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Dados apontam para aceleração do mercado imobiliário e afastam de vez qualquer especulação sobre crise ou bolha imobiliária

Não existe risco de bolha imobiliária no Brasil e os indicadores econômicos comprovam isso. Então, por que fala-se tanto neste assunto? Porque ele interessa a alguns especuladores que diante da estabilização do mercado não conseguem mais ganhar tanto dinheiro e de maneira tão fácil quanto faziam no auge do boom imobiliário e talvez alarmando os compradores esperam comprar unidades de pessoas mais assustadas a preços menores
Por  Marcelo Tapai
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Aumento no número de lançamentos, avanço significativo nos financiamentos imobiliários e preços que continuam em alta, sem nenhum sinal de queda. São elementos bastante fortes para rebater qualquer perspectiva pessimista ou alarmista.

Mais uma vez é importante frisar que não há nenhuma relação entre a nossa economia e nosso mercado com o mercado americano, e qualquer comparação simplista que se faça para justificar um anúncio de bolha não merece nenhum crédito, especialmente se confrontando com números reais.

Então por que se fala tanto em bolha? Porque o assunto interessa a alguns especuladores que diante da estabilização do mercado não conseguem mais ganhar tanto dinheiro e de maneira tão fácil quanto faziam no auge do boom imobiliário e talvez alarmando os compradores esperam comprar unidades de pessoas mais assustadas a preços menores.

No Brasil, as pessoas compram imóveis geralmente para morar, os juros são altos e impedem o financiamento para especulação, o percentual do PIB destinado a financiamento imobiliários não passa de 8%, o deficit habitacional é enorme, não há hipoteca de 100% do valor do imóvel nem é possível à mesma pessoa financiar vários imóveis, e as vendas de lançamentos não param. Então qual é o indicador da bolha?

Simplesmente dizer que o preço dos imóveis subiram mais do que a inflação, por si só não justifica nenhuma previsão de quebra do mercado. Outros fatores contribuíram para isso e devem ser levados em conta no momento da análise.

Inicialmente, temos um mercado que passou anos estagnado e teve uma liberação repentina, com diversas fontes de crédito que atendem todas as classes sociais e possibilitam o financiamento de forma rápida e fácil.

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Além disso, o perfil dos imóveis mudou muito. O que antes eram apenas apartamentos residenciais, com 1 ou 2 vagas de garagem, passaram a verdadeiros clubes, com piscina, área esportiva, segurança e lazer completos, o que aumentam o valor dos imóveis também pelos itens a ele inseridos.

O mesmo ocorreu com imóveis comerciais, que há poucos anos dispunham apenas de uma portaria e interfone e atualmente contemplam uma vasta estrutura de recepção e estacionamento, edifícios inteligentes, elevadores sofisticados, enfim, luxo e tecnologia agregados ao imóvel.

Evidente que esta mudança substancial no perfil dos imóveis gerou um acréscimo no preço que não é composto somente pela área privativa, mas também por toda infraestrutura da área comum, cada dia mais sofisticada.

Por isso, falar em bolha imobiliária neste momento é prematuro e não há nenhum elemento fático que aponte para seu surgimento.

Marcelo Tapai Marcelo Tapai é advogado especialista em direito imobiliário, vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SP, diretor do Brasilcon e sócio do escritório Tapai Advogados.

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