Como começar a planejar com os novos valores de IPVA e IPTU

O aumento do IPTU e a redução do IPVA provocaram mudanças no orçamento financeiro de quem mora em São Paulo.  Mas, com o mínimo de planejamento, é possível resolver essa questão da melhor forma.
Por  Reinaldo Domingos
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Duas notícias recentes vão alterar um pouco o planejamento financeiro dos moradores de São Paulo: o IPVA terá redução média de 5,16% para carros e 5,08% para motos de todo o Estado, enquanto que o IPTU aumentará até 20% para imóveis residenciais e 35% para comerciais da cidade.

 

O acréscimo no valor do IPTU irá impactar negativamente na maior parte das famílias e empresas brasileiras, uma vez que não são educadas financeiramente e, por isso, não possuem uma reserva financeira para cobrir imprevistos como esses. Além disso, o brasileiro, em geral, não tem a cultura de cobrar os seus representantes, por exemplo, com relação a esse aumento abusivo, se compararmos à situação real. Esse seria o primeiro passo.

 

O segundo, então, seria mudar o comportamento em relação ao dinheiro, educando-se financeiramente, ou seja, aprendendo a respeitar seus recursos e entendendo que, sem planejamento, não há como ter uma vida sustentável, em todos os sentidos. Sendo assim, a próxima etapa é estar ciente do novo valor de IPTU a ser cobrado. Não se esqueça de rever as dívidas remanescentes, para ter noção do total das despesas mensais.

 

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Caso não tenha uma reserva financeira, recomendo fazer um diagnóstico, para saber quais são os gastos e qual pode ser reduzido – ou até cortado. Outra dica é tentar pagar à vista, pois, dessa forma, é possível conseguir um desconto de, aproximadamente, 6%. Se não for possível, insira imediatamente o valor das parcelas no orçamento dos meses seguintes. Somente assim poderá evitar um futuro endividamento.

 

Procure não utilizar o décimo terceiro salário para esse fim. O salário extra que os trabalhadores recebem no fim do ano tem o objetivo de facilitar a realização dos desejos e sonhos e não de pagar dívidas, entrando em um círculo vicioso. Uma boa solução é redirecionar o valor economizado no IPVA para o pagamento do IPTU; assim, a diferença não pesará tanto no orçamento.

 

Mas, caso você tenha como pagar o novo preço sem precisar mexer em outros valores, invista o dinheiro que sobrar do IPVA em seus sonhos – de curto (até um ano), médio (até dez anos) e longo (acima de dez anos) prazos. Não se deve esquecer também das outras despesas que vem com o novo ano, como matrícula e material escolares, gastos referentes a dezembro feitos no cartão de crédito, entre outros.

 

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Priorizar os sonhos é o segredo para que 2014 seja um ano de atitudes mais conscientes e hábitos mais saudáveis com relação ao dinheiro e, consequentemente, em todos os âmbitos da vida.

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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