Você sabe o que é o Tralalero Tralala? Fenômeno explica como redes sociais derretem seu cérebro

Entenda como um tubarão de três pernas calçando tênis Nike virou sinônimo de tendência de comportamento nas redes sociais

Flávio Moreira

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Imagem gerada por inteligência artificial / Chat GPT
Imagem gerada por inteligência artificial / Chat GPT

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Nos últimos meses, um tubarão antropomórfico de três pernas calçando tênis Nike azuis invadiu as redes sociais, repetindo incansavelmente o bordão “Tralalero Tralala”. Mas não é só a aparência surreal do personagem que chama atenção. Os vídeos costumam ser narrados em um “italiano” gerado por inteligência artificial, cheio de frases desconexas que parecem saídas de um filme do Monty Python em ácido.

Esse personagem, parte de uma tendência conhecida como “brain rot italiano”, se tornou um dos memes mais buscados no Brasil, com um salto de 350% nas pesquisas, segundo dados do Google.

A razão do sucesso está no próprio conceito de “brain rot”, termo que descreve a deterioração mental causada pelo consumo excessivo de conteúdos triviais e pouco desafiadores, especialmente nas redes sociais.

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Em 2024, “brain rot” foi eleito a palavra do ano pela Oxford University Press, refletindo a crescente preocupação com os efeitos da sobrecarga de informações superficiais na saúde mental das novas gerações.

O fenômeno do Brain Rot e o Tralalero Tralala

O sucesso do “Tralalero Tralala” e de outros memes do brainrot italiano evidencia algumas mudanças importantes no consumo de mídia:

O “Tralalero Tralala” é o exemplo perfeito desse fenômeno. Criado por inteligência artificial, o meme combina elementos absurdos e surreais, como animais híbridos e objetos do cotidiano, acompanhados por narrações em “italiano” desconexas.

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Essa estética visualmente caótica reflete o caos informativo e a busca por estímulos rápidos que dominam as redes sociais.

Assim como os vídeos de crocodilos que também são aviões bombardeiros ou cães com corpos de helicópteros, esse estilo explora o bizarro e o aleatório para capturar a atenção de uma audiência saturada de informações “sérias”.

O impacto do Brain Rot nas habilidades cognitivas

Especialistas alertam que esse tipo de conteúdo pode prejudicar a concentração, a memória e o pensamento crítico. Pesquisas indicam que o consumo contínuo de vídeos curtos e memes sem profundidade pode levar a uma espécie de “atrofia neuroplástica”, na qual o cérebro se acostuma a estímulos fáceis e perde a habilidade de lidar com tarefas mais complexas.

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Além disso, estudos da American Psychological Association mostram que esse padrão de consumo pode reduzir a capacidade de processamento de informações e dificultar a formação de conexões neurais profundas, comprometendo habilidades como tomada de decisão e pensamento crítico em situações do mundo real.

Outros personagens do brain rot italiano

O universo do brain rot italiano é povoado por uma variedade de personagens igualmente absurdos e cativantes. Além de Tralalero Tralala e Bombardiro Crocodilo, destacam-se:

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Flávio Moreira

Flávio Moreira é jornalista especializado em estratégia e inovação no mercado de mídia. Atualmente, atua como Coordenador de Parcerias e Estratégia no InfoMoney, tendo passado por posições de liderança como Editor-chefe de Assinaturas e Novos Projetos no UOL, Head de Conteúdo no Torcedores.com e Gestor de Comunidades FIFA na Electronic Arts. Além de sua trajetória profissional, Flávio é autor de uma newsletter sobre tendências e inovação para publishers, que conta com mais de 6 mil assinantes em busca de insights sobre o futuro da comunicação.