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Às vezes parece que fim de ano sempre tem cara de apito final. Não porque tudo acaba, mas porque é quando a gente finalmente olha para o placar com um pouco mais de honestidade (ou tranquilidade, rsrs). O que deu certo? O que ficou pelo caminho? O que exigiu mais da gente do que imaginávamos? E, principalmente, o que aprendemos no processo?
Para quem vive do esporte, o ano costuma passar rápido demais. Um jogo puxa o outro, o calendário é puxado como todos já sabemos, uma decisão engole a anterior, e quando você percebe já está falando de Natal. Fazer esse balanço não é nostalgia, é estratégia.
Enquanto me preparo para ficar com meus filhos e rever minha família em Bicas, penso nas metas atingidas, as adiadas, de algumas reformuladas no meio do caminho. Também foi um ano de amadurecimento, pessoal, profissional e financeiro – afinal, muita coisa mudou com o meu retorno para o Brasil. Entendi, mais uma vez, que planejar não é sobre controlar tudo, mas sobre estar minimamente preparado para o inesperado. A vida não segue roteiro. O futebol e as transferências muito menos.
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Falando de dinheiro, 2024 reforçou algo que venho tentando praticar e ensinar: consistência vence impulso. Não são os grandes movimentos que sustentam uma carreira ou um patrimônio, mas as decisões repetidas, silenciosas, feitas quando ninguém está olhando. Guardar, investir, rever gastos, dizer “não” quando dá vontade de dizer “sim”. Isso vale tanto para a conta bancária quanto para o corpo e a cabeça.
E aqui entra um ponto que nem sempre aparece quando falamos de finanças: descanso. Aprendi, às vezes do jeito difícil, que não adianta pensar no futuro se você está esgotado no presente. Cansaço distorce decisões. Exaustão emocional faz a gente errar timing, assumir riscos desnecessários. Descansar também é investir. No corpo, na clareza, na capacidade de escolher melhor.
Às vésperas do Natal, tento desacelerar. Não porque tudo está resolvido, nunca está, mas porque entendi que pausar também faz parte do jogo – falei isso para várias pessoas a minha volta esse ano. Com a vinda para o Brasil, não tive férias de final de ano direito. É nesse silêncio que algumas respostas aparecem. É quando a gente consegue olhar para o ano sem o barulho da urgência e perceber que algumas conquistas não são mensuráveis: mais presença em casa, conversas difíceis que aconteceram, limites respeitados, aprendizados que vão render frutos lá na frente.
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Fecho o ano grato. Pelas oportunidades, pelos erros que ensinaram, pelas pessoas que caminharam junto. E entro no próximo com a mesma vontade de evoluir, mas com mais consciência de ritmo. Porque a vida, assim como o futebol, não é sobre correr o tempo todo. É sobre saber quando acelerar, quando segurar e quando parar para respirar. Que esse fim de ano seja isso: um intervalo necessário para voltar melhor. Dentro e fora de campo.
Aproveito para desejar um Feliz Natal a todos e todas!