enfrenta problemas, os Estados beiram o caos. Porque há muito um plano tão ambicioso quanto este previsto no discurso de Paulo Guedes não era apresentado. Acima de tudo isso, porém, lamento o fato de o governo eleito para administrar o país em um momento tão crucial nem de longe reunir as capacidades necessárias para isso. E já fez tal reconhecimento.

Na verdade, minto, não fez. Faz. É ato contínuo. Método.

Não é possível analisar de outra maneira os frequentes ruídos de comunicação e as crises geradas pelo governo, todas a partir do seu seio, que não uma desesperada necessidade de fabricar espantalhos para maquiar a sua própria incompetência.

O presidente pode até não ser uma pessoa erudita — e o primeiro escalão igualmente não estimula elogios por seu brilhantismo —, entretanto, é um pouco demais supor a absoluta inocência do sujeito antes de publicar um vídeo escatológico nas redes sociais.

Tampouco cabe o benefício da dúvida quando se ataca a imprensa ou calunia jornalistas de um jeito covarde e mentiroso, à exemplo do episódio envolvendo uma profissional do jornal O Estado de S. Paulo no dia de ontem.

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Idem, é claro, para postagens alardeando a “ameaça da esquerda”. Como se hoje em dia ela de fato fosse um rival temível, prestes a tomar o poder, e não um espectro multifacetado, órfão de seu líder, que, para fazer barulho, precisa apelar ao voluntarismo de um ator decadente e usar de ironia com o sofrimento imposto por uma ditadura.

Há também os casos menos óbvios de diversionismo, como a declaração de que a democracia depende das Forças Armadas, a fritura de Gustavo Bebianno e o pedido feito pelo ministro da Educação de que se filmassem crianças cantando o Hino Nacional.

Seja como for, uma constatação desponta como inescapável: para o governo, a reforma da Previdência e a agenda econômica como um todo não são prioritárias. Pelo menos não tanto quanto a quixotesca agenda de costumes.

Aliás, é ainda pior, como deixam claro as práticas protecionistas envolvendo o leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia, ou a tentativa de se repetir a dose sobre a banana do Equador.

Contudo, no quesito choque de realidade, nada pode superar a fala do presidente reduzindo a idade mínima para aposentadoria das mulheres de 62 para 60 anos.

Paulo Guedes continua mirando em uma economia de R$ 1 trilhão ao longo de dez anos com a reforma da Previdência, todavia não se cansa de repetir, e já me disse com todas as letras quando o entrevistei, que no fim das contas prevalecerá a vontade de Bolsonaro. Afinal, os votos na eleição foram para o presidente.
Uma clareza de raciocínio que nem todos parecem dispostos a enfrentar.

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