Como o metanol também contaminou a web

Monitoramento do Claritor ajuda a dimensionar: menções engajadas no X/Twitter geraram 108,5 milhões de visualizações — ou seja, mais da metade da população brasileira exposta ao tema

Márcio Apolinário

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Assim como a contaminação de bebidas por metanol se espalhou no mundo real, a web também foi inundada por discussões sobre o tema na última semana.

Desde que os casos de intoxicação e mortes começaram a ganhar destaque, a internet, como sempre, se tornou palco de uma explosão de conversas. Em poucos dias, o tema escalou para um volume massivo de interações.

O monitoramento que fiz com o Claritor ajuda a dimensionar o fenômeno: as 1.200 menções mais engajadas no X/Twitter geraram 108,5 milhões de visualizações — o equivalente a mais da metade da população brasileira exposta ao tema. O dado mostra o poder de disseminação da plataforma e a gravidade da situação.

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O sentimento geral, considerando X/Twitter, Instagram e sites de notícias, teve média 4,5 numa escala de 0 a 10, com 547 menções negativas e 726 neutras, refletindo o tom de alerta e preocupação em torno do assunto.

A anatomia da explosão

A análise das 1.200 menções de maior engajamento no X/Twitter — um recorte que revela o que realmente gerou repercussão — mostrou 510 negativas, 520 neutras e 199 positivas.

A predominância das negativas e neutras indica um público em busca de informação e alerta. O alto número de retweets (397,8 mil) e favoritos (3,1 milhões) mostra o engajamento e a rápida disseminação do conteúdo, impulsionados por 720 perfis verificados, que ampliaram o alcance e a credibilidade das discussões.

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O X/Twitter concentrou 83% do total de menções (1.546), seguido por sites de notícias (9%) e Instagram (7%).

A média foi de 95,7 mil visualizações por menção, com as negativas liderando (123,5 mil), seguidas das positivas (119,3 mil) e neutras (46,7 mil).

Embora as negativas não sejam maioria, tiveram o maior impacto e visibilidade.

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O pico de conversas ocorreu em 30 de setembro, diretamente ligado às notícias do dia anterior: o alerta da Prefeitura de São Paulo sobre a presença de metanol em bebidas adulteradas e os primeiros casos confirmados e em investigação.

A confirmação de 5 casos e 17 em apuração impulsionou o aumento das menções, à medida que a população buscava e compartilhava informações sobre a crise.

O impacto e as consequências

A explosão do tema metanol no X/Twitter ampliou a conscientização pública sobre os riscos da contaminação e pressionou autoridades e fabricantes por respostas rápidas.

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A mobilização digital gerou maior cobertura da mídia e reacendeu o debate sobre responsabilidade e fiscalização na cadeia de produção.

A crise do metanol, amplificada pelas redes, é um exemplo claro do poder da web em moldar narrativas e mobilizar a sociedade em torno de temas de saúde pública.

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Márcio Apolinário

Márcio Apolinário é o criador do Claritor, uma plataforma modular de inteligência reputacional que transforma dados digitais em insights estratégicos e planos de ação concretos. Com passagens por veículos de imprensa como iG e Metro Jornal, e empresas como Grupo Santander e Pernambucanas, em seus mais de 20 anos de experiência em comunicação, análise de mídia e reputação, Márcio se dedica a desvendar as complexidades do ambiente online para ajudar personalidades e organizações a proteger e impulsionar sua imagem.