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Realidade x Ficção: no que acreditar?

Infelizmente, suspeito que os mercados terão uma boa dose de realidade em breve
Por  Eduardo Cavendish -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

2020 tem sido um ano bastante anormal, acho que todos concordam.

Em questão de meses, tivemos os maiores declínios em termos de PIB da história moderna acompanhados dos maiores incentivos fiscais e monetários desde a II Guerra Mundial, que levaram a uma das mais rápidas recuperações da economia.

Os mercados não passaram ilesos e variaram muito. Em março de 2020, a sensação era de que o mundo iria acabar com sequentes dias de “circuit breaker”. Pânico por todos os lados.

Da mesma forma que caiu rapidamente, a recuperação dos mercados foi igualmente veloz, com o S&P500, um dos principais índices da Bolsa de valores dos EUA, atingindo recentemente topos históricos.

A narrativa da recuperação em “V” da economia ganhou o noticiário e virou a narrativa oficial.

Mas o que é realidade e o que é ficção?

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O fato é que a economia real não se recuperou em “V”. Os grandes países ainda operam suas economias aquém dos patamares pré-crise.

Nos mercados a recuperação está sendo em “V” ou até “√”. Baseado no “easy money”, os níveis de alavancagem nas operações de mercado estão próximos do recorde histórico de maio de 2018, como pode ser visto no gráfico abaixo:

Detalhando o que os “insiders” vêm fazendo, é possível notar que o movimento de venda supera e muito o de compra dos ativos. Ou seja, os players mais bem informados do mercado estão se desfazendo dos ativos.

Há diversas evidências que levam a crer que os incentivos monetários (QEs) são de(sin)flacionários para a economia. Desde a experiência empírica que ocorre no Japão iniciada na década de 90, onde as primeiras versões do “QE” foram testadas até a simples constatação que essas políticas levam ao aumento da dívida, que por sua vez estrangula a capacidade de consumo a longo prazo das pessoas.

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A leitura do mercado é dissonante da que faço, acreditando que esses incentivos e os fiscais são inflacionários, daí o rápido aumento da tomada de riscos recentemente nas mais diversas classes de ativos.

Realidade e ficção tendem a ser complementares, muitas vezes sendo difícil dizer onde começa uma e termina a outra.

Infelizmente, suspeito que os mercados terão uma boa dose de realidade em breve.

Fontes: Hedgopia e Openinsider

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Eduardo Cavendish Administrador formado pelo Insper, apaixonado por geopolítica e sócio na CIGA Invest. Sempre desafiando o senso comum

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