Juros mais altos – Como fica para endividados e investidores?

A alta da taxa básica de juros pode significar um problema para as pessoas endividadas e uma boa notícia para os investidores.
Por  Reinaldo Domingos
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Duas notícias recentes relacionadas aos juros são assustadoras para quem está endividado ou precisará fazer empréstimos ou parcelamentos. Na última reunião de 2013, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a sexta elevação consecutiva da taxa básica de juros (Selic) da economia em 0,50 ponto porcentual, voltando ao patamar de dois dias, a 10% ao ano.

 

Além disso, o Banco Central divulgou, nesta quinta-feira (28), que os juros bancários médio dos empréstimos para pessoas físicas aumentaram 1,1 ponto percentual em outubro deste ano, chegando a 38,3% ao ano. Com a alta da Selic, a expectativa é que aumente ainda mais nos próximos meses.

 

Assim, para quem tem dívidas, chegou a hora de acender o sinal de alerta, parar para ver o quanto de juros está pagando. Pode ter certeza que a falta de preocupação com os juros poderá ocasionar sérios problemas com as dívidas e inadimplência no futuro, pois é isso que ocasiona a bola de neve que compromete as finanças das famílias.

 

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É primordial combater esse problema, portanto, alerto que é preciso descobrir a causa desse endividamento. A maior parte é gerada por desequilíbrio financeiro, ou seja, gastar mais do que se ganha. É preciso reestruturar o orçamento financeiro ou assumir o controle dele.

 

O pagamento de juros deve ser evitado e, para isso, é preciso criar o hábito e costume de poupar antes de gastar. Quando entramos num endividamento, mesmo que com taxas de juros menores, gastamos mais dinheiro e, certamente, com isso, deixamos de realizar outros desejos e necessidades.

 

É preciso construir uma nova cultura com relação à administração de nosso dinheiro. Temos que aprender a evitar os impulsos e apelos do marketing publicitário e do crédito fácil, mesmo com a queda do juros, que é um grande incentivador do consumo. Cuidado para não comprar aquilo que não sonha, com o dinheiro que não tem, para impressionar pessoas que, muitas vezes, nem conhece.

 

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Já, para quem não está endividado, mas quer entrar em uma linha de parcelamento, empréstimo ou financiamento, é o momento de pensar melhor antes de cair nesse rumo, já que o aumento da taxa de juros os deixa mais caros, forçando o consumidor a comprar menos e, com isso, evitando uma pressão inflacionária. As compras desenfreadas que as pessoas estão expostas atualmente tendem a reduzir.

 

 

Aplicações tendem a render mais

 

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Por outro lado, a taxa de juros tem reflexo direto na poupança, sendo uma ótima notícia, para quem tem essa aplicação, pelo aumento da rentabilidade. O que ocorre é que, desde 2012, o governo atrelou as aplicações feitas na poupança, de 4 de maio de 2012 em diante, aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação mais a Taxa Referencial (TR), quando a taxa básica estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano.

 

Isso faz com que essa aplicação continue a ser interessante, se comparada aos rendimentos de outros fundos de renda fixa, já que na poupança pode-se sacar o dinheiro a qualquer momento e não se cobra taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR).

 

Outro reflexo da elevação da taxa de juros é o aumento do rendimento das demais aplicações de renda fixa, quando essas estão atreladas aos juros, como é o caso dos CDBs pós-fixados, fundos DI e Letras Financeiras do Tesouro, vendidas via Tesouro Direto.

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Mas a pergunta que muitos me fazem é se isso significa que devemos direcionar todos nossos recursos a essa aplicação. Não, na verdade, chegou o momento de uma análise aprofundada para quem for aplicar, definindo claramente os objetivos, e direcionando o dinheiro. Em uma primeira análise, posso afirmar que, para investimentos de curto prazo, é interessante colocar seu dinheiro nessa modalidade.

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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