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Por que o urânio pode ser uma proteção e aumentar os retornos das carteiras dos investidores

As ações das mineradoras, que caíram em março, tiveram um 2º trimestre fantástico e agora, no 3º trimestre, já estão com rentabilidades altíssimas
Por  Marcelo López -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A incessante busca por oportunidades é o que nos motiva. Estamos sempre procurando investimentos assimétricos, nos quais a chance de perder seja pequena e, se materializada, não nos impacte muito, e em que, por outro lado, a chance de acertar seja alta e, se materializada, nos gere ganhos exponenciais.

Não é segredo para ninguém que nossa maior tese de investimento na atualidade é o urânio. Estamos há mais de dois anos inseridos nesse mercado, buscando entender a dinâmica do setor, os participantes e seus interesses, e todo tipo de informação que nos ajude a buscar os melhores retornos com o menor risco.

Recentemente eu participei da maior conferência de urânio do planeta, novamente como palestrante, e gostaria de dividir com vocês um dos pontos principais da minha palestra, que foi justamente o fato do urânio poder ser o melhor hedge possível para o investidor, protegendo o patrimônio ao mesmo tempo em que diminui a volatilidade dos portfólios.

O bear market do urânio teve início em 2011, após o acidente de Fukushhima, e durou até 2017, quando a Cameco anunciou que suspenderia a produção da maior mina do mundo, a de McArthur River, no Canadá. Ao longo desses anos, o preço de praticamente tudo subiu, como de imóveis, ações, bonds, criptomoedas e arte.

Em 2018, os mercados em geral tiveram fortes realizações, com quedas muito acentuadas, principalmente nos últimos meses do ano. Quase todos os ativos caíram, enquanto o urânio subia 30%. Em 2019, após a capitulação do Fed, os mercados voltaram a subir, ao mesmo tempo em que o urânio caia.

Veio 2020 e tivemos o crash mais rápido da história, quando os índices acionários do mundo inteiro despencaram, juntamente com o preço de quase todos os ativos – até mesmo o ouro, considerado o porto seguro, caiu de preço no ápice da crise. Eu disse quase todos, porque o urânio não seguiu esse comportamento, e viu seu preço disparar de US$23/lb para US$34/lb. Muita gente está falando do ouro, da prata e do minério de ferro, mas o urânio é o metal com a melhor rentabilidade em 2020.

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As ações das mineradoras, que caíram em março, tiveram um segundo trimestre fantástico e agora, no terceiro trimestre, já estão com rentabilidades altíssimas – e acredito que isso seja apenas o começo.

Hoje está na moda falar da Amazon e da sua rentabilidade – que é expressiva, por sinal. Se imaginarmos que alguém comprou as ações da empresa no final da década de 90 e as segurou até ontem, a rentabilidade anualizada obtida foi de 31%, ou seja, 50% a mais do que Warren Buffett, considerado o maior investidor de todos os tempos, conseguiu com a Berkshire Hathaway. Realmente uma proeza.

No entanto, ao olharmos para o último bull market em urânio, de 2003 a 2008, e analisarmos a pior rentabilidade entre as empresas do setor, que foi a da Cameco, ficaremos surpresos. As ações da mineradora canadense subiram o equivalente a 83% ao ano, ou quase 3x a rentabilidade de quem comprou Amazon há pouco mais de 20 anos.

Se, em vez disso, fizéssemos uma comparação com as ações da Paladin, por exemplo, cuja rentabilidade anualizada foi superior a 450%, vemos que o urânio realmente merece ser estudado.

Sob o ponto de vista de gestão de portfólios, o investimento em urânio pode diminuir a volatilidade e aumentar os retornos da carteira. Lembrando que a hora de se investir em uma commodity é quando os preços ainda estão baixos e ninguém está prestando atenção.

Disclaimer: Esse texto reflete a opinião do autor e não constitui uma sugestão, recomendação, indicação e/ou aconselhamento de investimento. Nenhuma decisão de investimento deve ser tomada com base nas informações ora apresentadas, cabendo unicamente ao investidor a responsabilidade sobre qualquer decisão que venha a tomar.

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O autor detém o ativo mencionado em sua carteira proprietária e/ou na de clientes sob sua gestão remunerada

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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