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Vale a pena?

No mundo ideal, a melhor forma de comprar um carro ou imóvel é investir para adquiri-lo à vista. Mas, para poupadores indisciplinados, que não têm dinheiro suficiente nem pressa para ter o bem, fazer um consórcio, uma invenção brasileira que mescla poupança, consumo e sorte pode ser mais vantajoso do que financiar.
Por  André Santos
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O que é um consórcio?

 

No mundo ideal, a melhor forma de comprar um carro ou imóvel é investir para adquiri-lo à vista. Mas, para poupadores indisciplinados, que não têm dinheiro suficiente nem pressa para ter o bem, fazer um consórcio, uma invenção brasileira que mescla poupança, consumo e sorte pode ser mais vantajoso do que financiar. Existem consórcios de imóveis, de carros, de eletrônicos, de serviços (como cirurgia plástica e festa de casamento) e outros.

Como funciona o consórcio

 

Ao fazer esse tipo de negócio, o participante, também chamados de cotistas, entra em um grupo, administrado por uma empresa, que se reúne com o objetivo de formar uma poupança. Os integrantes pagam parcelas mensais e, a cada mês, um deles é sorteado e recebe a chamada “carta de crédito” para adquirir o bem, normalmente um carro ou um imóvel. Importante ler os termos do contrato com atenção, pois eles detalham os seus direitos e deveres no consórcio. Nele estarão previstos também os valores a serem pagos e recebidos.

 

Contratação

Os consórcios têm um número mínimo e máximo limitado de participantes. Assim, se você deseja participar de um consórcio que já está operando, pode se encaixar em uma de três possibilidades:

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  1. Se houverem cotas disponíveis, é possível adquiri-las diretamente com a operadora do Consórcio;
    Caso algum consorciado desista, ou seja, excluído do grupo, é possível adquirir a sua cota, chamada de cota de reposição, também com a operadora;
    É possível adquirir a cota de um consorciado atual, assumindo integralmente seus direitos e obrigações. Esta compra é feita com o consorciado, mas precisa ser autorizada pela operadora.
  Pagamentos

 O pagamento é feito mensalmente, de acordo com as condições previstas no contrato. Ele é composto por:

– Fundo Comum: montante destinado à compra do bem é o que paga os contemplados todos os meses e varia em função do valor do bem e do tempo total do consórcio, além da quantidade de participantes;
– Taxa de administração: valor cobrado pela administradora para operar o consórcio;
– Seguro: o consórcio inclui um seguro de vida, que cobre as prestações a vencer, em caso de falecimento do consorciado;
– Fundo de reserva: adicional cobrado por algumas administradoras como garantia durante o consórcio. O fundo de reserva, se disponível, é devolvido aos participantes no final do consórcio. 
 

Contemplação

Os pagamentos vão financiando a entrega daquele bem para os participantes, até que todos sejam contemplados que pode ser através de Lance ou Sorteio.

  • Sorteio – Periodicamente (pode ser semanal, mensal, etc.) a administradora do consórcio realiza sorteios para que alguns cotistas sejam contemplados.
    Lance – Se não for sorteado, resta ao cotista dar um lance para receber o crédito. Para entender quem vence o lance é preciso ler o contrato do consórcio, pois há as mais diversas modalidades. 
As 3 modalidades de lance

Lance livre: pode ser oferecido qualquer valor, entre um percentual mínimo e o valor total das parcelas restantes.
Lance fixo: a administradora determina um percentual fixo para o lance. Neste caso é muito comum que hajam empates! Assim, é contemplado quem tem o número da cota mais próximo ao número sorteado na assembleia.
Lance embutido: é uma maneira de usar parte da carta de crédito da própria cota como lance para a sua aquisição. O lance embutido realmente aumenta as chances de ser contemplado e diminui o montante recebido pelo cliente. 
 

Vale a pena?

 

Antes de tudo, é importante entender que o consórcio não é um investimento, mas apenas um meio de conseguir comprar algo. É uma poupança coletiva que de tempos em tempos contempla um dos participantes com um valor para ser utilizado na aquisição do bem.

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Quem entra em um consórcio parcela um crédito que só terá acesso no futuro. Em termos de custo é mais barato um consórcio do que um financiamento, que te dá direito a comprar o bem de imediato. “O custo do consórcio é menor porque não há juros. Há somente a taxa de administração, mas que sem dúvida é menor do que o juro do financiamento” na simulação abaixo a prestação do consorcio ficou em R$ 584,99 reais, uma economia de R$ 612,87 reais em comparação ao financiamento.

 

Para simulação consideramos o valor de R$ 30.000,00 reais em 60 meses para ambos, Consórcio contra Financiamento de AUTO. Para simulação do consórcio consideramos as seguintes informações, o Fundo Comum (FC) corresponderá mensalmente 1,6667% do valor do bem, o que representa R$ 500. A Taxa de Administração (TA) de 15%, paga por mês é de 0,25%, ou seja, R$ 75. Fundo de Reserva (FR) o valor pago por mês de FR é de R$ 9,99, o que corresponde a uma taxa de 2% ou 0,0333% ao mês. Se somarmos os itens acima exceto seguro, pela variedade e por depender de negociação da administradora com a seguradora teremos o valor total da prestação: R$ 584,99.

Para o financiamento de veículo foram calculadas com base no cálculo do CET taxa de juros de 2.763% ao mês e 38.69% ao ano, Tarifa de Cadastro de R$670,00, Tarifa de Avaliação de Bens de R$500,00, Registro de Contrato (varia conforme a região), IOF anual de 3.00% e IOF adicional de 0.38%. CET mensal 3.14% e CET anual 44.91% e prestação mensal de R$1.197,86. Os percentuais citados acima são meramente exemplificativos. Verifique os percentuais constantes no contrato que você está assinando, bem como todas as demais cláusulas.

 

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 Para valer a pena é preciso 2 características…

 

1- Não ter pressa – Se o consumidor quer trocar de carro daqui três anos, mas ainda não tem dinheiro suficiente para a aquisição, pode entrar no consórcio. Pode ser que ele seja contemplado na primeira parcela como na última. O ideal é esperar que o crédito saia na metade”. Assim, se o consórcio tiver 48 parcelas, por exemplo, o cotista deve esperar que seja contemplado mais ou menos até o 24º mês. O financiamento atende quem vai precisar do crédito já no momento presente.

2- Não ter disciplina para poupar sozinho – Se o consumidor não possuir dinheiro suficiente para comprar o bem, o melhor é poupar em algum investimento mais conservador, como a renda fixa para os juros trabalharem a favor e não contra, como ocorre em um financiamento”. Se o interessado não tem o dinheiro, mas também não tem disciplina para poupar, o consórcio poderá ser uma ótima opção para atingir o objetivo.
 

 

É possível quitar dívidas e utilizar o FGTS no consorcio?

 

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A Lei dos Consórcios, que vigora desde 2009, permite a utilização da carta de crédito para quitação do financiamento feito para a compra de um bem em nome do consorciado. Considerando isso, assim que for contemplado, seja por lance ou sorteio, o consumidor pode usar o crédito para quitar o financiamento, desde que seja de um mesmo tipo de bem ou serviço do consórcio. Ou seja, uma carta de crédito de um automóvel não pode ser usada para quitar o financiamento de uma casa. O saldo de FGTS pode ser utilizado para liquidar saldo, oferecer lance, para complementação do crédito e amortização das parcelas do consórcio imobiliário.

 

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