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Os próximos passos tecnológicos da Romi

Mais importante do que saber se uma empresa investe muito em inovação, é entender o impacto desse investimento em novas tecnologias
Por  João Paulo Reis
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Procurando entender melhor o que diferencia cada um dos negócios das empresas que compõem nossa carteira, resolvemos mergulhar fundo na análise da capacidade de inovação da Romi.

A ideia é trazer uma nova perspectiva das potencialidades dessa empresa, entendendo como elas vão transformar em valor intrínseco, além de melhorar a percepção e conhecimento do mercado, que poderá melhor precificar as suas ações.

Para aqueles que estão acessando nosso blog pela primeira vez, é importante ressaltar que a Romi investe anualmente em inovação (P&D) algo em torno de 4 a 5% da sua receita líquida.

Desse modo, a empresa está no topo do ranking das empresas mais inovadoras do país, junto com Embraer, Weg & cia.

Contudo, mais importante do que saber se uma empresa investe muito em inovação, é entender o impacto desse investimento em novas tecnologias e como elas mudarão a forma como a indústria produz, se isso irá trazer mais eficiência e precisão aos seus produtos e se resultará em um aumento do retorno dos usuários dessas máquinas e equipamentos ou desses novos serviços.

Também com esse post queremos familiarizar nossos leitores com novos temas que começam a ser amplamente discutidos como: indústria 4.0, conectividade, análise de dados em massa (Big Data), manufatura aditiva e dados na nuvem.

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Antes de entrarmos mais na discussão das novas tecnologias, devemos lembrar que as universidades possuem um nível muito elevado de conhecimento de diversas tecnologias. Em parcerias firmadas com a Romi, muitas aplicações são estudadas e melhoradas. A empresa tem parcerias com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA, a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo – EESC-USP, o Insper, entre outras instituições de ensino.

Essas parcerias pressupõem que as mais modernas máquinas da Romi podem ser disponibilizadas para os laboratórios das universidades com o objetivo de aprimora-las e desenvolver novas tecnologias, além de estudar as mais diversas formas de aplicações.

Com parcerias, além de equipe de P&D própria, a Romi almeja alcançar a tão desejada inovação nos seus processos (seja ela incremental ou disruptiva), através da melhora constante dos seus produtos, e estando assim, sempre um passo à frente da concorrência.

Bom, vamos à compreensão dos termos.

O termo indústria 4.0 abarca o conjunto de tecnologias agrupadas ao longo do tempo num pacote de inovação.

O conceito representa a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias como inteligência artificial, robótica, manufatura aditiva, internet das coisas e computação em nuvem, com o objetivo de promover a digitalização das atividades industriais, melhorando os processos e aumentando a produtividade.

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De todas essas tecnologias, a que mais se destaca é a conectividade.

As máquinas passam a estar conectadas entre elas e a uma central de controle. Isso é o que se costuma chamar de Internet das Coisas (IoT), uma realidade para os produtos da Romi.

Todas as máquinas que foram locadas dentro do novo negócio de aluguel de maquinário, lançado em 2020, estão conectadas com os sistemas da Romi, enviando e recebendo informações. Com essa aplicação, a Romi consegue gerar um serviço de inteligência conectada capaz de orientar o melhor uso da máquina.

Assim, a conectividade permite uma análise, em tempo real, da necessidade de manutenção e da programação do reparo, oportunidades de venda de novos serviços e melhorias no processo que o cliente esteja usando a qualquer momento.

O mais importante dessa tecnologia para a Romi é acompanhar o uso do seu cliente.

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Através da assistência de uma equipe, é possível otimizar e customizar as máquinas, melhorando a produtividade e desempenho da operação do cliente, criando, cada vez mais, uma excelente experiência de ter uma máquina Romi.

Outra iniciativa recente da Romi é o conceito de Manufatura Híbrida, que permite a retirada de material – como no processo de usinagem, aliado à adição de material – processo conhecido como manufatura aditiva, popularmente chamado de impressão 3D.

