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Resenha do livro “O Caminho da Servidão”

Em “O Caminho da Servidão“, Hayek demonstra que todas as formas de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam inevitavelmente à tirania e à supressão das liberdades, conforme já se evidenciava à época. Hayek argumenta que, em um sistema de planejamento central da economia, a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar a enorme quantidade de informações necessárias para essa tarefa. Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da implementação das políticas econômicas levariam, de uma forma ou de outra, ao uso da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas, tese também defendida por Ludwig von Mises, que demonstrou a impossibilidade do cálculo econômico em uma comunidade socialista.
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A obra “O Caminho da Servidão”, de Friedrich Hayek foi um manifesto contra um gigantismo estatal que se formava e que, sem dúvida, pavimentava a estrada em destino à servidão, ou seja, o surgimento de regimes socialistas. O senso comum era de insatisfação com os empresários, com a falsa ideia de que eram exploradores do povo e que só visavam o lucro. O lucro era mal visto e havia um grande ceticismo em relação aos regimes democráticos e capitalistas. Achavam o meio empresarial egoísta, enquanto, por outro lado, os regimes socialistas agradavam mais ao povo, por frisar em seus discursos apenas o bem estar da população.

Friedrich August von Hayek (1899-1992) foi um dos mais influentes economistas do século XX, responsável pela difusão da linha de pensamento econômico da Escola Austríaca. Recebeu o Prêmio Nobel em 1974 por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais, destacando-se na defesa do liberalismo clássico.

Em “O Caminho da Servidão”, Hayek demonstra que todas as formas de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam inevitavelmente à tirania e à supressão das liberdades, conforme já se evidenciava à época. Hayek argumenta que, em um sistema de planejamento central da economia, a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar a enorme quantidade de informações necessárias para essa tarefa. Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da implementação das políticas econômicas levariam, de uma forma ou de outra, ao uso da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas, tese também defendida por Ludwig von Mises, que demonstrou a impossibilidade do cálculo econômico em uma comunidade socialista.

Hayek mostra que os regimes burocráticos, administrados pelo estado, eram os grandes responsáveis pela geração de pobreza. Isso ocorre porque o estado é incapaz de estar presente, no tempo e no espaço, em todas as operações realizadas no mercado. Os custos e as perdas de renda seriam incalculáveis, levando-se em conta os custos de oportunidade de realização dos negócios. 

Ademais, um outro fator, resultante do fracasso das políticas instituídas pelos planejadores centrais, conduziria à retórica argumentativa de culpar a falta de poder para poder agir livremente, tentando aumentar, com isso, cada vez mais, a sua fatia de poder dentro do mercado. Para Hayek, a falta de poder estatal para vencer as resistências aos planos, acabava levando ao uso ainda mais extensivo da violência contra quem divergia do governo, e à imposição de restrições à população em geral. A desculpa do governo para as suas más ações era a de que o planejamento central só funcionaria sob um “governo muito forte, o único capaz de fazer as coisas funcionarem”. E assim aumentaria cada vez mais sua atuação e controle. Frente aos repetidos fracassos do planejamento central, o uso da força cresceria como falsa solução para os problemas de desabastecimento e miséria, num círculo vicioso que levaria estes países fatalmente ao totalitarismo.

Em última análise, na tese defendida por Hayek a implementação de um sistema econômico centralizado, que nunca atingiria seus objetivos, levaria à supressão de quase todas as liberdades civis e, também, ao baixo crescimento econômico. Apenas em uma sociedade livre, em que o mercado estivesse submetido tão somente à ordem espontânea oriunda do estabelecimento voluntário de relações sociais, se conjugaria o progresso econômico com as liberdades civis.

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A obra “O Caminho da Servidão” foi publicada em 1944 e se mantém atual quando analisamos o cenário no Brasil. Nesses últimos anos de PT no poder, caminhamos para a servidão enquanto presenciamos esse partido iludir o povo com discursos vazios e programas populistas, que tornaram o governo e o partido cada vez mais gigantes. Para ilustrar, a atual dívida pública federal no Brasil é de R$ 3,8 trilhões (dados de agosto/18) com estimativas que chegam a R$ 4 trilhões no fim do ano. Estes números são fortes entraves na retomada do crescimento.

Passadas a turbulenta época de eleições presenciais no país, indicamos a leitura dessa grande obra de  Hayek, “O Caminho da Servidão”. Esta obra esclarece a importância das reformas institucionais que garantam mais liberdade aos brasileiros – liberdade de trabalhar, liberdade de produzir, de lucrar sim e de crescer.

“Descentralizar o poder corresponde, forçosamente, a menor soma absoluta de poder, e o sistema de concorrência é o único capaz de reduzir ao mínimo, através da descentralização, o poder exercido pelo homem sobre o homem.  (…) Se fracassamos na primeira tentativa de criar um mundo de homens livres, devemos tentar novamente. O princípio orientador de que uma política de liberdade para o indivíduo é a única que de fato conduz ao progresso permanece tão verdadeiro hoje como foi no XIX.” (Hayek, O Caminho da Servidão, 1944)

Mariana Peringer é economista e associada do Instituto de Formação de Líderes de São Paulo (IFL-SP).

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