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PIB dos EUA superou todas as expectativas – mas o diabo está nos detalhes

Estou olhando para diferentes setores em diversos países buscando alternativas de investimento rentáveis e baratas
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Semana passada o mercado foi surpreendido por mais um número impressionante vindo da economia norte-americana. O PIB, medida de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 3,2%, bem acima das expectativas, que apontavam para um crescimento de apenas 2,3%.

Após a divulgação, o ânimo dos investidores aumentou e as bolsas americanas caminharam para um novo recorde. Mas, como diz o ditado, o problema está nos detalhes (“The devil is in the details”). Podemos tirar duas conclusões dos números vindos da economia americana.

A primeira delas, mais óbvia e direta, é a de que os experts que fazem previsões sobre a economia estão fazendo um grande favor aos meteorologistas, ao fazerem as previsões do tempo parecerem mais profissionais e confiáveis. O exercício de prever é bem difícil e envolve diversas variáveis que não podem ser controladas ou satisfatoriamente modeladas, fazendo com que sua precisão não seja bem calibrada, para dizer o mínimo.

Eu não sou contra previsões. Elas devem existir até mesmo para medir as taxas de crescimento e definir áreas onde devem ser investidos mais recursos, mas não deveriam ser levadas tão a sério, especialmente por participantes do mercado que não têm sofisticação suficiente para compreender as minúcias.

Fazer investimentos no mercado financeiro baseado em previsões de macroeconomia é algo para profissionais – e, diga-se de passagem, o track record deles tampouco é muito bom. Basta observar quantos profissionais de renome que previram o desastre japonês há 15 anos por causa da alta dívida – desastre esse que nunca veio –, ou o estouro da bolha imobiliária australiana há 10 anos, que teve início no ano passado.

A segunda conclusão é menos direta, mas ao analisarmos o número mais a fundo, vemos que o setor privado doméstico cresceu apenas 1,3%, em linha com as expectativas. A grande surpresa foi o deflator, que veio com 0,64% de alta. O deflator é usado para medir o crescimento real do PIB. Se usássemos o CPI (Consumer Price Index) como deflator, o crescimento do PIB cairia pela metade, para apenas 1,6%.

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Pelo visto, a China definitivamente não detém o monopólio sobre a “maquiagem de estatísticas”. É interessante notar ainda que a leitura se refere a um trimestre em que o petróleo subiu cerca de 30% e o preço dessa commodity atinge praticamente todos e, embora não tenha um impacto imediato, seus efeitos serão sentidos nas próximas semanas.

A importância de se ter proteção aumenta cada vez mais. Em tempos em que os bancos centrais imprimem dinheiro sem olhar para trás e os governos têm incentivos perversos para camuflar números, investir em itens que não se desvalorizam com o passar do tempo se torna uma bela alternativa.

Estou olhando para diferentes setores em diversos países buscando alternativas de investimento rentáveis e baratas. Embora não seja uma tarefa fácil, graças às ETFs, que concentram bastante seus investimentos em alguns poucos ativos, ainda consigo achar alguma coisa.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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