Essas novas máquinas permitem que os projetistas pensem em novas possibilidades de peças, que antes eram impossíveis diante das limitações das máquinas que fazem apenas subtração de materiais.

Os principais clientes das máquinas híbridas são as universidades e centros de pesquisas, que, através do desenvolvimento de novas aplicações, têm ampliado a capacidade de desenvolver processos capazes de produzir peças cada vez mais complexas.

É importante ressaltar que apenas quatro empresas fabricantes de equipamentos no mundo conseguiram desenvolver essa tecnologia híbrida. A Romi é uma delas.

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Pelo fato de ter poucos fabricantes no mundo e com o aumento da procura por máquinas híbridas, a Romi fica bem-posicionada e competitiva com essa tecnologia.

Sendo novidade, as máquinas híbridas vão desenvolvendo aplicações reais com o tempo. Hoje já é possível ver aplicações reais em três principais frentes:

1) reparo de moldes em geral (moldes de injeção de plásticos, moldes de estampo…etc.)
2) Reparo de pás de turbinas
3) A fabricação de peças complexas impossíveis de serem feitas pelos processos tradicionais.

No caso dos moldes, um desgaste pontual pode ser reparado com a adição de material e, no mesmo equipamento, realizar a usinagem e então ter um molde equivalente a um novo. O processo de adição de material não danifica o molde original.

Normalmente moldes novos são muito caros e podem levar muito tempo para serem produzidos, portanto, essa solução pode resolver o problema de empresas que necessitam investir pesado nesse segmento.

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Uma outra aplicação de extrema relevância é o reparo de peças de desgaste intenso como aquelas usadas na agricultura (corte e trituração da cana-de-açúcar), que com a adição de material nobre e resistente ao desgaste gera-se uma peça única, com maior eficiência e durabilidade, mais fortes do que em um reparo comum, através de solda, por exemplo.

Essa tecnologia também pode ser usada em reparo de pás desgastadas em turbinas, e assim, setores como o aeronáutico e de máquinas agrícolas começam a puxar as tendências e novas aplicações.

Diante de tudo que foi exposto, passamos a ter a real noção da importância estratégica de uma empresa como a Romi.

Trata-se de uma empresa que constantemente discute que tipos de tecnologias serão incorporadas nos seus produtos nos próximos 5/10 anos, ressaltando que hoje, a Romi tem quase 20 novas aplicações na prateleira, que podem ser usadas nas próximas gerações de seus equipamentos ou novos serviços.

Com o exposto até então, precisamos enxergar como essas questões impactam o valor e preço das ações hoje e no futuro.

Baseados na análise atual de valor da Romi, percebemos que este foi construído nos últimos 5 anos, em plena recessão dos anos 2014 e 2015.

Naquele momento, apesar de uma economia fragilizada, a empresa decidiu investir e trazer para os seus clientes uma linha de produtos totalmente renovada, e aquele investimento em P&D feito no passado é o responsável por gerar o valor atual da empresa.

Contudo, diante do exposto neste texto, podemos aferir que o desenvolvimento da tecnologia feito hoje pela engenharia da Romi, gerará novas linhas de receitas no médio prazo (2 a 5 anos), completando mais um ciclo de construção de valor, e, portanto, uma nova re-precificação das ações.

Ao trazermos essas informações direto da pesquisa feita junto à empresa, procuramos ressaltar a importância de o mercado ter ciência da capacidade da engenharia de ponta de uma empresa brasileira como a Romi, para que investidores que possuam uma visão de médio e longo prazo possam investir seus recursos em empresas sérias e comprometidas com a sustentabilidade dos seus negócios.

João Paulo Reis É gestor do Venture Value FIA, sócio da Biguá Capital desde o seu surgimento em 2006, acumulando experiência na seleção e análise das empresas listadas na Bolsa

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