Vendas em queda e economia instável: é hora de comprar um imóvel?

Número de imóveis novos vendidos, em 2014, caiu 35%, sendo que o de usados subiu 41%.
Por  Reinaldo Domingos
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Essas são informações do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo). As consequências disso são melhores condições de pagamento e ótimos descontos, oferecidos pelas construtoras e donos de imóveis, para acabar com o estoque. Mas será, então, que esse é o melhor momento para adquirir esse tipo de bem?

Um reflexo já dessa realidade é fato de os preços dos apartamentos à venda acumularem no ano queda real de mais de 3%, de acordo com dados divulgados pela Fipe. Tudo parece conspirar a favor, mas a verdade é que, mais do que conhecer o mercado imobiliário (que é realmente relevante), o mais importante é ter ciência da própria vida financeira. Se não souber exatamente como anda suas finanças, como poderá saber se conseguirá arcar com um compromisso de alto valor como um imóvel?

Então, partindo do princípio que essa questão está resolvida e que poderá sim fazer a aquisição, outro ponto que deve ser levado em consideração é a atual situação de instabilidade econômica do país. O momento é de cautela, por isso, é preciso avaliar se terá como honrar com a dívida caso perca o emprego, por exemplo. Tem uma reserva financeira? Caso contrário, isso pode comprometer seriamente o orçamento, colocando em risco todos os planos individuais e da família.

Mais uma questão é a previsão do mercado: se o estoque está grande, devido às baixas vendas do ano passado, pode apostar que, para esse ano, a queda será ainda maior – de 10%, como mostra a pesquisa do Secovi. Portanto, não precisa agir por impulso; ao longo desses meses, haverá mais ofertas e boas de negociações.

Agora, para quem já está com a ideia da compra amadurecida, não pode mais esperar e pretende financiar a compra, uma informação importante é que a Caixa Econômica aumentou as taxas de juros do financiamento imobiliário. Nos programas Minha Casa Minha Vida e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não haverá reflexo dessa mudança, apenas nas taxas das operações com recursos da poupança, valendo para quem tem renda acima de R$ 5,4 mil.

O SFH (Sistema Financeiro da Habitação) que fechava a taxa de juros em 8,5% ao ano foi para 9%; o SFI (Sistema de Financiamento imobiliário), por sua vez, que era de 9,10% aumentou para 10,7% ao ano. Isso quer dizer que, em uma simulação de compra de um imóvel de R$300 mil, por exemplo, o valor total pago na primeira opção seria R$ 868.992,43 e na segunda opção, R$ 1.002.481,20.

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Mas, àqueles que não estavam com esses planos agora e, de repente, se animaram com a ideia de última hora, aconselho cautela. Não se trata de uma compra pequena, estamos falando de um imóvel. Analise bem sua vida financeira, planeje-se, pesquise diversas ofertas, pois isso é sinônimo de educação financeira, que é o melhor caminho para uma vida cheia de realizações, baseada em atitudes conscientes e sustentáveis.

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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