Por que o jornalismo de qualidade ainda é um ótimo negócio para anunciantes?

O jornalismo de qualidade é um recurso valioso em um contexto de marketing dominado por influenciadores. Dodos com consentimento possibilitam segmentação eficaz, permitindo campanhas personalizadas.

Flávio Moreira

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Imagem gerada por inteligência artificial / Chat GPT
Imagem gerada por inteligência artificial / Chat GPT

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Eu sempre comentei que jornalista vende mal seu peixe. Vende mal a si mesmo e o produto que ajuda a colocar no ar. A gente aprendeu a contar histórias, mas esqueceu que elas são ativos de um negócio. 

Em um cenário em que verbas de marketing estão sendo destinadas aos montes para influencers e os dados estão mais protegidos do que nunca, o jornalismo de qualidade não é só um abrigo seguro para marcas. É um atalho inteligente pra quem busca relevância, dados confiáveis e uma audiência que realmente presta atenção.

Dados proprietários são o novo ouro

Quando o leitor cria conta, assina uma newsletter ou comenta numa matéria, ele está dizendo “eu gosto de estar aqui”. Dados coletados com consentimento e relação direta são muito mais valiosos do que qualquer dado pescado por rastreadores em redes sociais.

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Isso significa segmentação com base em comportamento real. E isso muda o jogo para os anunciantes. Em vez de investir em campanhas que miram públicos genéricos, é possível entregar mensagens personalizadas para quem realmente se importa com o assunto.

Essa personalização significa menos desperdício de mídia, mais efetividade e uma chance real de transformar atenção em ação. Quem anuncia em ambientes jornalísticos consegue falar com gente interessada, no momento certo e com o contexto certo. É publicidade com propósito e retorno. E tudo isso em um ambiente que respeita a privacidade do usuário. 

Confiança que se transfere

Segundo o Reuters Institute, 40% dos consumidores confiam mais em marcas que se associam a ambientes jornalísticos de qualidade. E isso faz sentido: se você confia na fonte, a mensagem do anunciante entra com menos resistência.

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Sites jornalísticos são um dos poucos lugares na internet nos quais a credibilidade ainda está em pé. A credibilidade do jornalismo vira um cartão de visitas para a marca.

Economia da atenção pede menos dispersão

Na guerra dos feeds infinitos, o jornalismo ainda tem a capacidade de parar o dedo no scroll. O leitor que acessa um site de notícias está buscando compreensão, não só distração.

Esse foco se traduz em mais tempo de tela, mais chances do anúncio ser visto e lembrado.

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E quando o anúncio é exibido nesse contexto de atenção plena, ele não é só percebido, ele é considerado. Em um ambiente mais calmo, sem ruído e sem concorrência visual exagerada, a marca consegue se apresentar de forma mais digna, sem gritar, sem parecer intrusa. Isso melhora a imagem da empresa e aumenta as chances de conversão com menos esforço criativo.

Nem todo site jornalístico oferece essa experiência limpa. Muitos ainda estão abarrotados de banners, pop-ups e anúncios que dificultam a leitura e afastam o usuário. Para o anunciante, o desafio é escolher bem os parceiros e priorizar veículos que valorizam a experiência do leitor.

Credibilidade também se comunica no visual.

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Não é só audiência, é comunidade

Jornalismo bom não junta cliques, junta pessoas de verdade. Quem lê, comenta, assina uma newsletter ou cria conta está fazendo mais do que consumir conteúdo, está criando vínculo.

Esse vínculo transforma a relação entre marca e público. Quando uma empresa anuncia nesse ambiente, ela não está interrompendo a experiência, ela também é parte. O leitor não vê o anúncio como uma invasão, mas como parte do ecossistema que ele escolheu integrar.

É assim que se constrói reputação, recorrência e relacionamento. Porque uma audiência engajada vale mais do que mil visitas casuais.

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Flávio Moreira

Flávio Moreira é jornalista especializado em estratégia e inovação no mercado de mídia. Atualmente, atua como Coordenador de Parcerias e Estratégia no InfoMoney, tendo passado por posições de liderança como Editor-chefe de Assinaturas e Novos Projetos no UOL, Head de Conteúdo no Torcedores.com e Gestor de Comunidades FIFA na Electronic Arts. Além de sua trajetória profissional, Flávio é autor de uma newsletter sobre tendências e inovação para publishers, que conta com mais de 6 mil assinantes em busca de insights sobre o futuro da comunicação.