Dia das Crianças: uma data para adultos e pequenos

Por  Reinaldo Domingos
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Sabe-se que o índice de endividamento, embora, vez ou outra, caia, ainda é muito alto, não só em nosso país, mas no mundo. No entanto, esse problema já está afetando os mais jovens e o consumo exacerbado e sem planejamento é um hábito visto até entre os pequenos. Com o Dia das Crianças chegando, que tal, além de dar brinquedos e viagens, a família também presenteá-las com algo que será de grande utilidade ao longo de toda a vida: educação financeira?

 

Educar financeiramente a população não é uma moda, mas sim uma necessidade que não dá mais para postergar. E não há fase em que se aprenda com mais facilidade e rapidez do que a infantil. O assunto é de extrema importância, pois será um dos responsáveis por formar uma nova geração de pessoas mais conscientes e sustentáveis em todos os âmbitos da vida e especialmente no financeiro.

 

A exposição de qualquer um de nós às ações publicitárias impulsiona um comportamento consumista e impulsivo, quem dirá das crianças, que ainda não possuem total discernimento e maturidade para não se deixar levar. Hoje, a criança é elevada ao status de consumidora adulta sem estar preparada, mas, com educação financeira, esse cenário, sem dúvida nenhuma, mudará.

 

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É claro que, criança é crianças, precisa brincar, se divertir e aproveitar a vida enquanto não tem tanta responsabilidade. E, por isso, no Dia das Crianças, é saudável que os adultos deem brinquedos e jogos, façam passeios, enfim, tudo o que elas esperam nesse dia simbólico. Entretanto, nada impede que, em paralelo, os responsáveis, por meio de pequenas atitudes, sejam o exemplo e mostrem o valor do dinheiro e o papel dele em nossas vidas.

 

Um aspecto que julgo muito importante é incentivá-las a sonhar, antes de mais nada. Devemos ensiná-las que, mais do que apenas comprar aquele produto que querem naquele momento, é preciso sonhar e o dinheiro é apenas um meio para realizar os objetivos materiais. Dessa forma, elas irão crescer entendendo que o dinheiro não serve apenas para ser guardado, sem nenhuma finalidade, ou para ser gasto, sem nenhum planejamento.


E para dar um bom exemplo, nada melhor do que os adultos começarem a se planejar. Sentem e conversem com elas, procurem saber algo que elas estejam querendo nesse momento e algo que elas sonham em ter algum dia. Os cofrinhos são ótimos para instrui-las a como poupar. Sempre aconselho a terem três sonhos: um de curto (até três meses), um de médio (de três a seis meses) e outro de longo prazo (de seis meses a um ano). Dessa forma, serão necessários três cofrinhos, sendo, respectivamente, um pequeno, um médio e outro grande.

 

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Essa é uma atitude simples, mas que representa demais para os pequenos, pois eles começam a materializar aquilo que querem e veem, na prática, a quantidade de moedas aumentarem, o que significa que estão cada vez mais perto de realizarem. Aos pais que se sentem um pouco perdidos nessa questão, aconselho que também aproveitem a data para mudarem seu próprio comportamento em relação ao dinheiro, assim, ficará mais fácil ajudar os filhos. Além disso, há livros de educação financeira voltados ao público infantil disponíveis no mercado, os quais os pais podem utilizar para transmitir algumas noções sobre o assunto.

 

O Dia das Crianças pode e deve ser prazeroso, com tudo o que as crianças têm direito; mas deve ser um dia que será lembrado pelos próximos meses pelos bons momentos, rodeado de pessoas que se ama, e não por contas para pagar, que podem se transformar em endividamento.

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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