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Quatro passos para começar a ensinar os filhos a lidar com o dinheiro

Por  Reinaldo Domingos
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A falta de educação financeira atinge muitos brasileiros, porém é cada vez maior a conscientização de que esse comportamento não pode ser repetido por nossas crianças e jovens. Essa nova geração já enfrenta muitos desafios, como a exposição cada vez maior a propaganda, e precisa de bons exemplos para desenvolver comportamentos sustentáveis em relação à lida com o dinheiro.

Não à toa, muitas escolas já ensinam educação financeira aos seus alunos. Mas é em casa que as crianças têm seus maiores exemplos, justamente no comportamento e nas orientações de seus pais, portanto elaborei quatro passos para quem tem filhos começar a ensiná-los a lidar com o dinheiro.
Quando começar?
Ao contrário do que muitos pais imaginam, eles ensinam seus filhos a lidar com dinheiro o tempo todo. As crianças são muito observadoras, e desde muito novas passam a associar a ideia do dinheiro ao consumo e às compras de produtos e serviços. 
A partir do momento em que eles veem seus pais utilizando dinheiro, cartões e cheques e demonstram ter entendimento sobre o ato de comprar, é válido iniciar a educação financeira. É importante lembrar que crianças e jovens estão expostos às mensagens publicitárias mesmo sem sair de casa, vendo televisão e vídeos online. 

Combatendo o consumismo
O antídoto para o consumismo são os sonhos. Então nada melhor do que incentivar as crianças a ter sempre em mente seus sonhos e a fazer escolhas hoje para conquistar o que desejam no futuro. É importante explicar para elas que tudo é possível, mas nem sempre no momento desejado, pois é necessário planejar e se organizar para conseguir o que quer. 
Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente e deixam de ver o dinheiro e as compras como uma válvula de escape para suprir lacunas em outros aspectos da vida.
Problemas com a falta de educação financeira
Atualmente, a criança é elevada ao status de consumidora sem estar preparada. Com tantos apelos publicitários direcionados a elas, é comum vermos crianças que desejam comprar tudo o que veem e, muitas vezes, fazendo “birra” por não conseguirem o que desejam. Esses são alguns dos sintomas da falta de educação financeira, que normalmente são notados pelos pais.
Algo bastante significativo é quando a criança já recebe mesada, porém gasta todo o seu dinheiro e até chega a pedir mais para os pais. Não à toa, a mesada é um excelente instrumento de educação financeira, em que os responsáveis podem acompanhar a utilização dos recursos e incentivar que os filhos poupem metade do que ganham para realizar seus sonhos.
Quando falamos de sonhos, não são aqueles desejos passageiros, coisas que a criança quer e logo depois se esquece. Quando é incentivada a pensar naquilo que realmente deseja, ela começa a diferenciar os ímpetos de consumo dos seus verdadeiros sonhos, aprendendo a priorizar o que mais importa para ela.
Você é o exemplo
Os pais são as principais referências para os filhos. Tanto seus valores quanto suas atitudes acabam sendo reproduzidas pelos pequenos, portanto é importante que eles vejam a família lidando com o dinheiro de forma saudável. O exemplo é tudo, por isso é importante que os pais não associem a satisfação e a felicidade ao consumismo desenfreado. 
Além disso, é papel dos pais estabelecer limites e não reforçar a atitude consumista da criança. Por isso é importante ensiná-la que as conquistas precisam ser planejadas e são apenas alcançadas com o tempo, evitando que se torne um jovem e posteriormente um adulto que não vê limites no que diz respeito aos gastos. 

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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