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Eu nunca vou esquecer o instante antes do gol. Foi uma fração de segundo, mas parecia que o tempo tinha parado. Eu vi a bola vindo e decidi saltar. Naquele salto existe muito mais do que impulsão física: existe treino invisível, decisão inconsciente e a confiança num caminho que eu construí dia após dia.
Ser campeão da Libertadores pelo Flamengo é mais que um título. É a prova de que metas não são placas estáticas apontando um destino. Metas são pontes: elas ligam quem você é hoje com quem você pode se tornar e estão sempre ligados aos nossos sonhos da nossa criança interior.
E, para mim, isso também vale para dinheiro. Quando comecei a receber salário como jogador, eu achei que guardar era o suficiente. Depois percebi que guardar não é crescer. E que crescimento envolve risco, mas não um risco cego, impulsivo ou emocional. É um risco estudado, como o salto do gol, que foi estrategicamente pensado e treinado.
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Assim como no campo eu não pulo sem saber onde vou cair, nos meus investimentos, eu não invisto sem entender onde posso chegar. Em alguns casos, pode ter começado de forma mais “amadora” ou no feeling (como no futebol), mas é preciso parar um momento e se aprofundar. Seja no Vila Clube, seja no Futuro Redondo ou na Voz Futura – negócios totalmente diferentes entre si, mas que precisam ser pensados igual a uma carteira de investimentos – diversa, saudável e fluída.
O que me moveu naquela final foi algo que também tenho aprendido com o mundo dos investimentos: não se trata de apostar. Trata-se de preparar. Não é jogar tudo no escuro, é decidir com consciência. Não é só sonhar — é estruturar o sonho.
Superar a meta de ser campeão era algo que vivia na minha cabeça. E quando você internaliza uma meta assim, o jogo muda: você passa a subir um degrau psicológico, começa a ter clareza. Disciplina gera resultado, consistência gera confiança, confiança gera coragem.
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E com coragem, a gente salta alto.
Isso me lembrou sobre o Thiago Braz, na Olimpíada de 2016. Em vez de simplesmente tentar superar o salto de Lavillenie, seu concorrente, Braz elevou a barra para uma marca pessoalmente desafiadora de 6,03 metros. Parecia uma aposta alta, de tudo ou nada: era, mas também só ele sabia do preparo que tinha feito ele chegar até ali. A cabeça estava no lugar e ele conquistou ouro e um recorde mundial.
Ser campeão é uma honra indescritível. É um sonho da minha criança interior, daquele menino de Bicas que tanto ousou. Mas o que fica para além das medalhas é o aprendizado: metas grandes exigem visão de longo prazo.