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Demanda por ouro dispara no último trimestre de 2018 – e os bancos centrais são os responsáveis

O ouro continua a passar bons sinais, com os bancos centrais voltando ao mercado e comprando o maior volume dos últimos 50 anos
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O mercado de ouro continua a nos passar bons sinais. Na última semana, a World Gold Council publicou um relatório dizendo que a demanda pelo metal disparou no último trimestre de 2018.

Isso pode ser atribuído ao retorno da volatilidade, queda nos mercados acionários e percepção dos enormes riscos que se apresentam. Já mencionei vários desses riscos aqui, mas vale a pena reforçar: imbróglios no Brexit, bancos italianos e espanhóis quebrados, exposição a derivativos do Deutsche Bank, guerras e disputas geopolíticas (Síria, Iêmen, Ucrânia, Mar da China Meridional, etc.), bolhas imobiliárias começando a ruir na Austrália e Canadá, dentre outros. Em meio a tudo isso, os valuations de ativos financeiros seguem perto de suas máximas históricas.

Isso tudo fez com que o ouro voltasse a brilhar. Já escrevi sobre as recentes fusões e consolidações ocorridas nas empresas do setor e sobre outras que devem aparecer.

Mas o interessante no relatório é ver que os bancos centrais foram os maiores “culpados” por esse crescimento de demanda, ao efetuarem a maior compra dos últimos 50 anos. Eles certamente estão farejando algo que o investidor comum ainda não descobriu.

As compras dos bancos centrais aumentaram 74% na comparação anual e foi a maior desde a dissolução do sistema de Bretton Woods e o fim do padrão-ouro.

Já salientei várias vezes a importância de se ter uma pequena parcela do portfólio em ouro físico e não estou sozinho nessa. Ray Dalio, fundador da Bridgewater, gestora do maior hedge fund do mundo, também pensa assim. No seu último livro, chamado “Debt Crises”, Dalio expõe sua visão sobre onde estamos no ciclo e quais investimentos deveríamos ter para nos proteger: o ouro segue líder nesse quesito!

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Gostaria somente de lembrar a todos que na época de Jesus Cristo, 1 onça de ouro, aproximadamente 30g, compravam uma túnica, sandálias, uma cinta e uma bolsa. Hoje 30g de ouro compram um terno, sapatos, um cinto e uma pasta – o dinheiro de verdade, que não pode ser impresso ao sabor do vento e do humor dos dirigentes PhDs dos bancos centrais, não perde valor com o tempo.

O ouro não é um investimento que vai nos deixar ricos. Ele é um seguro contra a insanidade dos banqueiros centrais e seus governos. Se eu contasse para alguém que existe um seguro que devolve seu dinheiro no longo-prazo corrigido pela inflação, todos correriam para ele. O ouro deveria ser encarado dessa maneira.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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