IPVA e IPTU: gastos que devem ser programados

Por  Reinaldo Domingos
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Junto com o ano novo, vem mais gastos – como IPVA, que, para paulistas, ficará 4,2% mais barato, em média, e IPTU, que terá um reajuste residencial médio em toda a cidade de 3,5%. Mas essas despesas não são novidade, todo início de ano é igual, por isso, elas já pode, e devem, ser programadas, para que não se comprometa o orçamento, já que serão somadas a outros gastos, como matrícula e material escolar, seguros, etc., começando 2015 com problemas financeiros.

Esse planejamento é um dos princípios básicos da educação financeira, ou seja, primeiro se poupa, depois se gasta, e não se gasta para então ver como fará para honrar com o compromisso. Claro que, para quem não pensou nisso antes, está um pouco em cima da hora, porém, antes tarde do que nunca, e esse também pode ser um alerta para que, no ano que vem, não repita o erro. Esse é outro aspecto da educação financeira: mudança comportamental, buscar resolver a causa do problema e não a consequência.

Falando então especificamente do IPTU e IPVA, uma dúvida muito comum é em relação à condição de pagamento: à vista ou a prazo? Mas, antes de ter essa resposta, é preciso saber em que situação financeira se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, já se sabe que não conseguirá realizar o pagamento inteiro de uma vez, sobrando o caminho do parcelamento.

Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos, limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do mercado financeiro, pois isso apenas se tornaria uma bola de neve, devido aos juros altíssimos cobrados.

Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, recomendo, sem dúvida nenhuma, que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU. Mas é importante ficar atento aos compromissos futuros; muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?

Isso nos leva a outro importante aspecto da educação financeira: ter reserva financeira. Isso evita problemas como esse e nos deixa mais seguros, em caso de imprevistos. Enfim, com planejamento, é possível terminar e começar o ano com segurança de uma vida financeira saudável e muitas realizações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

Compartilhe

Mais de Finanças em casa

Finanças em casa

Apenas 9% dos brasileiros conseguem pagar as despesas de início de ano

O ano já começou e para não comprometer as finanças logo em janeiro é preciso se planejar, mas diante da situação financeira atual do brasileiro, sabemos que não é simples. Prova disso é uma recente pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 9% dos brasileiros conseguem pagar as despesas de início de ano com o que recebem.
Finanças em casa

Mega-Sena da Virada ou investimento: o que é melhor?

Todo fim de ano a cena se repete: filas enormes para fazer aquela "fezinha" na Mega-Sena da Virada em todas as lotéricas do país. Neste ano, o prêmio é o maior da história, sendo R$ 280 milhões, e por isso muitos apostam também a esperança de resolver, de uma vez por todas, a vida financeira.
Finanças em casa

Saúde Física x Saúde Jurídica: a importância do equilíbrio

Sempre gosto de ponderar que é preciso haver um equilíbrio em tudo o que fazemos e com a nossa saúde não poderia ser diferente. Aprofundo mais essa questão em meu livro Empreender Vitorioso com Sonhos e Lucro em Primeiro Lugar, lançado no fim de Novembro. É imprescindível dar a mesma atenção à saúde física e jurídica. 
Finanças em casa

Planejamento é a chave para as contas de início de ano

Mesmo que a taxa de desemprego tenha diminuído para 11,9% no mês de setembro, ainda são 12,5 milhões de brasileiros sem trabalho de acordo com os últimos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A falta de renda também se reflete no grande número de inadimplentes – cerca de 63 milhões, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgados neste mês de novembro. Diante deste cenário preocupante, as contas típicas de início de ano das famílias, se não forem analisadas com cautela, podem causar um grande desequilíbrio no orçamento.
Finanças em casa

Conheça os caminhos para empreender de forma vitoriosa

Sabemos que a palavra “empreendedorismo“ sempre esteve muito ligada ao campo empresarial, mas ao longo do tempo percebi que o ato de empreender não se restringe apenas a isso, mas permeia todo o nosso cotidiano. É partindo deste entendimento que o meu novo livro Empreender Vitorioso com Sonhos e Lucro em Primeiro Lugar se desenvolve.
Finanças em casa

Pesquisa comprova: brasileiros ainda dependem do INSS

Quase metade dos brasileiros esperam depender apenas com os recursos da Previdência Social (INSS) para se manter na aposentadoria. É o que atesta uma pesquisa recente do Datafolha, encomendada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Finanças em casa

13º dos aposentados: caminhos para a melhor utilização

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a receber a partir do dia 27 deste mês a primeira parcela do 13º salário, que corresponde a 50% do valor. Com esse dinheiro extra em mãos, muitos beneficiários podem se perguntar qual o melhor destino: quitar dívidas, consumir ou investir?
Finanças em casa

Maioria dos colaboradores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras

Em pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, revelou-se que apenas 16% dos colaboradores brasileiros são capacitados financeiramente. Já 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofrem prejuízos ou não entendem de finanças.
Finanças em casa

Não deixe os juros dominarem a sua vida financeira

Nesta semana, uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), constatou que no ano passado as famílias brasileiras gastaram R$ 354,6 bilhões apenas com o pagamento de juros. Esse número corresponde a 10% da renda anual, superando os gastos com energia elétrica, planos de saúde e educação, por exemplo.